O atual ministro da defesa, Nelson Jobim, partiu mesmo para a desmoralização política completa do governo Dilma, ao declarar a TV Folha de São Paulo seu voto em Serra nas últimas eleições presidenciais. Não é a primeira vez que o peemedebista de plumas desafia a frente popular, há pouco tempo atrás em um discurso para FHC declarou que os “idiotas” agora estavam no poder, em uma referência aos petistas seus “colegas” de ministério.
Mesmo o todo poderoso Lula “amarelou” diante da ousadia de Jobim, minimizando sua declaração, ao afirmar que o ex-ministro de FHC foi convidado para seu governo por “qualificações técnicas” e não por sua coloração partidária. Na verdade a extrema covardia de Lula e Dilma diante de Jobim corresponde à própria subserviência da frente popular as instituições reais de poder do estado, ou seja, as forças armadas e a corte suprema da justiça, ambas representadas pelo ex-ministro do STF. O caso do acobertamento dos torturadores do regime militar por uma própria presidenta “torturada” revela que em última instância o poder de fato do Estado capitalista reside mesmo é na ponta do fuzil e não no proselitismo do Parlamento burguês.
Para todos os “naipes” da esquerda reformista que afirmaram que tinham finalmente chegado ao poder em 2002 com a vitória de Lula, deveria ficar a lição que o poder não trocou de mãos nesta e em nenhuma eleição presidencial, o caso da arrogância “castrense” de Jobim demonstra claramente esta lei de ferro da luta de classes. Como a política econômica e social da frente popular é exatamente a mesma dos governos “tucanos” anteriores, Jobim poderia transitar desapercebido entre as duas gerências do Estado burguês (PSDB e PT) se não fosse sua “intolerância xenófoba” contra a esquerda, escorada no poder militar. Para a esquerda revolucionária fica apontada a senda do combate pela construção do poder proletário, o que passa bem longe da institucionalidade “representativa” desta democracia dos ricos.