Escândalos dos “grampos” do magnata das comunicações Rupert Murdoch, apenas a ponta do iceberg
O megagrupo mundial das comunicações, News Corporation, de propriedade do magnata Rupert Murdoch, vem sendo sacudido pelos escândalos dos “grampos”, obrigando o fechamento do tablóide sensacionalista londrino “News of the world” um dos jornais do grupo. Segundo as investigações oficiais da Scotland Yard, que também envolvem o FBI norte-americano, cerca de quatro mil pessoas tiveram seus telefones “grampeados” a mando de Murdoch. Os “grampos” foram colocados em personalidades principalmente do mundo político britânico, chegando a atingir o ex-primeiro ministro Gordon Brown e até mesmo membros da família real. Murdoch tem ligações estreitas com o partido conservador do atual premiê David Cameron e teria usado as escutas telefônicas não só para potenciar as vendas de seus periódicos , com “furos” de reportagens, mas para obter através de chantagens vantagens do governo Inglês.
Na verdade, a relação promíscua entre os grandes grupos de comunicação e o Estado burguês vai bem mais além do que os meros “grampos” praticados por Murdoch. A mídia capitalista funciona como um verdadeiro aparelho ideológico do Estado, independente da coloração política do governo (gerente) de plantão. Em uma etapa histórica onde a ausência de referências socialistas, que foi agravada com a destruição contrarrevolucionária da União Soviética, a formação de uma “opinião pública” alienada e banal pela mídia capitalista passou a ser sua função estratégica para sedimentar a dominação de classe. A “informação” dada pela grande imprensa, longe de ser imparcial, não passa de um cardápio ideológico burguês, preparado segundo as “melhores” receitas da elite mais reacionária.
As “manchetes” fabricadas pela mídia capitalista passaram a ser consideradas verdades supremas, inclusive pela esquerda reformista completamente refém desta opinião pública “politicamente correta”, fruto de um período de completo retrocesso na consciência de classe do proletariado mundial. A imprensa operária que não se rendeu aos “modismos” ideológicos da mídia capitalista tem um enorme papel na formação e informação de uma nova geração de militantes revolucionários que “teimam” em não acreditar nas verdades absolutas do deus mercado.