quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mais um novo aumento da taxa de juros do BC, reedição da velha política monetarista aplicada por Meirelles
O COPOM (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central que determina a taxa de juros que balizará o “spread” do pagamento dos títulos públicos ao mercado financeiro, elevou nesta quarta-feira, 20, pela quinta vez consecutiva a taxa Selic, atingindo a marca dos 12,5% ao ano. Com esta nova elevação o Brasil conquistou o título de campeão mundial da taxa de juros reais, ultrapassando a Hungria e Chile no ranking de países que melhor remuneram os rentistas (parasitas) internacionais.
Como de costume houve uma grita geral com a decisão do COPOM, emblocando as centrais sindicais chapa branca (CUT, Força, CTB etc.) e a FIESP, só faltou desta vez o finado burguês José Alencar entrar no “bloco dos desenvolvimentistas” descontentes com a política monetarista do BC. Como se pode aferir a saída do odiado banqueiro Henrique Meirelles da presidência do BC em nada alterou o curso “neoliberal” do novo governo da frente popular. Os juros efetivos que a população é obrigada a pagar aos bancos e financeiras tampouco se equiparam à taxa estabelecida pela Selic, chegando a casa dos 10% ao mês (!), muito distante do mísero 0,5% pago aos poupadores “populares” da nossa caderneta de poupança. Um tremendo hiato que vai remunerar o capital financeiro e penalizar a população trabalhadora, alvo da retomada da escalada inflacionária dos gêneros alimentícios.
A falsa polêmica travada pela esquerda reformista entre juros altos (vilão) versus juros baixos (mocinho), não resolve a questão de fundo para os trabalhadores, ou seja, de uma forma ou de outra há perdas: seja nos salários ou nos fundos de popança (FGTS, Caderneta de Poupança etc.). O verdadeiro combate a ser levado pela classe operária é o confisco de todos os títulos financeiros em poder dos rentistas e a estatização total do sistema financeiro nacional, sob controle dos trabalhadores e pequenos produtores. Qualquer alternativa de colaboração de classes em defesa da redução da taxa de juros, unificando burgueses “progressistas” e “lideranças” sindicais, só beneficiará “um ou outro” setor das classes dominantes.