Fusão do Pão de Açúcar e Carrefour: a farra do boi patrocinada pelo governo da frente popular de Dilma/Lula
Mais um banquete bilionário está sendo ofertado pelo governo da frente popular de Dilma/Lula à burguesia e ao grande capital. Trata-se da mega operação financeira para viabilizar a fusão entre a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), holding que detém o Grupo Pão de Açúcar do empresário Abílio Diniz e a rede de supermercados francês Carrefour. A transação terá a generosa participação direta do BNDES que praticamente bancará financeiramente a fusão aportando cerca de R$ 4 bilhões.
Com a fusão será criada a empresa NPA (Novo Pão de Açúcar), prevista para ser controlada em partes iguais entre a CBD e o Carrefour. Por sua vez, a NPA passará a deter 50% da filial brasileira do grupo Carrefour e 11,7% da companhia francesa no mundo. No mercado nacional a NPA terá o monopólio do setor de abastecimento, detendo cerca de 27% do varejo e, considerando apenas os supermercados e hipermercados, o controle passará para 30%.
A fusão defendida entusiasticamente por Abílio Diniz não passa de mais golpe para legitimar a transferência direta dos recursos estatais para socorrer e/ou alavancar os negócios da burguesia. Uma das argumentações cínicas utilizadas tanto por Abílio quanto pelo governo para defender a fusão é evitar a desnacionalização do setor, tendo em vista que o grupo francês Casino, rival do Carrefour, sócio do Pão de Açúcar, passaria a controlar o grupo da Família Diniz a partir de 2012. A desnacionalização do setor já está consumada há muito tempo, o Casino tem participação de 36,9% no grupo Pão de Açúcar, enquanto o empresário brasileiro tem cerca de 21%. Mesmo após a fusão, o Casino terá cerca de 30% do NPA. Já o argumento da necessidade de manter o emprego dos trabalhadores do Pão de Açúcar e Carrefour no país é tão falso que beira o ridículo. Ao contrário, o surgimento dos monopólios através de fusões como forma de elevação da taxa de lucro, historicamente resulta inexoravelmente em desemprego e arrocho salarial.
Como gerente de plantão da burguesia o governo Dilma/Lula cumpre nessa fusão o papel de seguir a risca uma regra inerente ao Estado burguês, transformá-lo em balcão de negócios dos bandos capitalistas. Portanto, é evidente que nesta fusão os trabalhadores e o conjunto dos explorados estão sendo vilipendiados, devendo de forma ativa rechaçá-la completamente. No entanto, o combate a formação de monopólios e todas e suas mazelas (desemprego, arrocho salarial, aumentos dos preços etc.) como expressão da fase imperialista do capitalismo passa necessariamente pela destruição do Estado burguês e a construção do modo de produção socialista.