segunda-feira, 13 de maio de 2024

PUTIN DESTITUIU O VACILANTE SHOIGU: EX-MINISTRO DA DEFESA ERA UM “QUINTA COLUNA” DA OTAN 

O Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, foi demitido ontem à noite pelo presidente Putin, em uma nova remodelagem estatal que pegou muitos de surpresa, principalmente a OTAN. Poucos dias depois do presidente russo ter tomado posse para um quinto mandato e depois de mais de dois anos de guerra na Ucrânia, para seu novo mandato, Putin também nomeia seu Primeiro Ministro, Mishustin, em detrimento do veterano Medvedev. Shoigu foi substituído pelo civil economista Andrei Belussov, e torna-se Secretário do Conselho de Segurança, cargo anteriormente ocupado por Nikolai Patrushev, que também foi afastado do cargo.

Shoigu foi Ministro da Defesa desde 2012 e personificou a estabilidade colaboracionista dos vários governos de Putin, tal como o chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, que mantém a sua posição como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em junho do ano passado, houve um motim entre os combatentes militares do grupo Wagner, liderado por Yevgeni Prigozhin, que por sua vez morreu posteriormente em um “estranho” acidente de avião. Prigozhin acusou Shoigu de retardar uma ofensiva final contra Kiev, o que teria motivado o fracassado motim contra o Kremlin.

Anteriormente a polícia russa prendeu o vice-ministro da Defesa, Timur Ivanov, supostamente com a justificativa de aceitar subornos. Putin aprovou a prisão e Ivanov está atualmente sob custódia até 23 de junho. O empresário Sergei Borodin também está envolvido no crime.

Belussov não é militar, mas um tecnocrata economista. Foi primeiro vice-presidente do último governo desde 2020 e um dos principais conselheiros econômicos de Putin nos últimos anos. O futuro político de Nikolai Patrushev, ex-Secretário do Conselho de Segurança desde 2008 e anteriormente chefe do FSB durante os dois primeiros mandatos de Putin no Kremlin, será comunicado nos próximos dias, anunciou o Porta-voz Peskov.

O chefe dos serviços de inteligência estrangeiros (SVR), Sergei Naryshkin, mantém a sua posição, assim como o chefe do serviço de segurança (FSB), Alexander Bortnikov. Os representantes da Duma Estatal e do Conselho da Federação, as duas câmaras do Parlamento Russo, devem ratificar estas mudanças nesta próxima manhã de terça-feira.

A “semi-purga” de Shoigu não está totalmente esclarecida, e provavelmente nunca ficará elucidada. Porém fica cristalino que a postura vacilante do Kremlin diante das provocações terroristas do governo neofascista de Zelensky é o principal móvel político das atuais mudanças no governo Putin.