quarta-feira, 15 de maio de 2024

“VOUCHER ÚNICO” DE 5,1 MIL REAIS PARA CADA FAMÍLIA É ACINTE NEOLIBERAL CONTRA AS VÍTIMAS DA ENCHENTE NO RGS: LULA DEMAGOGO PAGUE JÁ INDIVIDUALMENTE PARA CADA PESSOA ATINGIDA DAS CHUVAS AUXÍLIO EMERGENCIAL DE 1 SALÁRIO MÍNIMO POR PELO MENOS 1 ANO

O governo Lula anunciou um “Voucher Único” de R$ 5,1 mil reais para famílias atingidas pela tragédia das chuvas no RGS. Cinicamente o velhaco petista afirmou que esse mísero recurso seria para “o povo gaúcho reconstruir suas vidas”. Trata-se um verdadeiro acinte neoliberal às vítimas das enchentes que perderam literalmente tudo o que tinham na vida. Se em condições normais 5,1 mil reais não dá para uma família de 4 pessoas sobreviver em meio a carestia capitalista imagina se essa “esmola” vai cobrir o custo de vida de pessoas desempregadas, doentes, sem casa, escola, comida e apenas com a roupa do corpo, agregando o cenário caótico que o valor da cesta básica no RGS está nas alturas com os empresários donos das grandes redes de supermercado cobrando valores estratosféricos por água e alimentos, lucrando com a dor dos trabalhadores! Não é demais lembrar que o salário mínimo do Dieese (que já é rebaixado!) é de 7 mil reais em valores de abril para 4 pessoas.

Lula foi forçado a anunciar seu demagógico “Vouche Único” após o bolsonarista Eduardo Leite (PSDB) decretar uma “ajuda” miserável de 2 mil reais por família dos valores arrecadados via PIX em doações financeiras dos brasileiros, montante gerido por uma associação de bancos e seu governo que ficará com um “gordo” percentual das doações a título de “taxa de administração”.

Ressaltamos que ambas as medidas de Lula e Leite vão ser pagas em parcela única, depois resta o famoso fique ao “Deus dará”! É preciso registrar também que esse valor único de R$ 5,1 mil abarcaria segundo os cálculos do governo federal apenas 200 mil famílias (um custo de apenas 1,2 bilhão milhões de reais) e a “ajuda” do governo estatual de R$ 2 mil para apenas 45 mil famílias, o que representa menos de 20% de toda população atingida pelas enchentes.

Contra esse embuste demagógico da gerência da Frente Ampla devemos exigir que Lula pague imediatamente o Auxílio Emergencial de um salário mínimo a cada atingido pela enchente, cada pessoa individualmente vítima das enchentes deve receber R$ 1,4 mil reais mensais durante o período de um ano (independente de quantos membros haja na família), sendo mantidos em paralelo obviamente os benefícios que já recebe com o Bolsa Família, Auxílio Doença ou o BPC, que não podem ser cortados pelo “pente fino” neoliberal que Haddad, o queridinho do “Deus Mercado” vem  fazendo seu corte fiscal para reduzir a renda do povo pobre de nosso país para pagar a famigerada dívida pública com os bancos.

O Auxílio Emergencial para todas as vítimas das enchentes do RGS trata-se de uma medida elementar de sobrevivência humana que deve ser defendida pelos sindicatos, movimentos comunitários e associações de moradores para que o dinheiro chegue nas mãos de quem realmente precisa e não dos parasitas burgueses que sempre ganham com a dor e sofrimento de nosso povo, como foi o pacote anunciado por Lula anteriormente de supostos 50 bilhões de reais, valor destinado de fato para banqueiros e empresários!

Como parte de uma programa político estratégico proletário mais geral defendemos que para barrar essa orgia canalha burguesa que lucra bilhões com a dor e morte do povo trabalhador gaúcho é preciso assim que o nível da enchente baixar discutir em assembleias operárias e populares a expropriação imediata dessas grandes empresas capitalistas (supermercados, farmácias, latifúndios, hotéis) colocando-as sob o controle dos trabalhadores organizados.

Do ponto de vista estatal, a organização imediata de conselhos do povo trabalhador eleito por democracia direta nos bairros e cidades atingidas para controlar a ajuda financeira, doações de alimentos/água e, fundamentalmente, se constituir de fato como um poder proletário independente das gestões burguesas corruptas. Comitês armados de defesa e mobilização são medidas práticas para garantir socorro e ajuda independente das forças estatais repressivas que a qualquer momento vão reprimir o povo faminto em nome da manutenção da ordem pública (burguesa!).

O Programa de Transição de Trotsky propõe nesses momentos de aguda crise capitalista (como vivemos no RGS) que na luta contra o desemprego se defenda um plano amplo e ousado de organização de grandes obras públicas, mas estas medidas só podem ter uma importância durável e progressista, tanto para o conjunto da classe operária quanto para os próprios desempregados, se fizerem parte de um plano geral estratégico, concebido segundo os interesses dos trabalhadores e como ponte de apoio da luta pela revolução proletária!

Como nos ensinou Lênin sob os escombros e destruição literais do Estado capitalista devemos construir um Estado Operário, a ditadura do proletariado contra a burguesia. Da crise capitalista precisa emergir um poder de novo tipo, alternativo as gerências da esquerda (Lula e PT) e da direita burguesa (Bolsonaro e Leite) que juntas não passam de parasitas a serviço da manutenção da ordem capitalista e suas negociatas podres.