A forte chuva que começou na noite de domingo (10) e se
estendeu pela segunda (11) provocou alagamentos em diversas regiões da Grande
São Paulo e bloqueou vias de acesso para a capital paulista. Não existem vias
de escoamento da água, os bueiros estão todos entupidos produto do sucateamento
e privatização da limpeza urbana no estado e na capital paulista pelos governos
tucanos. Dória e Covas usaram apenas um terço da verba de combate a enchentes
em 2017 e 2018. A gestão do ex-prefeito e atual governador paulista, João
Doria, e de seu sucessor, Bruno Covas, ambos do PSDB, gastou cerca de um terço
de toda a verba orçada para combate a enchentes e alagamentos na cidade de São
Paulo. De R$ 824 milhões destinados à realização de drenagens, só R$ 279
milhões (38%) foram gastos. Em obras e monitoramento de enchentes, estavam
previstos R$ 575 milhões, mas R$ 222 milhões (35%) foram gastos. Hoje, a
capital paulista registrou 601 pontos de alagamento, congestionamentos gigantescos,
com interdição das pistas expressa e central da Marginal Tietê e da Avenida do
Estado. Desabamento deixou 4 mortos e 2 feridos em Ribeirão Pires. Outras três
pessoas morreram afogados: dois na Avenida dos Estados e um no bairro Taboão,
em São Bernardo do Campo. Uma criança morreu após deslizamento de terra em Embu
das Artes, na Grande São Paulo. Os lugares mais afetados foram os bairros de
Vila Prudente e do Ipiranga, e as cidades do ABC. Os bombeiros contabilizam,
entre 0h e 6h, 601 ocorrências de enchentes, 34 quedas de árvore, 54
ocorrências de desabamento e 3 deslizamentos graves. Em Embu, na Grande São
Paulo, o deslizamento de terra sobre uma casa deixou três pessoas soterradas.
Uma das vítimas, uma criança, morreu no Hospital Geral de Itapecerica da Serra,
segundo a Defesa Civil estadual. A história não para de se repetir. Mais de 5
milhões de brasileiros vivem nestas mesmas “áreas de risco” segundo estudos
técnicos, a que se somam outros muitos milhares em morros e favelas que são
alvo de deslizamentos e desastres ano após ano. Os trabalhadores não têm como
pagar aluguéis caríssimos e são forçados a morar em locais vulneráveis e
perigosos, longe do centro e do trabalho. Como ocorre tragicamente todos os
anos, presenciamos mais um assassinato de trabalhadores por completa
irresponsabilidade dos governos tucanos de Dória e Covas. Além da ausência de
ações e obras para combater enchentes, Doria e Covas também reduziram os gatos
com a varrição de ruas, a quantidade de lixo recolhido e a capinação. A coleta
de lixo foi reduzia em, aproximadamente, 15%, em 2018. Varrição, capinação e
lavagem de ruas foram reduzidas em 19%, no mesmo ano. Ao mesmo tempo, as
reclamações por falta de limpeza, por meio da Central 156, subiram 30%. Apesar
de Doria e Covas alegarem problemas financeiros, ambos foram beneficiadas com
um significativo aumento da arrecadação de impostos. Entre 2016 e 2018, as
receitas correntes – IPTU, ISS, ITBI, ICMS, IPVA – cresceram 12,5%, no
conjunto. Apesar disso, a gestão Covas manteve baixos os investimentos na
cidade, em áreas como saúde, educação, controle de enchentes, transporte e
também os serviços realizados pelas subprefeituras. O caixa da prefeitura,
porém, chegou a receber R$ 7,3 bilhões, maior valor dos últimos seis anos. Os
dados do orçamento indicam que arrecadação superou em R$ 300 milhões o estimado
pela gestão Covas para 2018. Mesmo assim, o investimento total foi de R$ 1,8
bilhão. Em 2017, a situação foi mais grave, com investimento de apenas R$ 1,3
bilhão. Em 2016, último ano da gestão de Haddad, os investimentos foram de R$
2,6 bilhões, 44% a mais que no ano passado. Fica evidente que o capitalismo
mata e coloca cotidianamente a vida dos trabalhadores em risco, nossa tarefa é
liquidar esse modo de produção senil e organizar os trabalhadores para resistir
a seus golpes assassinos encobertos por “tragédias naturais”. Nossa
solidariedade nesse momento de dor para as famílias das vítimas, nosso chamado
a lutar contra o capitalismo assassino e seus gestores burgueses para quem a
vida do povo trabalhador não vale nada!