segunda-feira, 4 de março de 2019

MULHER BOLSONARISTA AGREDIDA POR UM ADVOGADO FASCISTÓIDE: O FEMINISMO POLICLASSISTA NÃO SERVE PARA COMBATER O MACHISMO NA SOCIEDADE CAPITALISTA... LUTAR CONTRA A OPRESSÃO DA MULHER É UMA TAREFA REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES!


Quando vimos o rosto repleto de hematomas de Elaine Caparroz, de 55 anos, agredida pelo advogado Vinicius Batista Serra, de 27 anos, por quase quatro horas no apartamento dela, na Barra da Tijuca, após marcar um encontro amoroso via as redes sociais logo ficou evidente que existia por trás daquela violência brutal uma pessoa doente, ou melhor, pessoas doentes no plural. Não estamos falando de um surto psicótico como alegou o cínico agressor para simular inocência, mas da doença social que campeia a sociedade capitalista: a agressividade extrema das relações no interior da classe média idiotizada e reacionária. Vinicius, além de advogado, é lutador de jiu-jítsu, faixa marrom e participante de diversos campeonatos. Elaine, uma bolsonarista declarada, é mãe de Rayron Gracie, também lutador, filho do “famoso” Ryan Gracie, um dos iniciadores do chamado “Vale Tudo”, antecessor das brutais lutas de UFC. Coincidência? Claro que não! A agressão brutal certamente foi uma espécie de vingança doentia contra o clã Gracie que controla uma rede de academias “top” no Rio. Circula nas redes sociais que Vinícius havia disputado campeonatos com membros do clã Gracie, segundo relatos além de ter sido derrotado nos “ringues” foi humilhado após o confronto, como é de “praxe” nestas cloacas humanas. No mundo das academias de UFC e das lutas de MMA, onde reina a barbárie e a agressividade, tudo é possível, “vale tudo”, até crimes venais desta natureza, tramados com todos os requintes de crueldade, como foi o caso em questão, tanto que Vinícius deu o nome falso na portaria em uma evidente ação premedita. Registre-se que por oito meses ele não teve contato pessoal com Elaine, só pelas redes sociais, quando conseguiu marcar o encontro amoroso foi executar seu plano macabro... Os Marxistas repudiam publicamente o agressor covarde fascistoide mas sem cair no apoio ao feminismo burguês de “mercado” que encobre as relações capitalistas mercenárias e vazias que geram crimes desta natureza bárbara, nesse brutal “vale tudo” que contagia cada vez mais as relações no interior da reacionária classe média de nosso país.

A vingança é um prato que se come frio” ensina o ditado popular. A própria Elaine suspeita que Vinícius Serra pode tê-la agredido por motivos de vingança. “Eu tenho um amigo que quer muito se vingar de alguém e ele pensa em matar essa pessoa. Nossa, meu amigo tá muito bravo! Ele quer realmente matar. O que você acha disso?’ Eu falei: ‘Nossa, que conversa, né? Que conversa mais louca, disse a paisagista ao ‘Fantástico', da 'TV Globo”. Também acredita que foi dopada pelo agressor, pois perdeu os sentidos depois de ter tomado um vinho servido por Vinicius, que em seu perfil em redes sociais tem fotos utilizando Kimono de Jiu-Jitsu. “Estava com ele na sala. Brindamos com vinho, e estava tudo ótimo. Em determinado momento da conversa, comecei a perder os sentidos. Eu perdi a noção, era como se eu estivesse delirando. Ainda me lembro dele já, no quarto, sem camisa, com o braço aberto dizendo para eu deitar no braço dele para dormimos juntos. Eu disse ‘ok’ e perdi os sentidos. Quando acordei, já no quarto, estava sendo esmurrada por ele. Acho com 99,9% de certeza que fui dopada por ele, disse ela”. Segundo a lutadora de jiu-jítsu Kyra Gracie, amiga e ex-cunhada da mulher agredida, Vinícius “não tem passagem por nenhuma academia ligada à família, mas por outras da cidade. ‘Ele passou por academias de um aluno faixa preta da nossa família, mas não diretamente em uma das nossas.”. Todos os elementos apontam para um crime premeditado cujo móvel é o ódio que campeia as relações da classe média alienada e idiotizada, fã das lutas de UFC, que lota os bares exigindo sangue, a maioria fascistóide eleitora de Bolsonaro, que é justamente a expressão política pública dessa escória conservadora e reacionária. Elaine, diga-se de passagem, é uma eleitora de Bolsonaro que estava se aproximando de um “garotão sarado” do mundo do “vale tudo”, o mesmo que quase lhe tira a vida, um clone de seu ex-marido, Rayn Gracie. O pai de seu filho teve um histórico assustador que o levou a morte. Ryan era considerado uma das grandes revelações da família Gracie, clã que espalhou o jiu-jítsu brasileiro e que também foi um dos responsáveis pela criação do UFC. No vale-tudo, ele chegou a disputar sete combates no Pride, do Japão, com cinco vitórias e duas derrotas.... Em 2000, Ryan havia sido preso por esfaquear uma pessoa em uma briga, em uma boate no Rio de Janeiro...Em 2007, morreu em uma delegacia paulista. O faixa-preta de Jiu-Jitsu foi preso e levado para a carceragem da 91º DP (Distrito Policial) de São Paulo, ao agredir pessoas e tentar roubar três veículos, sob o efeito de álcool e drogas. Poucas horas depois, o então lutador de 33 anos foi encontrado morto e o laudo inicial do Instituto Médico Legal apontou para “parada cardiorrespiratória provocada por overdose de cocaína”. Em resumo, todos os indícios levam a crer que Vinícius agiu por vingança do clã dos Gracie, possivelmente do filho ou do ex-marido de Eliane. 

O fundamental para além dos fatos “prosaicos” é entender que o pano de fundo desse crime cruel está diretamente ligado a realidade que atravessa nosso país tendo como principal base social um amplo setor da classe média imbecilizada, entorpecida e reacionária, um fenômeno que vem ganhando grande impulso mundial desde a liquidação contrarrevolucionária da URSS em 1991. Ampla parcela da pequena-burguesia patrocina abertamente as tendências neofascistas como parte de seu ódio de classe contra a “esquerda” e o “comunismo”, ao mesmo tempo que deseja holofotes para seu “glamour deslumbrado” diante da miséria do povo pobre duramente atacado pela crise econômica, que desgraçadamente acaba também sendo arrastado para a direita diante da desmoralização provocada pela política de conciliação de classes do PT. A agressão de Vinícius contra Elaine tem como pano de fundo esse panorama universal que vem ganhando força avassaladora no Brasil. Ambos fazem parte desse verdadeiro “ringue de UFC” de deslumbrados decadentes que se envolvem nesse perigoso jogo fatal das relações mercenárias na sociedade de classe capitalista com fortes tendências fascistas que se avoluma desde a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim.

A “esquerda” revisionista como PSOL e PSTU e seus satélites como o MRT-LER, além obviamente da própria frente popular (PT, PCdoB), sempre defende as “mulheres” (independente do caráter de classe) em geral via rígida aplicação da “Lei Maria da Penha” e as delegacias especializadas, tudo isso sem nenhum critério de análise marxista. Quando uma mulher é assassinada ou agredida, ainda que seja burguesa ou faça parte de seu submundo, esta esquerda “feminista” sem os menores princípios de classe, reivindica que o Estado capitalista intervenha como resolução policial para estes casos, configurando um campo completamente distante da luta de classes e do Marxismo Revolucionário. O mais escandaloso é que os que ontem defenderam a criação das delegacias da mulher para encarcerar os “operários machistas” hoje são devotos da reacionária “Lei Maria da Penha”, revelando assim a ausência de qualquer independência de classe na questão feminista. O que estes vestais defensores das “mulheres em geral” não dizem é que a mulher é encarada pelo sistema capitalista como uma mercadoria de consumo e quanto mais se adequar aos padrões de beleza capitalista mais se incorpora valor “agregado” a esta “mercadoria”, isto é, quanto mais bela pelos padrões dos mercados ocidentais, mais alto o valor do “produto” no leilão de seres humanos. Não à toa, disseminam-se em todo o mundo academias e clínicas estéticas, onde o culto ao corpo é a tônica e entendido como mais uma “necessidade” criada para o consumo de um produto. O proletariado deve denunciar esta questão como parte das barbaridades próprias do capitalismo senil a ser liquidado pela ação consciente da classe trabalhadora, com independência diante da burguesia e seus agentes, sejam de que sexo e cor forem Os Revolucionários defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas não omitem a verdade para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro dos marcos do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas.