Passado o Carnaval,
marcado por protestos populares espontâneos contra o governo
Bolsonaro e os desfiles politizados como os das Escolas de Samba
Tuiutí e Mangueira, que acabou consagrada campeã do desfile do
Sambódromo, é hora de organizar a Greve Geral. Para tanto é
preciso superar a política de paralisia imposta pela burocracia
sindical da CUT, controlada pelo PT. Vale registrar que a Mangueira
foi fundada em
dia 28 de abril de 1928 por Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela,
ou seja, homens do povo trabalhador, negros e pobres, Escola que nos
brindou neste ano com o enredo campeão desmascarando a história
oficial escrita pela burguesia.
Ficou evidente durante a folia que parcelas cada vez mais amplas da
população repudiam o governo de Bolsonaro e particularmente sua
ultra-neoliberal reforma da previdência. A resposta do neofascista
ao rechaço dos foliões foi postar um vídeo atacado o carnaval
“libidinoso”, acenando claramente para seu eleitorado evangélico
e conservador, que cresce a passos largos no lastro da onda
reacionária que varre o país diante da desmoralização imposta
pelas seguidas gestões da Frente Popular. O fato de enredos progressistas como da Mangueira e da Tuiutí tenham caído no gosto
da pequena-burguesia “engajada” ou o grito “Bolsonaro vai tomar
no cú!” ser ecoado por todo o país são apenas expressões do
ódio popular crescente ao gerente de plantão da burguesia.
Entretanto essa “puteza” justa é extremamente limitada e
dissipa-se rapidamente se não for organizada imediatamente a
resistência! Para que isso ocorra é preciso que a classe operária
entre em cena, o que está na ordem do dia com o anuncio do
fechamento da fábrica da Ford em São Bernando, berço do Lulismo e
do PT. Em paralelo, o parlamento irá começar a votar na CCJ da
Câmara dos Deputados a Reforma Neoliberal da Previdência, o que
exige uma resposta imediata de todos os trabalhadores e
particularmente das categorias mais organizadas (bancários,
petroleiros, correios, trabalhadores dos trasportes, metalúrgicos)
além dos movimentos MST e MTST. Desgraçadamente, a CUT e o PT levam
a luta em “banho maria” visando apenas o desgaste eleitoral de
Bolsonaro, "fritando" o fascista em vista de um futuro impeachment.
Essa perspectiva é suicida para o movimento operário porque coloca
para a burguesia uma saída imediata ainda mais dura diante de uma
crise prematura do seu fantoche. Os trabalhadores devem organizar a
resistência nas ruas e construir sua alternativa de poder operário
por fora da institucionalidade burguesa e do calendário eleitoral da
democracia dos ricos! Nesse sentido, é preciso um forte 8 de Março
nas ruas, apostar nos atos do dia 22 em todo o país e exigir em
assembleias de base a convocação da Greve Geral para o final de
Março! Passou o carnaval, o país se politizou nas ruas, é hora de
passar das palavras a ação!