PT e PSOL COMPÕEM FRENTE PARLAMENTAR DE COLABORAÇÃO DE
CLASSES COM PDT, PCdoB, PSB E REDE: “AMPLA UNIDADE DO CAMPO DEMOCRÁTICO” COM
GOLPISTAS E A REACIONÁRIA OLIGARQUIA GOMES
PSOL, PCdoB, PT, PDT junto com os golpistas PSB e Rede se
reuniram na tarde desta terça-feira (26), para apresentar um documento de
suposto repúdio à aprovação da Reforma da Previdência. Registre-se que a
oligarquia Gomes, que controla o governo petista no Ceará, é favorável à
aprovação do ataque neoliberal de Bolsonaro e já aplica o ajuste draconiano
onde administra. O PDT abriga Ciro Gomes que não se cansa de atacar a
“quadrilha do PT” com seu bordão “O Lula tá preso babaca!”. O líder da Bancada
do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS),
destacou a unidade dos partidos presentes à reunião “Esse é um gesto político
de profunda importância, que terá repercussões positivas, pois demonstramos
claramente à sociedade a capacidade real de articulação política que temos no
Congresso Nacional e também a mobilização da sociedade para ajudar a derrotar
essa proposta, que chamo de tentativa de destruição da Previdência pública no
Brasil”. Horas antes, o coordenador do MTST e ex-candidato à presidência da
República, Guilherme Boulos, também se reuniu pela manhã com representantes do
PSOL, PCdoB, PT e PSB com o objetivo promover a unidade política-eleitoral da
centro-esquerda burguesia diante do desgaste do governo Bolsonaro. “Hoje
reunimos eu, Fernando Haddad, Sônia Guajajara, Flávio Dino e Ricardo Coutinho
para reforçar a importância da unidade da oposição contra o desgoverno de
Bolsonaro”. No encontro da nova frente de colaboração de classes selaram uma
aliança em torno de quatro pilares de um típico programa socialdemocrata: a
defesa da democracia burguesa, a reivindicação de um “Brasil soberano” contra a
entrega das riquezas nacionais, a defesa do chamado “Estado de Direito” e por
fim colocam-se contra a reforma da previdência de Bolsonaro proposta por Paulo
Guedes. Tendo por base esta plataforma policlassista, o documento assinado
pelos representantes partidários conclui: “Essa reunião expressa o desejo de
ampla unidade do campo democrático para resistir aos retrocessos e oferecer
propostas progressistas para o Brasil”. Como nos ensina do dito popular “Para o
bom entendedor meias-palavra basta”, essa articulação visa estabelecer as bases
para uma frente político-eleitoral para atual no parlamento e nas eleições de
2020 surfando no desgaste prematuro do governo Bolsonaro. Esta unidade já havia
se expressado parcialmente nas eleições para a Câmara dos Deputados, sem o
PCdoB integrá-la por apoiar o neoliberal Rodrigo Maia (DEM) e na chapa única
para a mesa diretoria da Alerj, onde o PSOL votou no PT para presidir a Casa,
apoiando André Ceciliano, aliado confesso da quadrilha de Cabral e Pezão. Agora
essa unidade deve se expressar em uma atuação no Congresso Nacional e
fundamentalmente nas eleições municipais de 2020, onde estes partidos devem
marchar aliados em coligações nas capitais e cidades importantes. Também nos
sindicatos as “chapas únicas” entre as colaterais desses partidos (CUT, CTB,
CSB e Intersindical) já são uma realidade sob o pretexto da necessidade da
“ampla unidade” contra o governo Bolsonaro. Essa “nova” frente de colaboração
de classe não representa um ponto de apoio para a luta dos trabalhadores e sim
um obstáculo político para impedir o combate revolucionário de classe ao
governo Bolsonaro e suas reformas neoliberais que estão em pauta no corrupto
Congresso Nacional. Seu limite político-programático é a institucionalidade
capitalista, a defesa da democracia burguesa e a reivindicações de um programa
neodesenvolvimentista, todo esse arco “sonhando” em voltar ao Planalto para
aplicar a mesma receita de pequenas “compensações sociais” das gestões
petistas. A Casa Branca e a burguesia tupiniquim a ela servilmente associada
descarta no momento um possível retorno do PT ao governo central, fazendo com
que os esforços da Frente Popular em reeditar seu bloco burguês “progressista”
sejam inúteis. Entretanto essa articulação provoca a paralisia do movimento
operário, que caminha a “passos de tartaruga” no necessário combate ao “ajuste”
exigido pelos rentistas do mercado financeiro. Nesse sentido, as reuniões de
hoje devem ser denunciadas como mais um passo para subordinar o movimento de
massas a uma estratégia que visa capitalizar o justo ódio dos trabalhadores
para o terreno eleitoral, usando o desgaste do governo Bolsonaro para as
disputas das instituições burguesas, tanto que no documento não se convoca a
necessidade de se construir a Greve Geral e sim “oferecer propostas
progressistas para o Brasil”, ou seja, se lança como uma alternativa de
gerência burguesa diante da crise política em que encontra-se mergulhado o
governo.