terça-feira, 26 de março de 2019

PT e PSOL COMPÕEM FRENTE PARLAMENTAR DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM PDT, PCdoB, PSB E REDE: “AMPLA UNIDADE DO CAMPO DEMOCRÁTICO” COM GOLPISTAS E A REACIONÁRIA OLIGARQUIA GOMES


PSOL, PCdoB, PT, PDT junto com os golpistas PSB e Rede se reuniram na tarde desta terça-feira (26), para apresentar um documento de suposto repúdio à aprovação da Reforma da Previdência. Registre-se que a oligarquia Gomes, que controla o governo petista no Ceará, é favorável à aprovação do ataque neoliberal de Bolsonaro e já aplica o ajuste draconiano onde administra. O PDT abriga Ciro Gomes que não se cansa de atacar a “quadrilha do PT” com seu bordão “O Lula tá preso babaca!”. O líder da Bancada do PT na Câmara,  Paulo Pimenta (RS), destacou a unidade dos partidos presentes à reunião “Esse é um gesto político de profunda importância, que terá repercussões positivas, pois demonstramos claramente à sociedade a capacidade real de articulação política que temos no Congresso Nacional e também a mobilização da sociedade para ajudar a derrotar essa proposta, que chamo de tentativa de destruição da Previdência pública no Brasil”. Horas antes, o coordenador do MTST e ex-candidato à presidência da República, Guilherme Boulos, também se reuniu pela manhã com representantes do PSOL, PCdoB, PT e PSB com o objetivo promover a unidade política-eleitoral da centro-esquerda burguesia diante do desgaste do governo Bolsonaro. “Hoje reunimos eu, Fernando Haddad, Sônia Guajajara, Flávio Dino e Ricardo Coutinho para reforçar a importância da unidade da oposição contra o desgoverno de Bolsonaro”. No encontro da nova frente de colaboração de classes selaram uma aliança em torno de quatro pilares de um típico programa socialdemocrata: a defesa da democracia burguesa, a reivindicação de um “Brasil soberano” contra a entrega das riquezas nacionais, a defesa do chamado “Estado de Direito” e por fim colocam-se contra a reforma da previdência de Bolsonaro proposta por Paulo Guedes. Tendo por base esta plataforma policlassista, o documento assinado pelos representantes partidários conclui: “Essa reunião expressa o desejo de ampla unidade do campo democrático para resistir aos retrocessos e oferecer propostas progressistas para o Brasil”. Como nos ensina do dito popular “Para o bom entendedor meias-palavra basta”, essa articulação visa estabelecer as bases para uma frente político-eleitoral para atual no parlamento e nas eleições de 2020 surfando no desgaste prematuro do governo Bolsonaro. Esta unidade já havia se expressado parcialmente nas eleições para a Câmara dos Deputados, sem o PCdoB integrá-la por apoiar o neoliberal Rodrigo Maia (DEM) e na chapa única para a mesa diretoria da Alerj, onde o PSOL votou no PT para presidir a Casa, apoiando André Ceciliano, aliado confesso da quadrilha de Cabral e Pezão. Agora essa unidade deve se expressar em uma atuação no Congresso Nacional e fundamentalmente nas eleições municipais de 2020, onde estes partidos devem marchar aliados em coligações nas capitais e cidades importantes. Também nos sindicatos as “chapas únicas” entre as colaterais desses partidos (CUT, CTB, CSB e Intersindical) já são uma realidade sob o pretexto da necessidade da “ampla unidade” contra o governo Bolsonaro. Essa “nova” frente de colaboração de classe não representa um ponto de apoio para a luta dos trabalhadores e sim um obstáculo político para impedir o combate revolucionário de classe ao governo Bolsonaro e suas reformas neoliberais que estão em pauta no corrupto Congresso Nacional. Seu limite político-programático é a institucionalidade capitalista, a defesa da democracia burguesa e a reivindicações de um programa neodesenvolvimentista, todo esse arco “sonhando” em voltar ao Planalto para aplicar a mesma receita de pequenas “compensações sociais” das gestões petistas. A Casa Branca e a burguesia tupiniquim a ela servilmente associada descarta no momento um possível retorno do PT ao governo central, fazendo com que os esforços da Frente Popular em reeditar seu bloco burguês “progressista” sejam inúteis. Entretanto essa articulação provoca a paralisia do movimento operário, que caminha a “passos de tartaruga” no necessário combate ao “ajuste” exigido pelos rentistas do mercado financeiro. Nesse sentido, as reuniões de hoje devem ser denunciadas como mais um passo para subordinar o movimento de massas a uma estratégia que visa capitalizar o justo ódio dos trabalhadores para o terreno eleitoral, usando o desgaste do governo Bolsonaro para as disputas das instituições burguesas, tanto que no documento não se convoca a necessidade de se construir a Greve Geral e sim “oferecer propostas progressistas para o Brasil”, ou seja, se lança como uma alternativa de gerência burguesa diante da crise política em que encontra-se mergulhado o governo.