Neste 31 de Março completa-se 55 anos do sinistro Golpe de Estado que
deu origem a ditadura militar assassina no Brasil. Centenas de militantes de
esquerda foram mortos e perseguidos pela imposição de um regime de exceção
patrocinado pela burguesia e imperialismo ianque que controla até hoje o país, agora
pelas mãos de uma ditadura de classe da democracia burguesia que levou o
fascista Bolsonaro ao governo central pela via da fraude eleitoral. Alertamos que ao contrário
do “senso comum” amplamente difundido pela mídia capitalista e em parte
legitimado pela esquerda palatável, os nossos combatentes da ditadura não foram
mortos “lutando pelo restabelecimento da democracia”, tombaram no confronto
direto com as forças da repressão pela causa da revolução socialista, mais além
dos desvios políticos das direções reformistas e etapistas que hegemonizavam o
momento. A concepção da “democracia como valor universal” não permeava as mentes
de nenhum dos nossos heróis que deram suas vidas no combate revolucionário
contra a ditadura militar e não é a meta a ser buscada hoje pelos Marxistas
Leninistas. Neste ponto reside a contradição fundamental entre o regime de
“exceção” imposto ao país pelas classes dominantes e o conjunto da militância
socialista naquela etapa da luta de classes. Salvo alguns setores do “Partidão”
que já flertavam com uma “flexibilização” do leninismo em direção à social
democracia, o que anos depois daria origem ao chamado “eurocomunismo”, as
organizações de esquerda (como a ALN de Marighella) que se levantaram em armas
contra os facínoras adotavam a estratégia da defesa da ditadura do proletariado
versus ditadura capitalista, sob a forma concreta assumida em 64 de um regime
político militar. Somente após décadas, justamente na transição da ditadura
militar à democracia burguesa, regime por excelência do modo de produção
capitalista segundo Marx, irá acontecer a “metamorfose” da esquerda reformista
assumindo as teses do “triunfo” da democracia sobre o “autoritarismo
leninista”. Com a queda do Muro de Berlim em 1989, esta mesma esquerda, já
formatada a “Nova República”, se transfere definitivamente de “malas e
bagagens” para o campo “republicano” das instituições representativas do
capitalismo, como faz o PT hoje, completamente refém do jogo parlamentar
burguês mesmo em meio a escalada golpista. Um bom começo para colocar em
prática as lições do golpe de 1964 é somar-se as manifestações convocadas para
este 31 de Março, quando se completam os 55 anos do golpe militar de 1964 não
para defender a democracia burguesa mas para chamar pela derrota do governo Bolsonaro,
a reação burguesa e contra o ajuste neoliberal, através da construção da Greve
Geral! Nunca mais ditadura militar, mas combatendo com o mesmo vigor a ditadura
de classe da democracia burguesa! Lutemos hoje para derrotar a ofensiva
fascistóide da direita contra as parcas liberdades democráticas existentes em
nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado.
Tanto ontem como hoje a defesa das liberdades democráticas e das conquistas
operárias é uma tarefa revolucionária da classe operária organizada em sua luta
contra ditadura do capital e pela Revolução Socialista! Em memória de todos os
heróis do povo brasileiro que tombaram na brava resistência ao regime militar,
neste aniversário sinistro dos 55 do golpe militar afirmamos em uníssono: o Socialismo
triunfará historicamente sobre as cinzas dos fascistas que defendem a volta da
ditadura militar e dos neoliberais de todos os matizes políticos que na democracia
dos ricos via seus “governos eleitos” exploram os trabalhadores a serviço do
grande capital, da mesma forma que fizeram os generais assassinos!