quinta-feira, 24 de agosto de 2023

DECLARAÇÃO FINAL DOS BRICS REVELA A ESSÊNCIA DO “MUNDO MULTIPOLAR” SONHADO PELOS REFORMISTAS: "APOIAMOS UMA REDE DE SEGURANÇA FINANCEIRA GLOBAL ROBUSTA BASEADA EM COTAS E APOIADA PELO FMI"… 

“Apoiamos uma Rede de Segurança Financeira Global robusta e baseada em quotas e apoiada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional)”. A resolução final da cúpula dos BRICS reunida na África do Sul não deixa margem para dúvidas, os governos burgueses “bricianos” pretendem ingressar com maior protagonismo na governança global do capital financeiro como parceiros do FMI.

Entretanto, apesar da confissão explícita de que o BRICS quer ser uma agência financeira auxiliar do famigerado FMI, o que ocupou realmente todas as atenções seja da mídia corporativa ou mesmo da esquerda foi a questão da ampliação do bloco. Após longas discussões internas, e depois de ontem ter sido noticiado que qualquer decisão sobre a expansão do bloco seria adiada, foi resolvida a incorporação de seis novos países ao bloco: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos. Árabes. Estes países tornar-se-ão membros dos BRICS a partir de 1 de janeiro de 2024.

Pertencer aos BRICS poderia abrir a ilusão de que os outros países, a exceção do gigante chinês, terem acesso ao financiamento do seu Banco de Desenvolvimento (presidido formalmente pela brasileira Dilma Rousseff), embora para isso teriam que completar a contribuição da cota com a qual os países membros capitalizaram inicialmente esta instituição. Como é a China a grande cotista germinal, e esta só tem disposição em financiar projetos dos seus interesses econômicos, no imediato os novos membros  (e também os originários) não terão grandes aportes em termos de créditos vindo desde o banco de fomento.

Embora a iniciativa dos BRICS (inicialmente BRIC, que não incluía a África do Sul) tenha sido inicialmente proposta por Jim O'Neill, membro do comando do Goldman Sachs, para designar as oportunidades de investimento financeiro no interior deste grupo de países. Desta forma os governos neoliberais designados decidiram associar-se em 2008 como um bloco, mas nem de longe se propuseram a “construir um novo mundo”, como a esquerda reformista tenta vender este “conto de fadas”.