segunda-feira, 14 de agosto de 2023

“RAPOSA CUIDANDO DO GALINHEIRO”: LASSO CONVOCA O FBI PARA “INVESTIGAR” ASSASSINATO QUE ELE MESMO ENCOMENDOU COM O OBJETIVO DE APROFUNDAR O FECHAMENTO DO REGIME POLÍTICO

O presidente do Equador, o direitista Guillermo Lasso, solicitou apoio do FBI, a famigerada força polícia norte-americana, na investigação da morte do candidato à Presidência do país, Fernando Villavicencio. O pedido foi confirmado pelo próprio líder do Executivo, em postagem nas redes sociais. “A Agência Federal de Investigação e Inteligência dos EUA aceitou nosso pedido e nas próximas horas uma delegação chegará ao país”, disse Lasso em postagem. A notícia do apoio da polícia dos Estados Unidos repercutiu rapidamente. Um dos candidatos mais conservadores à Presidência, Otto Sonnenholzner, elogiou a decisão do governo do Equador de pedir ajuda na investigação do crime. “Essa cooperação para encontrar os responsáveis é uma boa notícia. Precisamos descobrir quais os reais motivos para o assassinato”, afirmou em entrevista demonstrando claramente que trata-se de uma investigação-farsa a serviço do próprio Lasso que encomendou o crime e do fechamento do regime político como deseja a Casa Branca para conter a revolta social contra seu moribundo governo pela via eleitoral manipulada.

Não por acaso, o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, expressou que o crime organizado se infiltrou no Estado, ao comentar o assassinato do candidato presidencial às eleições antecipadas Fernando Villavicencio. Correa declarou “O crime organizado, e esse é o ponto crucial, tem se infiltrado no Estado, tanto no Governo e no Judiciário, quanto na política em geral e também no poder público”.

Correa mencionou que para ele neste crime "existem ligações com policiais corruptos de alto escalão" devido a diferentes ações que ocorreram em torno do assassinato, embora esclareça que todas as hipóteses devem ser verificadas.

Disse isto depois de apontar as falhas que teriam sido cometidas na segurança do candidato, que "estava ameaçado" e "era um dos homens mais protegidos do país". "Apesar disso, eles o tiram pela porta da frente (do auditório onde deu o comício), sem colete, sem capacete, em um caminhão, nem em um carro blindado, sem as menores precauções. Os pistoleiros vêm de do outro lado, atiram e o matam", disse Correa.

Em relação a um dos vídeos que circulou sobre o ataque, Correa comentou que "está claro que todos os protocolos (de segurança) foram quebrados. Como entender isso?". Além disso, o ex-presidente criticou que ao prender um dos supostos pistoleiros, que segundo a Procuradoria-Geral da República (FGE) estava gravemente ferido, ao invés de levá-lo a um hospital, o mobilizam para a Unidade de Flagrantes, onde morre — em sua opinião —  "em condições muito misteriosas" .