domingo, 17 de setembro de 2023

A CIA PREPARA UMA “REVOLUÇÃO COLORIDA” NA INDONÉSIA: PAÍS JÁ SOFREU UM GOLPE MILITAR QUE ASSASSINOU 500 MIL ATIVISTAS DA ESQUERDA 

A Indonésia sofreu o golpe militar mais sangrento de toda a história da luta de classes. Em 1965, sob a liderança do genocida general Suharto, apoiado militarmente pelo imperialismo norte-americano, um golpe de Estado derrubou o governo nacionalista burguês do presidente Sukarno, sob o pretexto de deter o “avanço comunista”. Foi um verdadeiro banho de sangue que vitimou mais de 500 mil ativistas da esquerda, em sua grande maioria comunistas. Agora, depois de 30 anos consecutivos de regime militar a CIA prepara uma “revolução colorida” na Indonésia, que atualmente está sob a égide de um governo da chamada “centro-esquerda” e que cede cada vez mais espaço político para o crescimento da velha extrema direita no país.

Documentos vazados por jornalistas independentes revelam que a CIA, através da fachada de uma ONG chamada NED, está lançando as bases materiais para impulsionar uma “revolução colorida” na Indonésia. A intervenção da “agência de inteligência” do Deep State ianque ocorre no contexto político em que se aproxima o fim do  atual mandato do presidente Joko Widodo, que não poderá concorrer a reeleição para um terceiro mandato.

Um acompanhamento minucioso das atividades do NED no país mostra que as suas ações golpistas têm a aumentado de volume. Antes das próximas eleições, estão financiando várias ONG’s e, mais importante ainda, uma dezena de partidos políticos e candidatos de todo o espectro ideológico da esquerda reformista até a extrema direita.

Os arquivos vazados revelam relatórios semanais enviados do escritório indonésio do Instituto Republicano Internacional (IRI) para a sede da CIA em Washington durante os meses de junho, julho e agosto de 2023. O IRI é um componente central do NED, que normalmente trabalha com organismos locais do aparelho clandestino de segurança militar.

De acordo com o manual das “revoluções coloridas”, espera-se que os próximos resultados eleitorais sejam contestados, caso o resultado não favoreça o candidato apoiado diretamente pelo Departamento de Estado dos EUA. De acordo com as evidências da conjuntura nacional, já existem provas do  financiamento do NED para organizar “protestos populares” em todo o populoso país asiático de maioria muçulmana.

O atual presidente neoliberal, Widodo, é o primeiro político burguês que não pertence à elite militar estabelecida do país desde a sua independência dos Países Baixos (Holanda) em 1949. O contexto geopolítico também é importante para compreender o interesse dos Estados Unidos em colocar um novo gerente na Indonésia. A cúpula China-ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) realizou-se recentemente na Indonésia o que não agradou em nada a Washington. Lembrando que o bloco ASEAN continua sendo o maior parceiro comercial de Pequim e que a Indonésia é fundamental para a arquitetura econômica da “Rota da Seda”.