sexta-feira, 22 de setembro de 2023

PRESIDENTE SÉRVIO USOU A TRIBUNA DA ONU PARA DENUNCIAR O IMPERIALISMO: “AS TENTATIVAS DE CORTAR EM PEDAÇOS MEU PAÍS AINDA NÃO TERMINARAM” 

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, discursou nesta última quinta-feira (21/09) na sessão plenária da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque. O líder nacionalista sérvio denunciou a duplicidade dos países imperialistas ocidentais, que a partir da plataforma da ONU enfatizam o seu compromisso com o “princípio da integridade territorial e soberania dos Estados”, ao mesmo tempo que violam estes mesmos princípios ao reconhecerem a “independência do Kosovo”, uma operação separatista forjada militarmente pela OTAN.

“A tentativa de cortar meu país em pedaços, que começou formalmente em 2008 com a declaração unilateral de independência do Kosovo e Metohija, ainda não terminou”, declarou Vucic, sublinhando que precisamente este precedente de violação da integridade territorial da Sérvia, iniciada em 1999, foi um dos precursores visíveis de numerosas intervenções imperialistas que diferentes países enfrentaram, como o Iraque, Líbia e a Síria.

Em seu discurso, o dirigente sérvio acusou os países ocidentais de violarem a Carta da ONU e as resoluções da organização sobre o conflito no Kosovo e destacou a duplicidade dos países ocidentais, que a partir tribuna da ONU sublinham o seu compromisso com o princípio da integridade territorial e soberania dos Estados, ao mesmo tempo que reconhecem a “independência do Kosovo”.

“Quase todas as potências ocidentais violaram brutalmente tanto a Carta como a Resolução 1244 da ONU [Decisão sobre a resolução do conflito entre as autoridades da antiga Iugoslávia e do Kosovo em 1999], que tinha sido adoptada nesta renomada Organização, pois negaram e violaram precisamente esses princípios. que estão defendendo hoje”, declarou Vucic. 

O presidente sérvio destacou que há 24 anos, 19 países decidiram “atacar e punir brutalmente um país soberano em solo europeu” e depois do covarde ataque “disseram que a questão do Kosovo é uma questão democrática e que seria resolvida de acordo com a Carta das Nações Unidas , e outros documentos de direito internacional”. Depois desta violação dos princípios do direito internacional, segundo Vucic, os países da OTAN não pararam e decidiram em 2008 reconhecer a “independência do Kosovo”, violando mais uma vez os documentos formais da ONU.

A OTAN assumiu o controle de Kosovo em 1999, depois de travar uma guerra aérea de 78 dias contra a (Iugoslávia)Sérvia, apoiando os reacionários separatistas de etnia albanesa. Embora a Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU tenha confirmado a integridade territorial da Sérvia, o governo provisório de Pristina(maior cidade de Kosovo)declarou a independência em 2008. A recusa de Belgrado em reconhecer a secessão foi apoiada por cerca de metade dos países da região, incluindo a Rússia.