APÓS ENCONTRO DE LULA COM BIDEN... BRASIL SE COMPROMETE A FORNECER ARMAS E TREINAMENTO PARA POLÍCIA DO HAITI REPRIMIR LUTA CONTRA O GOVERNO TÍTERE DO IMPERIALISMO IANQUE
As forças de repressão brasileiras devem voltar a atuar no Haiti. O governo Lula após o encontro com Biden nos EUA decidiu fornecer treinamento à Polícia Nacional do Haiti (PNH) além de armas e bombas fabricadas pela empresa Condor. "Há, de fato, o comprometimento do governo brasileiro como um todo em apoiar a capacitação das forças de segurança do Haiti. É uma iniciativa que vem sendo coordenada pelo Ministério de Relações Exteriores em conjunto com a Agência Brasileira de Cooperação e com a Polícia Federal (PF)", afirmou o delegado Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal (PF). Usando como cínico pretexto os "distúrbios urbanos" que vêm acontecendo no Haiti, a ONU encomendou à Condor 30 mil projéteis de gás lacrimogêneo e lançadores dessa munição para a manutenção da lei e da ordem burguesa no país visando sustentar seu o governo títere do imperialismo. Discutida há meses em Brasília, a disposição do Brasil foi comunicada ao primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, pelo próprio Lula após o encontro com Biden.
A cooperação entre as polícias seria o modo pelo qual o Brasil estaria disposto a cumprir o que lhe pediu Biden. Nas próximas semanas, uma equipe da Academia Nacional da Polícia Federal irá a Porto Príncipe para concluir um diagnóstico sobre as principais necessidades das forças policiais do país. Segundo Urquiza, a ideia é que se tenha ao menos uma primeira turma de policiais haitianos, com algo entre 80 e 100 alunos, já treinados ainda este ano, em Brasília, e possivelmente outras centenas submetidos a treinamentos em território haitiano. "Nós queremos apoiar as forças de segurança do Haiti para que eles tenham condições de manter a atividade de segurança pública no país. Esse é o compromisso do governo brasileiro, da Polícia Federal, para que eles sejam autossuficientes em relação à segurança pública", diz Urquiza.
A concretização da cooperação depende hoje da aprovação,
pelo Conselho de Segurança da ONU, de uma Força Multinacional policial não
comandada pela ONU. Em carta ao Conselho, no último dia 15, o Secretário-Geral
da ONU, António Guterres, exortou os membros do Conselho (do qual o Brasil faz
parte como integrante temporário) a chancelar "uma força policial
multinacional especializada e capaz, habilitada por meios militares, coordenada
com a polícia nacional (haitiana)".
O comando desta Força Multinacional seria do Quênia - que se
comprometeu a enviar mil policiais e já remeteu uma delegação ao Haiti mas
contaria com missões ostensivas de outros países caribenhos de língua inglesa,
como Jamaica e Bahamas. A participação brasileira ficaria responsável pelo treinamento
policial.
Segundo o delegado Urquiza, a Polícia Federal teria condição
de oferecer capacitação para grupos táticos de pronta intervenção, mas só será
possível saber se essas ferramentas são suficientes ou se seria necessário
parcerias com polícias militares ao final do diagnóstico a ser feito neste mês
de setembro.
Caso se mostre necessário envolver as polícias militares, de
acordo com três diplomatas com conhecimento das negociações a tendência é de
que o Brasil ofereça aos haitianos parceria com destacamentos de elite das
polícias que atuem em áreas brasileiras com desafios similares e que já tenham
antes atuado no Haiti, como o Batalhão de Operações Especiais da Polícia
Militar do Rio de Janeiro (Bope).
Desde seu início, o governo Lula enfrentou pressão, especialmente dos Estados Unidos, para voltar a liderar algum tipo de ação militar no país. "Tanto os Estados Unidos quanto o Brasil estão profundamente preocupados com a situação no Haiti. Durante sua visita ao Brasil em maio, o secretário adjunto (Brian) Nichols conversou com os líderes brasileiros sobre as opções para abordar a questão e (eles) se comprometeram a trabalhar juntos para abordá-la de forma mais direta, principalmente no Conselho de Segurança. Estamos envolvendo o Congresso enquanto trabalhamos para garantir recursos para apoiar uma Força Multinacional (policial) no Haiti e com a comunidade internacional para fornecer financiamento, equipamento, treinamento e pessoal", afirmou um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Os EUA apresentarão uma proposta sobre a Força Multinacional para votação do Conselho de Segurança a qualquer momento com o apoio do capacho governo Lula.