OPERÁRIOS DEFLAGRAM GREVE UNIFICADA NAS MAIORES MONTADORAS NOS EUA:
LUTA DIRETA DO PROLETARIADO CONTRA O GOVERNO BIDEN E A EXPLORAÇÃO CAPITALISTA!
Trabalhadores de três das maiores fábricas de veículos dos Estados Unidos iniciaram uma greve durante a madrugada desta sexta-feira (15/09). A paralisação atinge fábricas da General Motors, Ford e Stellantis - que, juntas, respondem pela produção de mais da metade dos cerca de 15 milhões de veículos vendidos no país anualmente. Essa é a primeira vez nos 88 anos de história do United Workers Auto (UWA), sindicato dos trabalhadores de montadoaras, em que ocorre uma paralisação simultânea. Ao todo, a greve envolve cerca de 12,7 mil trabalhadores, de um total de cerca de 146.000 trabalhadores fabris em todo país.
O sindicato que representa a categoria afirmou que a paralisação deve interromper a produção de 24 mil veículos por semana. Mas, as companhias também possuem veículos prontos em estoque, o que poderia manter as vendas ativas, mesmo com a redução na receita. Em contrapartida, se o movimento se tornar uma greve geral nas montadoras norte-americanas, isso poderia causar uma perda de até US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) nos lucros de cada empresa por semana, segundo levantamento do Deutsche Bank.
A greve foi resultado de uma demanda sindical por uma parcela maior no pagamento de lucros gerados pela venda de caminhões, além de maior segurança nos empregos. A mídia norte-americana informa que os trabalhadores e as empresas discutiram sobre as condições desejadas até tarde da noite, mas não chegaram a um acordo.
O sindicato pediu um aumento de 40%, enquanto as montadoras ofereceram um reajuste de até 20%. No entanto, a contraproposta das empresas não incluía os principais benefícios exigidos pela categoria.
A Ford disse que as propostas do sindicato duplicariam os custos trabalhistas nos Estados Unidos. Já a Stellantis, que controla a Chrysler, afirmou que vai tomar decisões estruturais para proteger a empresa. A GM afirmou cinicamente que estava "desapontada" com a paralisação, mas que deseja continuar as negociações.
Atualmente, a indústria de carros dos Estados Unidos faz uma transição para focar na produção de veículos elétricos como exige a Governança Global capitalista. No entanto, existe o receio por parte da categoria de que isso provoque demissões na produção de itens automobilísticos voltados para carros à combustão.
Com o governo dos EUA investindo bilhões em incentivos para a produção de carros elétricos, o impasse também se tornou uma questão política. O sindicato, por exemplo, não apoia a reeleição de Joe Biden e denunciar sua subserviência aos ditames das grandes corporações.