sábado, 23 de setembro de 2023

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A SERVIÇO DA BIG PHARMA: GRANDES LABORATÓRIOS PLANEJAM CRIAR NOVOS MEDICAMENTOS BASEADOS EM TESTES VIRTUAIS PARA REDUZIR CUSTOS DA PRODUÇÃO E AMPLIAR SEUS LUCROS

O desenvolvimento de um novo medicamento requer em tese extensa pesquisa em laboratórios com equipes de cientistas que avaliam metodologicamente os dados e resultados de múltiplos ensaios que contribuem para a descoberta de potenciais compostos para sua preparação. O uso de inteligência artificial (IA) e algoritmos de aprendizado de máquina ajudará a Big Pharma a reduzir os custos de fabricação de medicamentos, bem como a acelerar o tempo de colocação no mercado para engordar seus lucros. Essas tecnologias poderiam investigar e cruzar dados com base em informações de centenas de experimentos laboratoriais, com o objetivo de  identificar moléculas promissoras para a criação de medicamentos sem qualquer testes em animais e humanos para acelerar sua chegada no mercado. O banco de investimento Morgan Stanley estimou que, nos próximos dez anos, o desenvolvimento de medicamentos de IA poderá gerar cerca de 50 novas terapias no valor de mais de 50 bilhões de dólares. Por outro lado, o relatório anual da Convenção sobre Ingredientes Farmacêuticos (CPHI) sugeriu que aproximadamente 50% dos medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA até 2030 envolverão IA no seu desenvolvimento e produção.

Atualmente, algumas empresas de biotecnologia estão conduzindo ensaios clínicos de medicamentos baseados em IA em humanos. No entanto, há um caso documentado recente de um novo medicamento para tratar a esquizofrenia feito com IA que falhou em dois ensaios clínicos de fase final antes de ser aprovado para uso.

Confiando na IA para criar medicamentos inovadores face às possíveis dúvidas geradas pela utilização da IA ​​no setor farmacêutico, incluindo o eventual desinteresse por esta tecnologia, o diretor executivo da empresa Dotmatics, Thomas Swalla, apresentou os seus argumentos sobre como este sistema informático ajudará a fabricar novos e rentáveis tratamentos.

Segundo Swalla, as empresas farmacêuticas estão a adoptar novas infra-estruturas e ferramentas informáticas para gerir grandes quantidades de informação através da criação de bases de dados, que serão posteriormente utilizadas para encontrar, desenvolver e fabricar medicamentos.