ÁFRICA REBELADA: NÍGER, MALÍ E BURKINA FASO CRIAM UMA ALIANÇA DE DEFESA ANTI-IMPERIALISTA
Segundo a declaração recentemente assinada pelos presidentes dos três países africanos, as suas forças armadas responderão conjuntamente a qualquer agressão imperialista realizada contra uma das nações aliadas. Os chefes de Estado do Mali, Níger e Burkina Faso assinaram este sábado (16/09) um documento que estabelece a Aliança dos Estados do Sahel (AES) com o objetivo de criar “uma arquitetura de defesa militar coletiva e assistência mútua”, anunciou o presidente Maliano, Coronel Assimi Goita.
O documento conjunto chama-se “Carta Liptako-Gourma” (em referência à região do noroeste da África que faz parte do Sahel). Por parte do Burkina Faso, o signatário foi o presidente interino, Capitão Ibrahim Traoré, e por parte do Níger, o presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, Brigadeiro-General Abdourahmane Tchiani.
“Qualquer ataque à soberania e integridade territorial de
uma ou mais partes signatárias da aliança será considerado uma agressão contra
as outras partes e dará origem a um dever de assistência [...], incluindo o uso
da força armada para restaurar e garantir segurança", afirma uma das
cláusulas da declaração.
Enquanto o Níger corre o risco de uma intervenção militar por parte da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que suspendeu a adesão do Níger após o golpe de Estado ocorrido em julho passado, o Mali luta contra uma insurgência ligada ao extremismo islâmico e, durante a última semana, as hostilidades por parte de grupos armados de tribos tuaregues têm retomado a ação.
Por esta razão, Assimi Goita reuniu-se recentemente com o vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov, com o ministro da Defesa do Níger, Salifou Modi, além do ministro da Defesa do Mali, Sadio Camara. No final do mês de Agosto, a junta militar do Níger autorizou as Forças Armadas dos seus dois países vizinhos a intervir no seu território “em caso de agressão estrangeira”. A onda popular anti-imperialista que varre a África tem provocado uma mobilização progressista por parte de setores das Forças Armadas. Os Marxistas Leninistas devem intervir nesse processo histórico, no sentido de fazer avançar a consciência de classe dos trabalhadores africanos, na direção da revolução socialista.