segunda-feira, 29 de julho de 2019

NEOFASCISTA ATACA A MEMÓRIA DE FERNANDO SANTA CRUZ, MILITANTE DA APML: EM DEFESA DOS NOSSOS HERÓIS QUE TOMBARAM NA LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR ASSASSINA! BOLSONARO MERECE O MESMO FIM QUE O PROLETARIADO ITALIANO DEU A MUSSOLINI!


O neofascista Bolsonaro atacou nesta segunda-feira a memória do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. O canalha ex-capitão do Exército declarou “Se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu, eu conto para ele”. Seu pai, Fernando Santa Cruz foi militante da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), sendo assassinado pela ditadura militar em 1974. Uma fração dessa organização incorporou-se ao PCdoB em maio de 1973. Antes mesmo da fração majoritária se incorporar ao PCdoB, a AP já fazia ações guerrilheiras da luta armada, como foi o corajoso ataque ao Aeroporto de Guararapes em 1966. O pai de Felipe, Fernando Augusto Santa Cruz, desapareceu após ter sido preso em 22 de fevereiro de 1974 pelo DOI-CODI no Rio de Janeiro. Então com 26 anos, o pai do atual presidente da OAB integrava a APML. Foi reconhecido como desaparecido político apenas em março de 2014 pela Comissão da Verdade. Dá boca de Bolsonaro, fã assumido do torturador e chefe do DOI-CODI/SP coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, somente poderia sair tamanho ataque aos que tombaram na luta contra os genocidas fardados. Se o sórdido Bolsonaro quer revelar ao presidente da OAB como a ditadura assassinou seu pai, nós Revolucionários Comunistas lutamos para que o neofascista tupiniquim tenha o mesmo fim de Mussolini, o ditador italiano foi executado pelas milícias populares na Itália em 1945, sendo exposto em um poste, enforcado em Praça Pública como um símbolo da vitória da luta revolucionária.

Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, nascido em Recife, em 20 de fevereiro de 1948, estudava Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF) e trabalhava como funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo. Integrante da Ação Popular Marxista-Leninista, militava no movimento estudantil desde 67, quando era secundarista e participou de atos contra o acordo do MEC com a Usaid. Em fevereiro 1974, Fernando, que havia se mudado para São Paulo, passava o carnaval no Rio de Janeiro. Segundo a Comissão da Verdade, no dia 23, foi encontrar um amigo, Eduardo Collier Filho, que sofria um processo na Justiça Militar. Avisou aos familiares que, caso não voltasse até ás 18h, estaria preso. Não voltou. Então, os parentes de Fernando foram até a casa de Eduardo em busca de notícias e souberam que os dois haviam sido levados pelo Exército, possivelmente por agentes do DOI-CODI do I Exército, Rio de Janeiro. Depois desse dia eles nunca mais foram vistos. Os familiares foram atrás do jovem de 26 anos no DOI-CODI do Rio de Janeiro e no DOI-CODI do II Exército, de São Paulo, mas receberam informações contraditórias e não conseguiram contatá-lo. Eles, então, passaram a buscar “superiores” e a enviar cartas ao comando do Exército, à primeira dama dos Estados Unidos, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a Dom Helder Câmara e a outras lideranças. O caso foi levado pela Anistia Internacional ao Tribunal Bertrand Russel e pressionou o Estado Brasileiro, que reafirmou a condição de clandestino. No entanto um documento de 1978 do Ministério da Aeronáutica assume que Fernando foi preso em dia 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro. A partir daí há duas possibilidades: a primeira é a deles terem sido levados para o DOI-CODI/SP, segundo primeira informação obtida pela família, e sepultados no Cemitério Dom Bosco, em Perus; a segunda é a deles terem sido mandados para a Casa da Morte, em Petrópolis, e seus corpos levados para incineração em uma usina de açúcar. Nas conclusões da Comissão Nacional da Verdade, o que aconteceu com Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi: “preso e morto por agentes do Estado brasileiro e permanece desaparecido, sem que os seus restos mortais tenham sido entregues à sua família. Essa ação foi cometida em um contexto de sistemáticas violações de direitos humanos perpetradas pela Ditadura Militar instaurada no Brasil em abril de 1964”.

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, decidiu interpelar o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) pelas declarações que ele deu sobre o seu pai. Santa Cruz já constituiu o advogado Cesar Brito para entrar com uma ação no STF “para que o presidente diga o que sabe” sobre a morte de Fernando Santa Cruz, ocorrida em março de 1974. Com essa declaração, Bolsonaro se tornou cúmplice de um assassinato e réu confesso de um crime da ditadura. Como Marxistas Revolucionários defendemos nossos heróis que tombaram na luta contra a ditadura militar! Essa defesa não será pela via das instituições carcomidas do regime burguês, como o STF, mas através da luta direta revolucionária para derrubar o governo desta fascista canalha! Pior, grupos revisionistas do trotskismo como o Resistência (PSOL) pedem que “Bolsonaro, respeite os mortos da ditadura militar”, ou seja, esses reformistas exigem que um fascista assassino respeita nossos mortos, quando eles são os que os perseguiram e mataram! A posição da Resistência demostra sua completa ilusão na democracia burguesa e demonstram que não se referenciam pela luta de classes e o Marxismo, na medida que com fascistas como Bolsonaro o movimento operário deve lutar pela derrubada de seu governo através da violência revolucionária. Por sua vez, não tem qualquer sentido, o que afirma o PSTU de que “o pai do atual presidente da OAB integrava a Ação Popular e nunca participou da luta armada” como uma tentativa covarde e reformista dos Morenistas de esconderem a opção de Fernando Santa Cruz pelo combate em armas contra a ditatura, em uma tentativa de “suavizar” aos olhos da opinião pública pequeno-burguesa a honrada trajetória de militante da luta armada de Fernando Santa Cruz. Em nome da LBI declaramos que o incontestável heroísmo na luta contra a ditadura militar, fazem de Fernando Santa Cruz um herói dos trabalhadores brasileiros e de sua vanguarda comunista, cuja defesa incondicional deve ser feita pelos trotskistas, apesar de todas as divergências programáticas que temos com a guerrilha foquista!