segunda-feira, 12 de outubro de 2020

GREVE GERAL NO GIGANTE ASIÁTICO: INDONÉSIA SE MOBILIZA CONTRA A REFORMA TRABALHISTA NEOLIBERAL

A Indonésia, 4º país mais populoso do planeta, e o terceiro da Ásia (somente atrás da China e Índia) com cerca de 260 milhões de habitantes, vive uma das maiores greves políticas dos últimos anos, uma greve geral contra o governo Joko Widodo que busca, como em muitas partes do mundo, tirar proveito do  a pandemia, imposta pelo capital financeiro e seu braço sanitário OMS, para implementar uma terrível reforma trabalhista neoliberal que espreme o povo à asfixia e ainda descarrega a crise do capitalismo nas costas  dos trabalhadores.

As medidas não são muito diferentes daquelas que se pretendem impor em países periféricos do capitalismo. A justificativa do governo para impor a nefasta reforma chamada "Lei Omnibus" é que o investimento estrangeiro, principalmente da China, migrou para outras partes do mundo, então o que os gerentes neoliberais buscam é baixar o custo da mão de obra e piorar as condições do proletariado para que os capitalistas explorem a classe trabalhadora livremente. 

Segundo algumas lideranças sindicais da Indonésia existem cerca de 70 leis que o governo pretende modificar, todas com o objetivo de eliminar a licença-maternidade, eliminar a hora de trabalho, eliminar o pagamento de horas extras e reduzir ao mínimo a indenização por rescisão.  sem justa causa, promove a subcontratação e transforma a forma de remuneração na generalização da hora de trabalho. Soma-se a isso um pacote de medidas para desproteger o meio ambiente e dar ao capital rédea solta para continuar destruindo a natureza sem limites. A mesma receita global do imperialismo para os povos 

Para a classe operária, o governo Widodo (Partido Democrata Indonésio) não passa um covil de ladrões e corruptos que aproveitaram as condições de isolamento social impostas pela pandemia do coronavírus para implementar suas medidas de resgate dos ricos, tanto do país como dos imperialistas que ali estão para espoliar a nação. 

As massas na Indonésia vão para as ruas, a greve geral é a forma como as pessoas enfrentam o governo e, como em muitas partes do mundo, os gerentes de turno levantam suas vozes e jogam seus cães assassinos da polícia, argumentando que  que as mobilizações violam as normas do país e aumentam a difusão da COVID-19. Não é estranho, a verdade é que pretendem manter o povo de olhos vendados com o medo e de mãos atadas para a luta, impor todas as medidas que tiram tudo dos trabalhadores para salvar o lucro dos ricos. 

As ruas de Jacarta, a capital, estão enfeitadas com a maré incontável do povo, que entende que hoje é preciso agarrar com firmeza a arma da greve, que os apelos do governo para manter o isolamento e não sair às ruas são uma fraude. Este é um movimento farsante para imobilizar a luta revolucionária, quando na realidade, assim como o povo pode sair para trabalhar e produzir lucros, com mais razão que pode e deve fazê-lo para enfrentar seus inimigos de classe. Desgraçadamente a esquerda reformista repete como papagaio as determinações da OMS, orientando as massas a ficarem em casa, isoladas e com pânico da pandemia de mentiras. 

Os confrontos violentos chegaram nas principais cidades do país, a paz social entre as classes inimigas é apenas um sofisma de distração usado por governos de colaboração de classes para imobilizar, enquanto lançam seus cães de guarda para espancar e matar os manifestantes. É por isso que é urgente a unidade internacional dos trabalhadores contra o engodo do “isolamento social” e as ações repressivas dos governos burgueses “democratas” em nome de seguir os protocolos da OMS.