TOQUE DE RECOLHER NA FRANÇA: O NEOLIBERAL MACRON INICIA UMA
CRUZADA DE ATAQUE AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS EM NOME DA “REPRESSÃO SANITÁRIA”
O reacionário presidente Macron tornou público ontem (13/10) o anúncio da imposição de um toque de recolher que regerá pelo menos as próximas quatro semanas nas grandes cidades da França. Com efeito, a partir deste sábado, a circulação será proibida das 21h00 às 18h00, nas principais aglomerações do país. O presidente justificou a medida referindo-se ao aumento dos casos de covid-19 registrados desde o início do ano letivo em setembro. Para o governo, essa imposição seria a forma de conter o avanço da “segunda onda” do coronavírus e evitar o colapso do sistema de saúde, uma falácia completa para justificar uma “repressão sanitária” sem precedentes históricos na democracia imperialista francesa. O toque de recolher é uma medida com um tom marcadamente reacionário, contra as conquistas democráticas do regime burguês, e que visa apenas arregimentar a vida pública impondo restrições jurídicas à circulação social. Será acompanhado pelo reforço da presença policial nas ruas, um avanço repressivo e a imposição de multas a quem desafiar a proibição do regime.
Ao mesmo tempo, é uma medida absolutamente inútil que surpreende a população pela ineficácia sanitária da sua implementação. Porque está demonstrado cientificamente que a melhor forma de enfraquecer o ciclo viral é justamente pela circulação das pessoas, obtendo desta forma a imunidade coletiva. Uma forma de obter uma “vacina natural”, utilizada em todos as epidemias virais do planeta, até o momento que a OMS resolveu seguir outro protocolo: o dos laboratórios da Big Pharma.
Entretanto contraditoriamente Macron descartou qualquer tentativa de fechar fábricas ou universidades, que permanecerão abertas, ou de proteger economicamente trabalhadores dos setores essenciais ou não. Porque para o presidente da democracia dos ricos é preciso que a economia continue funcionando para atender às necessidades dos empresários e do grande capital.
A situação nos hospitais públicos é caótica e toda a responsabilidade pela falta de suprimentos e medicamentos, que deveriam ter sido incluídos no orçamento, recai sobre o governo neoliberal, que se disciplina como um marionete diante da OMS. As medidas restritivas nada farão para mudar esta situação, que vem sendo fortemente denunciada pelos trabalhadores da saúde há meses. Por isso, nesta quinta-feira, 15/10 aconteceu uma enorme manifestação nacional de trabalhadores de hospitais que vêm lutando por melhores condições de trabalho e pela contratação em massa de pessoal para fazer frente ao atendimento dos setores empobrecidos, como migrantes e desempregados. Precisamos de mais orçamento para a saúde pública e a implementação urgente de medidas para proteger os trabalhadores. O toque de recolher reacionário não é solução para a saúde pública e sim uma medida de força para a burguesia e sua nova ordem de controle social.