quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ATENTADO ÀS VÉSPERAS DO LOCKDOWN NA FRANÇA: DEPOIS DE ESTIMULAR XENOFOBIA, MACRON UTILIZA ATAQUE TERRORISTA PARA JUSTIFICAR “NOVA ONDA” DE REPRESSÃO NA PANDEMIA

Um ataque a faca deixou três mortos e vários feridos na manhã desta quinta-feira (29) na Basílica Notre-Dame de Nice, na França. O presidente neoliberal Macron afirmou que um suspeito foi detido e logo classificou a ação como terrorismo produto do “fundamentalismo islâmico”. O ato desta quinta ocorre 13 dias após a decapitação de Samuel Paty, professor que mostrou uma charge ironizando Maomé em uma aula. Na época, quando Macron discursou durante o funeral, em um claro discurso estimulando a “islamicofobia” ele declarou “Nós não renunciaremos às caricaturas e aos desenhos” se referindo as charges ironizando Maomé. “Coincidentemente” esses supostos ataques ocorreram na véspera da imposição de Lockdown na França. Bares e restaurantes serão fechados, viagens entre regiões serão restritas e moradores precisarão de autorização para deixar suas casas até dezembro. Em resumo, o clima de terror está sendo usado pela burguesia francesa e seu Estado para impor ainda mais repressão estatal em meio a farsa da “segunda onda” de Covid-19, tudo cinicamente montado em nome da “unidade nacional” contra os fundamentalistas islâmicos, com a elite dominante francesa estimulando cada vez mais a xenofobia contra os povos árabes e muçulmanos.

Os setores de vanguarda do proletariado francês devem rejeitar categoricamente os "valores" da chamada "unidade patriótica nacional", seja por sua ala conservadora ou neofascista, ambas simbolizam a opressão imperialista francesa contra os povos e nações. Repudiamos o ataque terrorista e mas não vemos nada progressivo tripudiar com a figura de Maomé em caricaturas, essa deve ser a plataforma que galvaniza a esquerda revolucionária e todos os setores sociais que combatem a xenofobia e a direita. Qualquer concessão programática a demagogia patrioteira ou ao populismo reacionário pode custar muito caro aos trabalhadores, a experiência histórica do nazismo já demonstrou a que classe serviu. Não por coincidência fenômenos políticos de extrema direita sempre são potencializados a partir de "grandes tragédias", geralmente fraudadas e "sob encomenda" (incêndio do Reichstag).

A tarefa central que se delineia no horizonte para os Marxistas Revolucionários é romper a "união sagrada" para combater a Pademia e o suposto “terror islâmico”, uma unidade reacionária que favorece as classes dominantes. Desde já alertamos que a “folha corrida” de Macron, travestido de defensor da “civilização contra a barbárie”, é a maior evidência que o proletariado francês não pode cair neste engodo político a serviço de recrudescer em todo o planeta a tendência fascistizante que vem ganhando força e cujo alvo inicial são os “radicais islâmicos” e a resistência palestina usados neste caso claramente como bode expiatório, mas que logo se voltará contra o conjunto dos trabalhadores dos países imperializados e de suas mais elementares liberdades democráticas em meio a Pandemia de Covid-19!

Em oposição a este unidade burguesa reacionária que inclui a esquerda domesticada seguidista das ordens da OMS e da Big Pharma defendemos a mobilização revolucionária do proletariado contra as medidas de restrição de liberdade (lockdown) que estão se impondo na Europa, usando agora convenientemente como pretexto os supostos ataques terroristas na França.