quinta-feira, 15 de outubro de 2020

QUANTO MAIS LUCRO, MAIS DEMISSÕES: SÓ PELEGOS DA CONTRAF-CUT/CTB ACREDITAM EM COMPROMISSOS DEMAGÓGICOS DOS BANQUEIROS DE NÃO DEMITIREM DURANTE A PANDEMIA!

Exploração, arrocho salarial, demissões e mais demissões é o que restou para os bancários, particularmente da rede privada, após uma campanha salarial vergonhosa e completamente virtual, em que os pelegos da Contraf-CUT/CTB junto com os reformistas das oposições domesticadas, aceitaram, sem qualquer luta real ou mesmo uma greve nacional, um acordo rebaixado com validade de 2 anos! Depois de derrotar a campanha salarial e garantir liberações/taxas negociais milionárias, agora vem a conta...para os bancários! Os bancos privados, particularmente, estão demitindo em massa mesmo após compromisso, de caráter demagógico, firmado no primeiro semestre em não demitirem durante a pandemia. O Santander que obteve um lucro no 1º semestre/2020 de R$ 5,989 bilhões demitiu mais de mil bancários; o Bradesco (R$ 7,6 bi de lucro) e o Itaú (R$ 8 bi de lucro) demitiram quase mil bancários, inclusive com fechamento de agências.

Diante dessa situação, o que fazem os sindicatos e a Contraf-CUT/CTB? Uma campanha com o singelo e inofensivo mote: “quem lucra não demite”, alimentando a ilusão de que os patrões podem se sensibilizar e rever as demissões por meros apelos políticos ou morais, promovidos nas redes sociais como os tuitaços com hashtags#BradescoNãoDemita, #BradescoPenseNoFuturo, #NãoDemitaMeusPais, etc. Também convocaram para dia 15/10, um Dia Nacional de (sem) Luta Contra as Demissões dos Bancos com o intuito de denunciar a quebra daquele compromisso farsante do capital financeiro de não demitir na pandemia. Ao contrário do que os pelegos dizem, quem lucra demite sim, como sempre fizeram os banqueiros, apesar de seus lucros recordes. Essa é a verdadeira “responsabilidade social” do capital financeiro: lucro a qualquer custo! Portanto, não compete aos trabalhadores nem às suas direções conferirem qualquer selo de qualidade ou de responsabilidade social aos patrões.

Esse tipo de “resistência” à ofensiva do capital financeiro é risível e criminosa, tudo tão demagógico quanto foi o compromisso dos banqueiros. Afinal, não se barra demissões em massa ou qualquer outro ataque dos banqueiros ou do governo Bolsonaro (arrocho, privatizações, demissões...) tentando comover ou persuadir moralmente o capital financeiro (não demita, pense no futuro, não demita meus pais, parem de demitir...) com apelos sociais. O único objetivo dos bancos é incrementar sua alta lucratividade às custas dos trabalhadores e contando com a paralisia das direções sindicais, embriagadas pelo cretinismo eleitoral. 

O MOB (Movimento de Oposição Bancária) denuncia a paralisia da burocracia sindical, completamente corrompidas pelo Estado e suas benesses. É tarefa da vanguarda combativa e classista romper com essa política de conciliação de classes que desarma politicamente os trabalhadores e promove a ideia de que os ataques podem ser evitados com simples diplomacia política ou aconselhamento moral e não com ação direta dos trabalhadores nas ruas com os métodos históricos da luta de classes.