DINHEIRO NAS NÁDEGAS DA CÚPULA REPUBLICANA: ESQUERDA REFORMISTA FAZ O “CARNAVAL ELEITORAL” CONTRA BOLSONARO, MAS OMITE QUE PARA EXTIRPAR A CORRUPÇÃO DO ESTADO CAPITALISTA É NECESSÁRIO SUA DESTRUIÇÃO PELA VIA DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA!
O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de decidir na tarde desta quinta-feira (15/10) afastar por 90 dias o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado ontem com dinheiro entre as nádegas, em uma operação da Polícia Federal que investigava desvios de recursos milionários destinados a campanha sanitária da Covid-19 em Roraima. Se em um pequeno estado da União, como Roraima, somente os “desvios” podem chegar a casa de 200 milhões de Reais, imaginem o que ocorreu em SP,RJ, MG, etc... A pandemia gerou um enorme fluxo de capitais para o Estado nacional, uma concentração de verbas nunca antes vista na história em um período tão curto, oriunda do mercado financeiro que inundou de “crédito novo” o governo central. O caso “surreal” do dinheiro escondido na cueca do Senador Chico, passará para a história como uma anedota da pandemia de corrupção, onde bilhões de Reais foram alocados para supostamente debelar um patógeno, mas que na verdade vieram para oxigenar o vírus da acumulação capitalista e consequentemente potencializar a corrupção do Estado Burguês. A "originalidade" do flagrante em que o senador bolsonarista foi pego, obviamente gerou um verdadeiro tsunami de piadas nas redes sociais, um verdadeiro “carnaval” em um período eleitoral, onde o conjunto da esquerda reformista só pensa em amealhar votos, para eleição de prefeitos e vereadores de “oposição” ao presidente neofascista. Porém esta mesma esquerda domesticada omite completamente (um assessor do PT também foi pego em 2005 com dinheiro na cueca durante o governo Lula) que para acabar com a corrupção endógena ao Estado capitalista, é necessário ir bem mais além das eleições burguesas fraudulentas, é preciso destruir o Estado do capital pela via da revolução socialista!
É perfeitamente justo e progressivo o ódio crescente das massas em relação ao governo neofascista de Bolsonaro, neste sentido o escândalo da “Cueca do Senador Chico” reforça a desmistificação da aura de honestidade e anticorrupção com tenta se apresentar a quadrilha do clã bolsonarista. Mas o que realmente temos que denunciar é a utilização do latente sentimento da raiva popular para o puro terreno do cretinismo eleitoral da esquerda reformista. Se já não bastasse imobilizar a classe trabalhadora diante dos ataques neoliberais e supressão de conquistas sociais, agora a Frente Popular (PT, CUT, e afins) só atua na direção de seus objetivos eleitorais, transformando sua esquálida “oposição” ao governo neofascista em demagogia eleitoral barata da pior espécie. O caso da bandidagem de Roraima, onde uma oligarquia se enriquece às custas da vida da população pobre, é um exemplo cristalino da inação da Frente Popular, muitas postagens engraçadas nas redes sociais, mas nenhum chamado concreto para a mobilização direta das massas contra esse governo de corruptos.
Setores que pretendem se colocar um pouco mais a esquerda da Frente Popular, como o PSTU e sua “Conlutas”, entretanto embriagados da mesma forma pelo circo eleitoral da democracia dos ricos, chegaram a defender pateticamente a prisão do Senador “cuequeiro” pela Polícia Federal do regime de exceção golpista, uma saída política já estudada pelo próprio governo e o STF, que esperam acompanhar a dinâmica da crise, para tomar uma decisão. Obviamente não foi por “amor à pátria” que a polícia foi bater na casa do Chico, o espetáculo dantesco do “fundo financeiro” é parte muito pensada de um tabuleiro político e eleitoral, ou seja, de uma disputa fratricida no seio das próprias classes dominantes. A completa desmoralização política de Bolsonaro interessa a setores pesados da burguesia nacional e do próprio imperialismo. Neste sentido a cretina demagogia eleitoral da esquerda reformista contra o governo, inclusive na sua forma mais radicalizada como a versão do PSTU, serve aos interesses do capital, estando muito distante de uma verdadeira plataforma revolucionária para a ação das massas.
A propaganda viva do Marxismo Revolucionário nos círculos do proletariado, há muito saiu de “cartaz” para esquerda reformista, que só aparece é claro nas “lives” professorais e acadêmicas onde se recita a teoria de Marx para diletantes acomodados das classes médias, interessados exclusivamente em obter diplomas de “doutorado”. Porém se para os acadêmicos os títulos universitários podem valer muita coisa, inclusive salário e promoções, para a classe operária não servem para absolutamente nada! Esta na conjuntura de uma crise econômica para “os de baixo”, está sendo desprovida de sua condição mais elementar, ou seja o próprio emprego, sua renda de sobrevivência. É urgente romper a camisa de força da imobilidade das massas, o que hoje passa pela denúncia vigorosa do circo eleitoral deste regime bastardo da democracia dos ricos, do qual o escândalo da cueca é apenas o “aperitivo do espetáculo”...