COLÔMBIA EM LUTA CONTRA O NEOFASCISMO: VITORIOSA GREVE GERAL UNIFICANDO O “CAMPO E A CIDADE”
Dezenas de milhares de indígenas, estudantes, professores,
membros de organizações sociais e sindicais na Colômbia participaram na última
quarta-feira (21/10) de uma nova jornada de protesto nacional nas principais
cidades do país contra as políticas do governo do presidente de extrema direita
Iván Duque. A organização da Greve Nacional e as gigantescas passeatas fazem
parte de uma série de protestos que começaram no final do ano passado,
incluindo manifestações no mês de setembro contra a brutalidade policial que
deixou 13 mortos durante manifestações contra a polícia.
As razões do descontentamento popular são múltiplas: não cumprimento do farsesco “Acordo de Paz”, massacres e assassinatos de líderes sociais e dirigentes políticos de esquerda.Os manifestantes também reivindicam uma renda básica para os trabalhadores que perderam o emprego por conta da farsa da pandemia que impôs um isolamento absurdo, o sucateamento do sistema público de saúde, um plano de apoio à educação e ações para conter o feminicídio e os ataques aos ex-guerrilheiros anistiados. Cerca de 10.000 índios membros da “MINGA” (nome do protesto indígena) chegaram a Bogotá com o pedido de um encontro com Duque, o qual o presidente reacionário rejeitou.
Os indígenas MINGA , em sua caminhada pelo país desde o dia 10 de outubro, conseguiram sensibilizar a população para a necessidade de lutar por uma vida digna nas regiões rurais do país, além de reivindicaram direitos humanos para os povos oprimidos e um salário mínimo nacional que possa atender às necessidades do proletariado.
A MINGA indígena é um exercício deliberativo de poder das massas, colocando na pauta política a organização de bloquear a rede de caminhos do país, isolando o governo neofascista até a sua derrubada pela ação direta. A vitoriosa Greve Nacional foi precedida pelas manifestações de 9, 10 e 21 de setembro, caracterizadas por uma resposta violenta e assassina das forças policiais do regime de exceção, instaurado há várias décadas com o pretexto de combater a guerrilha.
Agora a tarefa que se impõe ao movimento operário e popular
é justamente solidificar a aliança estratégica com o campesinato e povos
indígenas, para colocar a necessidade da construção de uma alternativa de poder
ao decadente e reacionário governo de Ivan Duque, capacho do imperialismo
ianque.