CHILE ÚLTIMO MOMENTO: COMO JÁ ERA ESPERADO PIÑERA PERDEU O PLEBISCITO MAS GANHOU A MANOBRA DA “REAÇÃO DEMOCRÁTICA”
A grande maioria do povo chileno aprovou a elaboração de uma nova Constituição que substituirá a que atualmente governa o país e que foi herança da ditadura de Augusto Pinochet, revelam os primeiros dados oficiais do Serviço Eleitoral. Após um jornada eleitoral de 12 horas, venceu também a proposta da eleição de Convenção Constitucional da Carta Magna, uma espécie de Assembleia Constituinte muito reduzida e sem soberania política sobre o conjunto das instituições do Estado.
Pelos primeiros resultados oficiais, com base no escrutínio de 76,53% dos boletins, o “Aprovar” obteve 78,12%, e o “Rejeição”, 21,88%. Além de decidir se queriam ou não uma nova Constituição, 14,8 milhões de chilenos também foram convocados para definir se, em caso de "Aprovação", a nova Carta Magna deveria ser redigida por uma Convenção Constitucional composta por 155 cidadãos, ou por uma Convenção Mista formado por 86 membros do Parlamento e 86 cidadãos eleitos especialmente para este novo órgão. De acordo com os primeiros resultados, 79,05% apoiaram uma Convenção Constitucional, para a qual seus membros serão eleitos por voto popular em 11 de abril do próximo ano. Este novo órgão, uma paródia de Assembleia Constituinte deverá ter a paridade entre homens e mulheres e cotas especiais para os povos indígenas.
As manifestações de milhares de pessoas que lotaram a Plaza Italia, no centro de Santiago, e que foi rebatizada de Plaza Dignidad pelos ativistas que iniciaram a revolta no Chile no ano passado, começaram assim que os primeiros resultados foram anunciados, refletindo objetivamente o ódio das massas ao regime pinochetista ainda vigente e seu atual governo neofascista de Sebastián Pinera. As classes dominantes chilenas agora irão tentar desviar o colossal ascenso das massas, que estiveram muito perto de colocar abaixo todo o regime, para o terreno da “reação democrática”, tentando criar a ilusão que esta Convenção Constitucional teria algum poder para realizar as transformações estruturais na decadente economia capitalista periférica do Chile.
A convocatória de uma Constituinte somente tem um caráter
progressivo e de ruptura com a ordem burguesa se impulsionada por um novo poder
operário na cabeça do novo Estado para elaborar uma Constituição Socialista que
sente as bases políticas, econômicas e jurídicas de um novo regime sobre os
escombros das velhas instituições capitalistas (justiça, FFAA, parlamento).
Os Marxistas Leninistas continuarão pacientemente no seio
das massas, explicando que somente a revolução socialista terá a capacidade de
impulsionar a derrubada das instituições do regime burguês, expropriando os
meios de produção capitalistas, para assim atender às demandas populares mais
elementares, como emprego e salários vitais para o povo, além de uma
aposentadoria digna para todos os trabalhadores do país.
