sábado, 24 de outubro de 2020

BOLSONARO RECEBE OS CAÇAS SUECOS GRIPEN COMPRADOS NO GOVERNO DILMA: ADQUIRIDOS POR ORIENTAÇÃO DE LULA PARA A “DEFESA” DIANTE DA OFENSIVA MILITAR IANQUE AGORA SERÃO USADOS COMO ALIADOS DOS EUA CONTRA A VENEZUELA DE MADURO

A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou a primeira aeronave multimissão F-39E Gripen em operação no país. Como parte das comemorações do Dia do Aviador nesta sexta-feira (23), a nova aeronave de origem sueca sobrevoou Brasília. O presidente neofascista Bolsonaro, em conjunto com o comandante da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez, fez a cerimônia de batismo. Bolsonaro começa a receber até o final de 2021 os caças suecos Gripen comprados no governo Dilma em 2013 por orientação direta de Lula através de um contrato para a aquisição de 36 aeronaves por 4,5 bilhões de dólares. Adquiridos pela gestão do PT com o objetivo estratégico para a "defesa" diante da ofensiva militar ianque agora desgraçadamente serão usados como aliados dos EUA contra a Venezuela de Maduro, uma vez que a Frente Popular sofreu o golpe institucional em 2016.

Como alertamos na época da compra dos caças suecos Gripen, a decisão tomada pelo governo Dilma (Lula atuou como o gestor direto da operação) ia bem mais além da questão técnica (bélica) ou mesmo comercial. O acordo pré-firmado entre o Brasil e Suécia, que envolveu inicialmente a aquisição de 36 caças Gripen NG, permitiria ao nosso país desenvolver pela primeira vez em sua história (desde o aborto do avançado programa da arma nuclear nacional) um complexo industrial militar de “ponta”, aglutinando tanto a produção de aviões (caças) de combate como de mísseis de longo alcance. 

O projeto técnico estrutural do Gripen NG não estava completamente concluído, permitindo a EMBRAER a inferência em seu desenvolvimento final, o que significaria adaptar o caça sueco à realidade geoespacial do território brasileiro. Esta questão não significava apenas um “detalhe técnico”, representa a possibilidade do domínio total de todas as fases das operações do caça pela FAB, desde a manutenção mais básica do aparelho até as manobras de ataque contra qualquer força militar inimiga. 

Não seria demais lembrar aos defensores da compra do caça francês Rafale pelo governo brasileiro (sem dúvida alguma mais “possante” que o Gripen) que a frota área da Líbia (composta em sua maioria por modernos caças franceses adquiridos por Kadaffi pouco antes de sua derrubada) sequer conseguiu sair do chão para defender o país atacado pela OTAN. Caso similar ocorre na Turquia que “descobriu” que seus modernos caças F18, recém-comprados pelo governo Edorgan, não podem atacar alvos israelenses ou mesmo forças militares da OTAN. 

A questão fulcral na aquisição de equipamentos bélicos de “ponta” se concentra na transferência total de tecnologia, dos fabricantes para os países usuários. Sem a plena transferência de tecnologia os poderosos artefatos militares não servem para absolutamente nada! Ou melhor, se prestam para auxiliar as manobras militares dos países fabricantes. Somente a SAAB sueca, fabricante do Gripen, abriu esta possibilidade para a FAB, dando um passo além, o da fabricação do próprio Gripen NG em terras tupiniquins sob a parceria tecno-científica da EMBRAER. É bem verdade que a proposta de compra dos caças russos MIG ou do moderno Sukoi, também era interessante para o país, esta foi por sinal a opção da Venezuela ainda sob o comando de Chávez. Mas assim como os imperialistas dos EUA e da França, o governo Putin não abria a possibilidade da transferência de tecnologia das

A “pedra de toque” alardeada pelo governo da Frente Popular na escolha do Gripen teria sido a vantagem do baixo custo, cerca de 4,5 bilhões de Dólares pela aquisição de 36 caças, bem abaixo das propostas ianques e francesas (a Rússia já estava fora da competição). 

A então presidente Dilma, o ministro Amorin e seu comandante militar Juniti Saito fizeram questão de “despolitizar” ao máximo a escolha pelo Gripen, temendo principalmente uma retaliação do governo Obama a época. A verdade é que o acordo firmado, se realmente tivesse fio de continuidade que agora com o governo Bolsonaro capacho dos EUA está completamente ameaçado, colocaria o país na rota mundial de produção de equipamentos militares com alta tecnologia agregada, bem superiores a atual venda internacional de carros de combate (na maioria anfíbios) e mísseis terra-ar de médio alcance. 

Este elemento, ou seja, o da construção nacional de um avançado complexo industrial de segurança, mudaria substancialmente a correlação de forças continental, colocando o Brasil como o país (ao lado da Venezuela) na América a ter capacidade aérea de defesa frente a um possível um ataque militar do imperialismo ianque. 

Desgraçadamente, agora a realidade é outra, com objetivos geopolíticos distintos! Os caças suecos serão usados para auxiliar os EUA em sua ofensiva militar contra a Venezuela de Maduro. Cabe agora portanto aos Marxistas Revolucionários denunciarem o completo desvio dos objetivos iniciais da compra dos caças suecos, agora nas mãos do vassalo Bolsonaro e de seus generais completamente subordinados ao Pentágono!