quarta-feira, 7 de outubro de 2020

RENAN (O “AMIGO” DE LULA) ELOGIA BOLSONARO: A FICÇÃO POLÍTICA DO PRESIDENTE NEOFASCISTA “DESMONTANDO O ESTADO POLICIAL” ENCOBRE A REALIDADE QUE O BONAPARTISMO JUDICIÁRIO AVANÇA TENDO O STF COMO ÁRBITRO CENTRAL


O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse, em entrevista concedida à CNN Brasil nesta terça-feira (6) que Bolsonaro “deixará como legado o fim do Estado policialesco no Brasil”. Ele elogiou a nomeação de Augusto Aras para a PGR e Kássio Nunes para o STF como exemplos positivos, ressaltando também a importância de demissão do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. “Ele já desencadeou várias medidas importantes, desde o Coaf, a demissão do Moro, a nomeação de Aras na PGR, nomeação de Kássio. Ele está desfazendo um sistema que tentou derrubar a política nacional. Eu espero que ele continue dessa forma”, disse Renan. As declarações do “amigo de Lula” demonstram que todo um setor da burguesia está aplaudindo a ação de Bolsonaro. 

Quando o neofascista indicou Kássio Nunes para o STF ficou evidente que era uma escolha avalizada por Gilmar mendes e Tofolli para conciliar os interesses do regime golpista com o centrão. Lembremos que antes, a indicação do reacionário Augusto Aras ao cargo de Procurador Geral da República (PGR), também foi comemorada pela esquerda reformista como uma “grande vitória”, que em seu mundo imaginário e oportunista representaria uma derrota do ministro justiceiro Sérgio Moro e sua famigerada operação “Lava Jato”. 

Ao contrário do que dizem o “amigo de Lula” e a esquerda reformista, o Procurador Augusto Aras é um mais um personagem protofascista nesta conjuntura de golpe institucional e instauração do regime bonapartista. Neste terreno, reside uma forte disputa política em que a Famíglia Marinho vai atuar firmemente em favor de Moro e do chamado “centro político” (Dória-Maia) contra Bolsonaro. Sérgio Moro era o principal fiador político de Bolsonaro junto ao imperialismo ianque e também a setores da burguesia nacional que ainda mantinham um cada vez mais um tênue vínculo com Bolsonaro... Agora a escolha para o novo nome da direita para 2020 está mais aberto que nunca e a PGR é peça chave nessa disputa interburguesa. Por isso Renan se aproxima do Bolsonarismo.  

O Bonapartismo Judiciário concentrado agora no STF e não mais na anômala “República de Curitiba” ganhou força como árbitro do real poder burguês. A classe dominante não pretende derrubar Bolsonaro neste momento, ainda mais em meio a pandemia, sem ter o desfecho das eleições nos EUA e não tendo estreitado os vínculos políticos e materiais suficientes com a Alta-cúpula militar.

Como nos definiu brilhantemente o velho Marx, o Bonapartismo emerge no impasse das classes dominantes, uma espécie de empate na correlação de forças sociais, catapultando um poder “acima” da disputa entre as frações burguesas. Em nosso caso concreto o Bonapartismo judiciário tem a “missão” de eliminar todas as barreiras legais para a penetração do capital internacional nos negócios e obras públicas do Estado Nacional, serão eliminadas todas as reservas de mercado para a atuação das transnacionais no país. Trotsky ao analisar a realidade russa e de outros exemplos históricos nos deixa importantes lições para a intervenção atual na luta de classes. Por essa razão, apontamos mais uma vez que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual. 

Os Marxistas Leninistas que combatem pela derrubada do governo neofascista, apontam claramente a arapuca da estratégia eleitoral, alertando ao movimento operário e popular que somente os métodos mais radicalizados da ação direta das massas e sem expectativa neste congresso golpista podem colocar abaixo Bolsonaro e toda a estrutura do regime vigente.