“Brasil Maior”: nova política industrial do governo Dilma é um presente de Natal antecipado para a burguesia
O governo da presidente “tampão” Dilma anunciou, com um grande ato festivo para a burguesia nacional, uma nova política industrial, onde pretende operar uma renúncia fiscal do Estado da “bagatela” de vinte e cinco bilhões de reais. O plano batizado de “Brasil Maior” pretende incentivar a competitividade da indústria “nacional” no mercado mundial , reduzindo o chamado “custo Brasil”, uma verdadeira falácia montada para beneficiar a escória cartorial da FIESP e CNI hoje bases de apoio político da frente popular. Na carona desta “onda” desenvolvimentista Dilma também pretende reduzir novamente o IPI para as grandes montadoras de veículos, medida adotada por Lula em 2008 sob o pretexto do crash financeiro internacional, o detalhe é que hoje as montadoras estão batendo mês a mês recordes de vendas, apesar das elevações constantes nos preços dos carros novos.
O BNDES também não poderia ficar de fora desta farra, já que seu caixa foi “poupado” de desembolsar alguns bilhões de dólares por “culpa” de uns franceses teimosos do grupo Casino que se recusaram a serem engrupidos pelo picareta Abílio Diniz, desta vez o banco financiará megaexportadores, “carentes” do empurrãozinho estatal. A tamanha generosidade do governo Dilma baseia- se em uma verdadeira montanha de crédito obtido no mercado financeiro, que se vê atraído pelas altas taxas de juros oferecidas pelo Banco Central aos rentistas parasitários. A estabilidade política promovida pelo pacto social implícito do governo da frente popular, é um fator fundamental para inserir o Brasil no mapa mundial dos “paraísos” de bolha creditícia , gerando esta sensação de “Brasil Grande”, onde a entrada de um grande contingente de novos consumidores no mercado é uma realidade incontestável. Nesta nova dinâmica econômica os velhos representantes políticos da burguesia como o PSDB e DEM, são substituídos por partidos de “esquerda” do tipo PT e PCdoB, melhores gerentes do Estado capitalista com seu modelo de colaboração de classes.
A esquerda revisionista que não integra organicamente o governo está completamente perdida politicamente nesta conjuntura hegemonizada pelo PT, repetindo o mesmo mantra catastrofista de que a “crise vem aí!”, na realidade a crise capitalista desde há muito tempo está presente com nuances diferenciados em cada momento concreto. Como não consegue organizar uma oposição operária e revolucionária fora dos marcos da institucionalidade burguesa, o bloco PSTU e PSOL (oposição de esquerda) limita-se a um sindicalismo oportunista e burocrático, sempre de “olho” na próxima eleição onde sonham com o debacle da frente popular, para tentar eleger mais um carreirista parlamentar.
Enfrentar uma realidade política adversa, sem mentir com delírios ufanistas ao proletariado como fazem os revisionistas de todos os matizes, é parte da construção leninista do partido revolucionário, que deve estar preparado programaticamente tanto para os períodos históricos de ascenso como de refluxo ideológico da classe operária. Assim nos apontou Lenin nos momentos de derrota da revolução socialista e difusão das teorias “messiânicas” da esquerda reformista, que em nada colaboram para a elevação do nível de consciência de classe do proletariado mundial.