Londres: Cameron e Scotland Yard recrudescem violência estatal a trabalhadores, negros e imigrantes
Neste final de semana, centenas de pessoas foram às ruas de Londres em protesto contra a morte de um jovem de 29 anos. Mark Duggan foi assassinado pela polícia na quinta-feira, 04, no bairro de Tottenham, depois de ser abordado em uma blitz de uma operação policial que investiga o suposto uso de armas de fogo nas comunidades africana e caribenha na capital britânica. O protesto ganhou dimensões multitudinárias porque agrupou jovens e imigrantes, com os manifestantes se enfrentando novamente contra as forças de repressão em vários bairros de Londres. Mais de 100 pessoas foram presas, ônibus incendiados e lojas destruídas. Esse episódio recorda as manifestações dos anos 80 nos subúrbios londrinos contra a miséria, desemprego e repressão desatada pelo governo Thatcher.
Cinicamente o comandante da Scotland Yard Christine Jones declarou que "Os policiais estão chocados com os absurdos níveis de violência dirigidos a eles. Pelo menos nove policiais foram feridos esta noite, além dos 26 da noite de sábado. Nós não vamos tolerar essa violência deplorável. A investigação continua para levar esses criminosos à Justiça". Os verdadeiros criminosos são a polícia e o governo britânicos, os mesmos que mataram o brasileiro Jean Charles por suspeita de terrorismo e continuam livres para perseguir e assassinar trabalhadores, negros e imigrantes em um bairro pobre como o Tottenham, que tem a taxa de desemprego mais alta de Londres. A história se repete com Mark Duggan, "só" mudam as desculpas para mais esse crime da burguesia contra os explorados. Esses canalhas que reprimem os explorados nos subúrbios de Londes são os mesmos que agridem outros povos, como a Inglaterra faz na Líbia via a operação genocida da OTAN.
Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a violência em Tottenham é "inaceitável". A ministra do Interior, Theresa May, afirmou que a polícia metropolitana tem o seu total apoio para "restaurar a ordem no bairro". Essa provocação parte do mesmo governo que, a pretexto da crise econômica, acaba de lançar um forte pacote de ajuste cortando a assistência social e privatiza a educação. Trata-se de um ataque aberto a liberdade de manifestação do povo pobre e dos trabalhadores, estando o governo conservador animado com a onda de crescimento dos ataques da direita e extrema-direita na Europa contra trabalhadores, negros e imigrantes. Está colocado na ordem do dia a organização de comitês de auto-defesa dos trabalhadores e da juventude explorada para barrar a sanha assassina do aparato de repressão dos governo burgueses e dos grupos neo-nazistas que crescem pelo velho mundo e no EUA.