Latifúndio assassina impunemente mais um dirigente camponês no Pará em pleno mandato da ex-guerrilheira Dilma Rousseff
Mais um dirigente camponês foi assassinado no Pará. O crime aconteceu no sudeste do estado, em Marabá, onde o agricultor Valdemar Oliveira Barbosa, conhecido como Piauí, que dirigia a ocupação de uma fazenda em Jacundá e era diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, foi morto a tiros no último dia 25 de agosto. O modus operandi da execução sumária do agricultor segue quase sempre o mesmo padrão pelos pistoleiros contratados pelos latifundiários: tocaia na estrada e tiro na cabeça, bastante similar ao que aconteceu em maio passado que assassinou o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Valdemar é o sexto dirigente camponês vítima de pistolagem desde maio nesta região. O agricultor já havia registrado várias ocorrências desde o início do ano alegando que estava sendo ameaçado de morte pelo latifundiário Vicente Correa, proprietário da fazenda Califórnia, a qual tinha sido ocupada pelos sem-terra.
A morte de Valdemar é uma demonstração cabal de como o grande latifúndio e o governo estadual e federal tratam a luta pela terra. Os interesses de empresas ligadas ao agronegócio, à mineração e as centenas de famílias sem-terra transformaram o sul/sudeste do Pará numa área de alta tensão de enfrentamento entre o capital e os explorados do campo. Assim, as mortes por pistolagem não são fenômenos isolados, mas correspondem a uma política de vale tudo por parte dos fazendeiros e multinacionais encasteladas na região que organizam verdadeiras “milícias” de extermínio, contratando bandos armados para aterrorizar e matar impunemente as lideranças do campo que porventura se colocarem contra seus interesses.
Este crime é de responsabilidade direta dos governos Simão Jatene (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), em razão de Valdemar já ter pedido “proteção” ao Estado por diversas vezes. Evidentemente que nada poderia ser feito pelo próprio aparato repressivo estatal da Polícia Federal, Civil ou Militar que por seu caráter de classe, estão voltados a perseguir, acabar com a organização e a vida dos lutadores do campo. Este é, na realidade, um beco sem saída e um cheque em branco para a burguesia perpetrar novos e bárbaros assassinatos de dirigentes camponeses no país, porque contam não só com a aquiescência, mas também com o acobertamento do governo da frente popular. Denúncias da Comissão Pastoral da Terra aferem que a Polícia Civil não investiga o verdadeiro criminoso que é o agronegócio, ela passa a investigar e criminalizar as vítimas e o movimento sem-terra!
Para barrar estes crimes e preservar a vida dos lutadores do campo é necessário criar comitês armados de autodefesa dos trabalhadores rurais para que estes possam exercer a genuína justiça dos explorados contra os grupos paramilitares a soldo do latifúndio e enfrentar organizados o aparato repressivo do Estado burguês, cuja polícia está a serviço dos grandes fazendeiros. Nenhuma ilusão nas chamadas “apurações” prometidas pelo governo Dilma! Por comitês de autodefesa para barrar a sanha assassina do latifúndio!