Os “rebeldes” travaram uma guerra contra a OTAN na Líbia? Ou o delírio pró-imperialista das “duas guerras” teorizado pela LIT
Apesar das forças de rapina da OTAN já estarem ocupando há mais de uma semana o território líbio em colaboração direta e aberta com os mercenários “rebeldes”, o PSTU insiste em afirmar, em seu delírio pró-imperialista, que existiram “duas guerras” no país levadas a cabo pelos “rebeldes”: uma para derrotar as tropas de Kadaffi e outra contra a agressão da OTAN. Será mesmo? Como a realidade não se encaixa em seu esquema farsesco, a LIT se vale inutilmente do artigo “Líbia: uma revolução, duas guerras” em que Eduardo Almeida “teoriza” tal fantasia para tentar esconder o óbvio: os “rebeldes” foram organizados e financiados desde o início das “manifestações” em fevereiro pelas potências capitalistas e sempre se constituíram em uma força auxiliar à invasão imperialista. A LBI foi a primeira corrente política a denunciar tal orquestração, quando até mesmo o castrismo no site Cubadebate ou o PCdoB no Vermelho mostravam simpatia com os chamados “rebeldes”. Só depois do acirramento do conflito mudaram de posição e passaram a denunciar estes mercenários. Nesta mesma época, a LIT afirmava que sequer haveria intervenção militar da OTAN, acusando a denúncia sobre a iminente agressão imperialista de ser uma “invenção” para justificar nossa defesa da frente única militar com Kadaffi. Logo depois dos primeiros bombardeios, ainda mais cínico, o PSTU alegou que a ação da OTAN era para deter a fantasiosa “revolução árabe”! Dizer agora que os “rebeldes” travaram uma guerra contra a OTAN faz parte deste embuste!
Para Eduardo Almeida “Existe uma revolução na Líbia, dos trabalhadores e do povo rebelado contra a ditadura de Kadafi, que começou de forma muito parecida com a do Egito e a da Tunísia... É fundamental que os lutadores em Bengazhi e outros territórios liberados retomem a atitude antiimperialista que existia na área antes da contraofensiva de Kadafi” (sítio PSTU). A LIT-PSTU quer nos fazer crer que é possível ter ocorrido uma “revolução” na Líbia encabeçada pelos “rebeldes” que se utilizam das armas da OTAN, cuja ofensiva por terra foi vitoriosa devido aos bombardeios da mesma OTAN e, ainda assim, os “rebeldes” terem protagonizado uma guerra contra a aliança militar imperialista! Trata-se de puro delírio! Para apoiar os “rebeldes”, a ONU aprovou a “zona de exclusão aérea”, mas a debilidade das forças de oposição burguesa e sua evidente ausência de base social foram tamanhas que as potências capitalistas foram obrigadas a ir além da resolução nº 1973. Atacaram diretamente o povo líbio, as grandes cidades, instalações militares e o exército nacional do país para abrir caminho aos “rebeldes”, que estavam sendo derrotados pela grande base de apoiadores do regime Kadaffi. É exatamente esta operação de rapina sustentada pela OTAN, hoje vitoriosa, que o PSTU saúda como uma “insurreição popular”.
Como não pode responder a nada seriamente, já que não há nem nunca houve “duas guerras na Líbia”, Eduardo afirma em seu texto que foi Kadaffi quem possibilitou a intervenção imperialista para derrotar, pasmem, a fantasiosa revolução árabe: “Kadafi está dando ao imperialismo a possibilidade de lançar uma contraofensiva para derrotar a revolução árabe”. Mais um novo embuste da LIT. A intervenção militar da OTAN foi montada para apoiar a insipiente oposição reacionária em Benghazi orquestrada pela CIA a partir de uma aliança entre os remanescentes da monarquia para promover uma guerra contra o regime de Kadaffi. Por isto, soa tragicômico o PSTU nos dizer até hoje que “É muito importante que se articule um pólo anti-imperialista dentro de Bengazhi e das regiões controladas pelos rebeldes. A revolução contra Kadafi não pode deixar de identificar no imperialismo um inimigo e se situar também na luta política e militar contra a agressão estrangeira” (sítio PSTU). É impossível os “rebelados” se transformarem em lutadores anti-imperialistas, porque estes foram desde o início do conflito armados e orientados pela CIA e o imperialismo!!! O que ocorre na Líbia é uma agressão contra-revolucionária coordenada militarmente pela OTAN em conjunto com os “rebeldes”! Definitivamente, o delírio pró-imperialista das “duas guerras” teorizado pela LIT não se sustenta por um minuto sequer, trata-se de pura picaretagem política!