Enquanto Obama faz discurso patrioteiro pela condição “AAA” do imperialismo ianque, os vampiros de Wall Street respondem: ah!, ah!, ah!
O roteiro do comportamento das principais bolsas de valores nesta segunda-feira já estava previamente escrito desde que na noite da última sexta-feira a agência de classificação de risco “Standard & Poor’s” rebaixou em um grau a antiga condição “AAA” dos EUA. As quedas no mercado das bolsas em todo mundo se assemelham ao período de setembro de 2008, a única diferença é a misancene cômica montada para enganar os “trouxas”, que ainda acreditam em contos de fadas, ou melhor dizendo, na autenticidade dos “relatórios” destas agências como a S&P ou a Moody’s. Só para refrescar a memória esta mesma S&P certificou como “triple” AAA o banco Lehman Brothers poucos dias antes de sua rotunda falência. Agora, armam um cenário para que os vampiros de Wall Street realizem ganhos astronômicos em cima da cumplicidade do governo Obama. O primeiro ato desta ópera bufa começou com o impasse acerca da elevação do teto da dívida pública norte-americana, disseminando a burla da possibilidade de um calote dos EUA junto a seus “credores”, neste verdadeiro golpe midiático a esquerda revisionista caiu como “patinhos” crédulos da imprensa burguesa. Depois veio o rebaixamento feito pela S&P e, finalmente, o discurso patrioteiro de Obama afirmando cinicamente que os EUA são maiores do que estas meras agências: “Não importa o que alguma agência diga. Sempre seremos um país ‘AAA’. Vamos continuar a ter as melhores universidades, as empresas mais inovadoras do planeta”. Obama só esqueceu de dizer a quem estas agências estão subordinadas...
Alguém no mundo real poderia acreditar que governos subalternos ao capital financeiro como o de Lula poderia dar um “calote” nos rentistas detentores de seus títulos da dívida? Mas a S&P “acredita” nesta possibilidade, e por conta de uma moratória técnica decretada por Sarney nos anos 80 o Brasil está muito distante da tão sonhada condição de triple A. Agora imaginem a possibilidade de um governo como o de Obama, súdito do capital financeiro, cancelar alguma parcela da monstruosa dívida norte-americana, simplesmente esta opção é absolutamente nula. Então fica cristalino que a atual turbulência dos mercados bursáteis não passa de uma operação de fraude financeira para amealhar enormes ganhos às custas dos estados nacionais que mais uma vez vão bancar a “farra” dos parasitas.
A decadência do modo de produção capitalista arrasta a humanidade a um verdadeiro circo dos horrores, onde algumas centenas de “yuppies” riem impunemente da maioria proletária ameaçada pela barbárie. A brutal ofensiva do capital financeiro sobre as conquistas históricas da classe operária encontra pleno amparo político em todos os governos da chamada “centro- esquerda burguesa” como o de Obama nos EUA. Somente com a superação nas ilusões reformistas de “controle social” do regime capitalista e seus governos democratizantes, as massas em sua ação direta poderão derrotar os ataques promovidos pelo imperialismo e seus sócios menores de “esquerda”.