PSTU exige que “Dilma rompa relações com a ditadura síria”, mas não se incomoda com sua “diplomacia” diante dos “governos democráticos” carniceiros de Cameron, Sarkozy e Obama
Muito empolgado com as sanções econômicas da Casa Branca contra a Síria e a resolução da ONU condenando o governo de Bashar Al Assad, o PSTU vem fazendo a vergonhosa exigência de que a presidente Dilma Rousseff rompa relações comerciais e diplomáticas com a Síria! Estes mesmos morenistas, tão “zelosos” em sua campanha, em uníssono com a rede Globo, contra a “criminosa e sangrenta repressão da ditadura síria a justa insurreição do seu povo pela democratização do país”(sitio do PSTU, 12/08), não fazem qualquer menção em exigir o mesmo tratamento “exemplar” por parte do governo brasileiro diante do facínora Cameron, que reprimiu barbaramente a juventude rebelada nos subúrbios pobres de Londres e muito menos abriram a boca para reivindicar que Dilma rompesse política ou comercialmente com o governo Sarkozy, um dos principais patrocinadores do genocida bombardeio ao povo líbio, responsável por matar milhares de pessoas, entre os quais mulheres e crianças indefesas. Quanto a Obama, o falcão negro na Casa Branca que comanda duas guerras de rapina no Oriente Médio, o PSTU longe de solicitar qualquer retaliação do governo brasileiro em respostas aos diversos atos terroristas perpetrados pelo imperialismo ianque pelo mundo afora, “exige” justamente o contrário da nossa diplomacia, ou seja, que o Itamaraty cobre uma postura ainda mais dura dos EUA na ONU contra o regime sírio e, dando o exemplo, que o Brasil “deixe de apoiar esta ditadura sanguinária e rompa imediatamente as relações comerciais e diplomáticas com a Síria, enquanto a ditadura se mantiver no poder”! (Idem)
Na visão dos morenistas, supostamente há um regime ditatorial na Síria que deve ser derrubado como parte da fantasiosa “revolução democrática” que vem da Tunísia e do Egito, cabendo aos governos que se dizem democráticos romperem relações com a “ditadura de Assad”. Segundo os critérios do PSTU, como Cameron, Sarkozy e Obama... foram eleitos “democraticamente”, podem reprimir a bel-prazer seu próprio povo e agredir outros sem que seja necessário que os “indignados” morenistas da LIT levantem a voz para “exigir” qualquer ruptura de relações comerciais e diplomáticas por parte do Brasil com estes governos imperialistas! Para o PSTU, estes governos burgueses ainda que sejam carniceiros passaram pelo “crivo das urnas”, uma “cláusula pétrea” respeitada pelos morenistas, mas que para os marxistas não passa de uma farsa para melhor encobrir a ditadura do capital sobre os trabalhadores. Tamanha prudência da LIT em não incomodar a gerência desses facínoras se deve ainda mais pelo fato dos seus governos “democráticos” serem patrocinadores dos “rebeldes” líbios, os arquirreacionários remanescentes da monarquia do rei Idris apoiados histericamente pela LIT, mercenários que subitamente agora seriam porta-vozes da “revolução democrática” tão almejada pelo “Ocidente”.
Esses governos imperialistas “democráticos”, junto com Israel, são carniceiros que vêm buscando desestabilizar o regime nacionalista sírio para colocar em seu lugar um marionete que não apóie o Hezbolah e a luta do povo palestino contra o enclave sionista, tudo urdido cinicamente em nome da “luta contra a ditadura”, o pretexto recorrente de que se utilizam os morenistas para exigir de Dilma a ruptura das relações diplomáticas com a Síria. O PSTU cinicamente ainda lamenta a suposta timidez das grandes potências capitalistas no tratamento ao governo sírio, reclamando “em que pese algumas declarações formais contra a violenta repressão, a ONU e os países imperialistas, especialmente os EUA, silenciam diante deste verdadeiro ‘banho de sangue’” (sítio PSTU, 12/08). Para a LIT, não basta condenações formais, pressões diplomáticas e sanções econômicas que geram terríveis consequências ao povo sírio, é preciso agir, ou seja, intervir militarmente já “contra a ditadura Assad”, assim como fizeram a ONU e a OTAN na Líbia, cabendo ao Brasil romper relações comerciais e diplomáticas para isolar ainda mais o regime sírio, a fim de melhor sufocá-lo para facilitar a tarefa dos grupos tribais arquirreacionários financiados por Israel e a Arábia Saudita, aliados carnais dos EUA na região. Com essa “receita” que mais parece um golpe contrarrevolucionário tramado nos gabinetes do Pentágono teremos, segundo os morenistas, mais uma “revolução democrática” no Oriente Médio.