BALANÇO DO 25/11: BUROCRACIA SINDICAL (CUT, FS, CONLUTAS)
NÃO MOBILIZA, IMPONDO O FRACASSO AO “DIA DE LUTA” OCORRIDO EM MEIO À AGUDA CRISE
DO GOVERNO TEMER
Ocorrido em meio à aguda crise no governo Temer envolvendo o “percevejo” político Geddel Vieira, o “dia nacional de luta” deste 25/11 tinha tudo para ser uma importante manifestação contra o canalha golpista e suas medidas anti-operárias. Mas o que se viu foi justamente o contrário. A atividade desta sexta-feira ficou bem aquém da mobilização do dia 11 e não paralisou nenhuma categoria importante, no máximo houve o atraso na entrada de algumas poucas fábricas em São Paulo. Como alertamos, a “promessa” da burocracia sindical ultra-pelega (FS, UGT) de mobilizar suas bases não se concretizou. A CUT-CTB também não moveu “um dedo” para fortalecer as manifestações e restou a Conlutas promover pequenos atos pelo país, sem no entanto paralisar as categorias que controla como Metroviários-SP, Rodoviários-CE ou mesmo os metalúrgicos de SJC apesar das ameaças de demissões na Embraer. Os atos mais significativos foram no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro em função dos pacotes draconianos anunciados por Sartori e Pezão. Esse quadro de descenso ocorreu em plena crise política do governo Temer e só pode ser explicado porque a Frente Popular não desejou radicalizar em um momento de aguda fragilidade do gerente golpista. Colocar gente na rua neste momento significa questionar a existência do governo propriamente dito, colocar em luta os trabalhadores para derrubá-lo por seus métodos de luta, uma estratégia oposta a que vem sendo adotada pela CUT e o PT. Isso fica evidente pelo apoio dos governadores desses partidos ao ajuste fiscal de Meirelles, assim como pela desmarcação do ato do próximo domingo, que seria uma manifestação eminentemente política contra Temer. Esse vazia imposto ao movimento de massas fortalece a reação burguesa, tanto nos ataques as conquistas sociais via o parlamento como a atuação da famigerada “Operação Laja Jato” que vem atuando para abrir caminho para Moro assumir como NeoBonaparte em diante da crise política. Diante do fracasso do dia 25/11 a burguesia sente-se fortalecida para costurar uma saída por cima, preparando a saída de Temer após ele impor a Reforma da Previdência e a aprovação da PEC-55, em um acordo entre Moro e o PSDB (particularmente FHC) com o aval da Globo. Nesse sentido, a grande lição a abstrair nesse balanço é justamente que a paralisia imposta pela burocracia sindical em seu mais variado espectro política (da FS, a Conlutas, passando pela CUT) vem possibilitando o recrudescimento do regime político em todos os terrenos. No máximo, as entidades sindicais ligadas a Frente Popular jogarão algum peso para “Ocupar Brasília” nesse dia 29, como parte do lobby parlamentar sobre o Senado na votação da PEC-55, mas como a direção do PT deseja que Temer aprove o ajuste fiscal para capitalizar eleitoralmente o desgaste do canalha golpista e seus governadores se beneficiem das verbas arrecadadas com o arrocho salarial e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores federais, essa manifestação, assim como foi o dia 25/11 será totalmente impotente para barrar a ofensiva de Temer contra os trabalhadores, mesmo esta ocorrendo em meio a mais aguda crise política do gabinete golpista.