terça-feira, 1 de novembro de 2016

“BATALHA DE MOSSUL”: REDUTO DOS “REBELDES” TEM ARMAS FORNECIDAS PELOS EUA... TROTSKISTAS REVOLUCIONÁRIOS LUTAM PELA DERROTA DO EI NO CURSO DA EXPULSÃO DO IMPERIALISMO IANQUE DE TODA REGIÃO ÁRABE


Cerca de 30 mil soldados iraquianos, milícias curdas peshmerga e combatentes tribais sunitas participam da ofensiva para derrotar 4 a 8 mil militantes do Estado Islâmico de Mossul, cidade com 1,5 milhão de habitantes. A cidade, a segunda mais importante do país, foi capturada pelo EI em junho de 2014. Neste ano, o grupo terrorista vem perdendo parte dos territórios que controlava e a maior parte das cidades importantes, sendo Mossul seu domínio mais valioso na atualidade. A região, no norte do país, é rica em poços de petróleo e a venda do produto se tornou uma importante fonte de rendas para o EI. A cidade também fica perto da fronteira com a Turquia, uma posição estratégica para a dinâmica de comércio local. O governo Turco compra petróleo barato dos jihadistas. Por sua vez, o exército iraquiano e as Forças de Mobilização Popular do Iraque (FMP) descobriram uma série de mísseis fabricados nos EUA em posições de combate do EI. Segundo as fontes, “vários mísseis norte-americanos foram achados na região de Al Shura situada a sul de Mossul” (Sputinik, 01.11) . Anteriormente, em várias ocasiões o exército iraquiano e as FMP já tinha encontrado mísseis fabricados nos EUA na província de Al-Anbar. Ainda em agosto de 2015, um responsável da inteligência iraquiana revelou que helicópteros dos EUA largavam armas e outros meios para os terroristas do EI acrescentando que esses helicópteros podiam ter sido enviados a partir da Turquia ou Israel.  Outro caso ocorreu em março de 2015, quando um grupo das Forças de Mobilização Popular do Iraque (denominadas Al-Hashad Al-Shabi) abateu um helicóptero do Exército dos EUA que levava a bordo armas para o EI nas áreas ocidentais da região de Al-Baghdadi. O exército iraquiano já tomou outras cidades consideradas importantes pelo grupo, como Tikrit (abril 2015), Ramadi (dezembro de 2015), Falluja (junho de 2016). Desde o momento em que as tropas preparavam a ofensiva para tomar Mossul, Bagdá tem sido alvo de uma escalada de atentados terroristas. Nesta segunda, poucas horas depois do início da operação militar, um carro-bomba provocou uma explosão em um posto de controle do exército ao sul da cidade. Dez pessoas morreram e 17 ficaram feridas. No domingo, duas pessoas morreram em um atentado anti-xiita em Bagdá, e no sábado uma série de ataques, incluindo um atentado suicida reivindicado pelo EI, mataram 46 pessoas. O EI foi anteriormente armado pela CIA para desestabilizar o governo sírio seguindo o mesmo script macabro imposto na Líbia de Kadaffi. Entretanto, os “fanáticos” jihadistas islâmicos foram derrotados em sua “missão” pelo exército nacional da Síria, que conta com amplo apoio popular. Frente ao revés imposto na Síria, o EI acabou recuando para o Iraque e voltando suas forças contra o debilitado e impopular governo títere do imperialismo no Iraque. Trata-se de em um típico exemplo de quando o “feitiço se volta contra o mestre” devido às contradições vivas da luta de classes, que acabaram por colocar o EI em choque aberto com a marionete imposta em Bagdá pelos EUA. Esta realidade criou um impasse na Casa Branca. Obama perdeu o controle sobre o EI e ainda viu o fortalecimento do governo Assad no último ano. Frente esta nova realidade, o Pentágono voltou a bombardear o EI no Iraque no final de 2014. Diante da realidade de um conflito multifacetário, a posição dos Marxistas-Revolucionários é derrotar o EI e lutar contra a expulsão do imperialismo ianque do Iraque, lutamos ao lado das tropas sírias que batalham em aliança com a Rússia, em nenhum unidade de ação com os EUA. Os Comunistas Proletários militam nestas trincheiras de combate com total independência política e militar das direções burguesas e nacionalistas para forjar uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores, guiados por um programa internacionalista! Desesperado com a iminência da perda de sua influência no Iraque, Obama ordenou novos ataques a estes grupos islâmicos que foram inclusive treinados e financiados no passado pela CIA e o Mossad, mas que agora ocupam de forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa Branca. No momento em que o Pentágono não controla seu próprio “feitiço” e a “hidra raivosa” se volta contra o amo imperialista, a LBI se coloca pela derrota militar dos bandos pró-imperialistas, na medida que a vitória de nenhum dos lados em guerra favorece a luta estratégica do proletariado mundial. A tarefa urgente que se coloca para o movimento de massas é organizar uma alternativa independente tanto dos “bárbaros fundamentalistas” que foram armados pela CIA para combater os governos nacionalistas de toda a região, como do governo fantoche de Bagdá que continua submetendo país a espoliação do capital imperialista.

Após a desocupação militar ianque do Iraque, ocorrida em 2012, passados quase dez anos onde o principal esteio do estado capitalista eram as próprias forças militares dos EUA, abriu-se um período de profunda turbulência social e étnica e que agora se converteu em uma guerra civil no país do tipo convencional. Entre centenas de organizações guerrilheiras, que ocuparam de forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa Branca, cada uma seguindo de certa forma uma orientação sectária (no sentido religioso do termo) neste momento se destaca como vanguarda nacional tanto no campo político e bélico o EI. Essa forte milícia “radical” que ameaça a estabilidade do governo fantoche iraquiano é formada pela união de vários grupos insurgentes iraquianos, mas também conta com combatentes experientes de diversas nacionalidades, que já lutaram no Iraque e Afeganistão. Seu principal apoio vem de organizações sunitas. Parte de seu financiamento, que fornece suporte a seu moderno arsenal, provém de doadores privados residentes em países do Golfo Pérsico em campanhas dirigidas por pessoas como o Sheik kuwaitiano Hajjaj al-Ajmi e pelo próprio enclave sionista de Israel, que deseja enfraquecer o governo do Irã e da Síria. Setores da CIA alinhados aos Republicanos e o Mossad fornecem apoio militar ao grupo islâmico.

O EI já foi considerado a ala mais “radical” da Al-Qaeda (especula-se que já teriam rompido com a organização), combatendo qualquer vestígio de nacionalismo como na Líbia e Síria quando foram fartamente armados pelos EUA. Desesperado com a iminência da perda de sua influência no Iraque, Obama analisa diversas opções de ajuda ao governo de Bagdá, imerso em uma contenda contrainsurgente onde está em perigo, segundo especialistas na área, a sobrevivência da já frágil unidade estatal dessa nação árabe e a ameaça de uma ampliação sem precedentes das milícias islâmicas em toda a região onde as companhias de petróleo ianques não param de exportar o óleo para a “metrópole”.

O conflito militar no Iraque aponta que os EUA vão aprofundar sua ofensiva bélica na região, abrindo mais uma perigosa frente de batalha. Como pontuamos está em curso uma verdadeira “unidade de ação” entre o governo do Iraque e o Pentágono, sob o aplauso dos revisionistas e reformistas de plantão que apesar de todas as evidências mantém o cínico discurso que o EI é aliado incondicional dos EUA no Iraque! A LBI tem demonstrado que sabe diferenciar cada situação da luta de classes (como estar do lado oposto dos Mujahedins na ocupação soviética do Afeganistão) e determinar a função concreta que as forças políticas burguesas que se enfrentam com o imperialismo. Neste momento no Iraque estamos pelo derrotismo militar dos bandos armados pela CIA e do governo fantoche da Casa Branca! Neste sentido, é fundamental organizar a resistência operária e popular contra a ofensiva da OTAN na região, que deve vir com força total com a vitória da víbora Clinton nas eleições presidenciais dos EUA!