“BATALHA DE MOSSUL”: REDUTO DOS “REBELDES” TEM ARMAS
FORNECIDAS PELOS EUA... TROTSKISTAS REVOLUCIONÁRIOS LUTAM PELA DERROTA DO EI NO
CURSO DA EXPULSÃO DO IMPERIALISMO IANQUE
DE TODA REGIÃO ÁRABE
Cerca de 30 mil soldados iraquianos, milícias curdas
peshmerga e combatentes tribais sunitas participam da ofensiva para derrotar 4
a 8 mil militantes do Estado Islâmico de Mossul, cidade com 1,5 milhão de
habitantes. A cidade, a segunda mais importante do país, foi capturada pelo EI
em junho de 2014. Neste ano, o grupo terrorista vem perdendo parte dos
territórios que controlava e a maior parte das cidades importantes, sendo
Mossul seu domínio mais valioso na atualidade. A região, no norte do país, é
rica em poços de petróleo e a venda do produto se tornou uma importante fonte
de rendas para o EI. A cidade também fica perto da fronteira com a Turquia, uma
posição estratégica para a dinâmica de comércio local. O governo Turco compra
petróleo barato dos jihadistas. Por sua vez, o exército iraquiano e as Forças
de Mobilização Popular do Iraque (FMP) descobriram uma série de mísseis
fabricados nos EUA em posições de combate do EI. Segundo as fontes, “vários
mísseis norte-americanos foram achados na região de Al Shura situada a sul de
Mossul” (Sputinik, 01.11) . Anteriormente, em várias ocasiões o exército
iraquiano e as FMP já tinha encontrado mísseis fabricados nos EUA na província
de Al-Anbar. Ainda em agosto de 2015, um responsável da inteligência iraquiana revelou
que helicópteros dos EUA largavam armas e outros meios para os terroristas do
EI acrescentando que esses helicópteros podiam ter sido enviados a partir da
Turquia ou Israel. Outro caso ocorreu em
março de 2015, quando um grupo das Forças de Mobilização Popular do Iraque
(denominadas Al-Hashad Al-Shabi) abateu um helicóptero do Exército dos EUA que
levava a bordo armas para o EI nas áreas ocidentais da região de Al-Baghdadi. O
exército iraquiano já tomou outras cidades consideradas importantes pelo grupo,
como Tikrit (abril 2015), Ramadi (dezembro de 2015), Falluja (junho de 2016).
Desde o momento em que as tropas preparavam a ofensiva para tomar Mossul, Bagdá
tem sido alvo de uma escalada de atentados terroristas. Nesta segunda, poucas
horas depois do início da operação militar, um carro-bomba provocou uma
explosão em um posto de controle do exército ao sul da cidade. Dez pessoas
morreram e 17 ficaram feridas. No domingo, duas pessoas morreram em um atentado
anti-xiita em Bagdá, e no sábado uma série de ataques, incluindo um atentado
suicida reivindicado pelo EI, mataram 46 pessoas. O EI foi anteriormente armado
pela CIA para desestabilizar o governo sírio seguindo o mesmo script macabro
imposto na Líbia de Kadaffi. Entretanto, os “fanáticos” jihadistas islâmicos
foram derrotados em sua “missão” pelo exército nacional da Síria, que conta com
amplo apoio popular. Frente ao revés imposto na Síria, o EI acabou recuando
para o Iraque e voltando suas forças contra o debilitado e impopular governo
títere do imperialismo no Iraque. Trata-se de em um típico exemplo de quando o
“feitiço se volta contra o mestre” devido às contradições vivas da luta de
classes, que acabaram por colocar o EI em choque aberto com a marionete imposta
em Bagdá pelos EUA. Esta realidade criou um impasse na Casa Branca. Obama
perdeu o controle sobre o EI e ainda viu o fortalecimento do governo Assad no
último ano. Frente esta nova realidade, o Pentágono voltou a bombardear o EI no
Iraque no final de 2014. Diante da realidade de um conflito multifacetário, a
posição dos Marxistas-Revolucionários é derrotar o EI e lutar contra a expulsão
do imperialismo ianque do Iraque, lutamos ao lado das tropas sírias que
batalham em aliança com a Rússia, em nenhum unidade de ação com os EUA. Os
Comunistas Proletários militam nestas trincheiras de combate com total
independência política e militar das direções burguesas e nacionalistas para
forjar uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores, guiados por
um programa internacionalista! Desesperado com a iminência da perda de sua
influência no Iraque, Obama ordenou novos ataques a estes grupos islâmicos que
foram inclusive treinados e financiados no passado pela CIA e o Mossad, mas que
agora ocupam de forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa
Branca. No momento em que o Pentágono não controla seu próprio “feitiço” e a
“hidra raivosa” se volta contra o amo imperialista, a LBI se coloca pela
derrota militar dos bandos pró-imperialistas, na medida que a vitória de nenhum
dos lados em guerra favorece a luta estratégica do proletariado mundial. A
tarefa urgente que se coloca para o movimento de massas é organizar uma
alternativa independente tanto dos “bárbaros fundamentalistas” que foram
armados pela CIA para combater os governos nacionalistas de toda a região, como
do governo fantoche de Bagdá que continua submetendo país a espoliação do
capital imperialista.
Após a desocupação militar ianque do Iraque, ocorrida em
2012, passados quase dez anos onde o principal esteio do estado capitalista
eram as próprias forças militares dos EUA, abriu-se um período de profunda
turbulência social e étnica e que agora se converteu em uma guerra civil no
país do tipo convencional. Entre centenas de organizações guerrilheiras, que
ocuparam de forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa
Branca, cada uma seguindo de certa forma uma orientação sectária (no sentido
religioso do termo) neste momento se destaca como vanguarda nacional tanto no
campo político e bélico o EI. Essa forte milícia “radical” que ameaça a
estabilidade do governo fantoche iraquiano é formada pela união de vários
grupos insurgentes iraquianos, mas também conta com combatentes experientes de
diversas nacionalidades, que já lutaram no Iraque e Afeganistão. Seu principal
apoio vem de organizações sunitas. Parte de seu financiamento, que fornece
suporte a seu moderno arsenal, provém de doadores privados residentes em países
do Golfo Pérsico em campanhas dirigidas por pessoas como o Sheik kuwaitiano
Hajjaj al-Ajmi e pelo próprio enclave sionista de Israel, que deseja
enfraquecer o governo do Irã e da Síria. Setores da CIA alinhados aos
Republicanos e o Mossad fornecem apoio militar ao grupo islâmico.
O EI já foi considerado a ala mais “radical” da Al-Qaeda
(especula-se que já teriam rompido com a organização), combatendo qualquer
vestígio de nacionalismo como na Líbia e Síria quando foram fartamente armados
pelos EUA. Desesperado com a iminência da perda de sua influência no Iraque,
Obama analisa diversas opções de ajuda ao governo de Bagdá, imerso em uma
contenda contrainsurgente onde está em perigo, segundo especialistas na área, a
sobrevivência da já frágil unidade estatal dessa nação árabe e a ameaça de uma
ampliação sem precedentes das milícias islâmicas em toda a região onde as
companhias de petróleo ianques não param de exportar o óleo para a “metrópole”.