ENQUANTO A POLÍCIA ASSASSINA REPRIME COVARDEMENTE O MST, O
GRUPO “MAIS” (Prof. VALÉRIO) VAI PRESTAR SOLIDARIEDADE A “GREVE” FASCISTA DOS
POLICIAIS DO CEARÁ. NENHUM APOIO AS REIVINDICAÇÕES REACIONÁRIAS DO BRAÇO ARMADO
DO CAPITAL!
Há poucos dias Policiais civis invadiram a sede da Escola
Nacional Florestan Fernandes do MST, prenderam várias de suas lideranças,
agrediram ativistas e ameaçaram a vida de mulheres e crianças. Esses homens
armados a serviço de Alckmin atiraram com balas letais nos sem-terra em uma
operação de guerra que mereceu o justo repúdio do conjunto dos movimentos
sociais de todo o Brasil, já que além de São Paulo, os policiais civis
prenderam companheiros no Mato Grosso e Paraná. A LBI esteve presente no ato
nacional de solidariedade ao MST logo após a invasão onde fez um chamado
público par se enfrentar as ações da polícia assassina através da formação de
milícias de autodefesa, alertando que não podemos esperar do braço armado do
Estado capitalista e de seus cães de guarda armados senão mais repressão e
perseguição aos lutadores sociais do campo e da cidade. Para a nossa surpresa
na mesma semana em que ocorreu a violenta ação policial contra o MST,
militantes e entidades sindicais ligados ao grupo “MAIS”, cujo dirigente
nacional é o Prof. Valério Arcary, prestavam solidariedade à “greve” fascista
da Polícia Civil do Ceará comandada pelo mafioso SINPOL (filiado à arqui-pelega
Nova Central). Os policiais do Ceará desencadearam a greve exigindo aumento de
salários e maior “liberdade de ação para matar os vagabundos que matam nossos
companheiros”, segundo a sinistra diretoria do SINPOL. Entretanto para os
militantes do MAIS, os reacionários policias são “trabalhadores do serviço
público... seria correto apoiar suas reivindicações por melhores condições de
trabalho”, como salários mais altos, viaturas novas, armas modernas, coletes,
etc... O Sindicato dos Operários da Construção Civil de Fortaleza e o
SINTRO-CE, dirigidos pelo MAIS em conjunto com o PSTU, nos dizem já faz algum
tempo que os policiais em greve são aliados dos outros trabalhadores na luta
contra o ajuste neoliberal. Ao defender essas posições abjetas frontalmente
contrárias ao Marxismo Revolucionário o grupo do Prof. Valério choca-se com as
posições de nosso mestre Trotsky que afirma claramente “O trabalhador que se
torna um policial a serviço do Estado capitalista, é um policial burguês, e não
um trabalhador.” (Leon Trotsky). Para o Marxismo, um policial mesmo em greve
não é um aliado, não deve ser encarado como um simples “assalariado”, mas como
um inimigo de classe que reivindica de seu patrão melhores condições para
reprimir o povo trabalhador em meio a um período de crise econômica. Para além
de um debate “teórico”, a posição do MAIS se choca com a realidade: o ataque ao
MST por policiais civis e a repressão cotidiana as greves, como as ocupações
das escolas e universidades, como vivemos aqui na UFC e em todo o país são a
prova cabal que os policiais civis e militares são nossos inimigos, uma
categoria especial de “assalariados” que serve a classe dominante na repressão
que seu Estado desfere sistematicamente contra os trabalhadores e a juventude,
compõe uma instituição burguesa reacionária que não pode ser reformada e deve
sim ser destruída em nossa luta pela Revolução Proletária. Por esta razão não
devemos apoiar uma greve para que a polícia e seus membros tenham suas
condições de trabalho melhoradas, seus salários aumentados e lhe dispor de mais
armas para atacar o movimento de massas, os estudantes, os camponeses. A
tentativa de dotar esta greve policial de alguma característica “progressiva” é
absolutamente inútil. Por mais que se esforce em “glamorizar” a luta sindical
dos policias, suas ações contra a classe trabalhadora, como o ataque ao MST,
apenas reforçam o que esses “servidores públicos especiais” são treinados e
pagos para fazer, ou seja, assassinar pobres e reprimir trabalhadores. Como
definiu brilhantemente Trotsky, “A polícia é um inimigo cruel, inconciliável,
odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa. Não há outro
remédio que açoitá-los ou matá-los. Quanto ao exército é outra coisa...”
(História da Revolução Russa, Capítulo VII, Cinco dias - 23 a 29 de fevereiro de 1917, 1930). Tentar transformar o legado teórico
bolchevique, de cindir a base das forças armadas em uma etapa revolucionária a
favor do proletariado, em apoio acrítico as greves reacionárias de policiais,
não passa de uma “armadilha” do mais rasteiro sindicalismo vulgar praticado
pelo MAIS e seus congêneres revisionistas. O “MAIS” também defende a
“desmilitarização da polícia” alegando que desta forma a “população” teria o
controle da corporação. Raquel Dias, uma das principais dirigentes do MAIS no
Ceará em 2014 (quando candidata ao Senado) já defendia esta tese
ultra-reformista: “Quando você desmilitariza a polícia você coloca a polícia
minimamente sobre o controle da população e dos trabalhadores. Como? Os
trabalhadores teriam direito por organizações, regionais ou bairros a escolher
os militares, no caso dos policiais de alta patente, dos comandantes e aí você
iria realizar reuniões e assembleias com certa periodicidade para avaliar o
trabalho, para discutir quais são os principais problemas com relação à
violência, a segurança no bairro, na região, junto com os policiais, isto seria
uma tentativa de se controlar um pouco mais o trabalho da polícia junto aos
trabalhadores que são aqueles mais afetados com a falta de segurança no Brasil,
em Fortaleza, no estado do Ceará” (DN, 22.09.2104). Nada mais falso, como
explicou o grande Bolchevique “Todas as polícias, executoras da vontade do capitalismo,
do Estado burguês e de suas quadrilhas de políticos corruptos devem ser
dissolvidas” (L.Trotsky, Um programa para a França). Enquanto os Marxistas
Revolucionários defendem a destruição das polícias, o MAIS reivindica sua
manutenção “sob o controle da população” dentro do sistema capitalista,
omitindo que o Estado burguês e sua polícia são controlados pela burguesia
contra a classe trabalhadora e não para defender os interesses da “população no
abstrato”. Como se pode ver, a tese destes “mestres” do oportunismo choca-se
totalmente com o Marxismo Revolucionário, tanto que chegam ao ponto de patrocinar
ilusões de que no capitalismo e sob um regime político burguês os trabalhadores
iriam controlar a assassina oficialidade policial através de reuniões democráticas!
Ao se acreditar nesse “conto de fadas” o MAIS no fundo vende a ilusão de que
não precisamos mais de uma Revolução Operária e Socialista violenta, do
armamento proletário e da destruição das instituições burguesas para liquidar o
Estado capitalista, bastaria votar na “esquerda”, “radicalizar a democracia” e
eleger gerentes “éticos” como os candidatos do PSOL para se chegar
“Socialismo”. Esse “Marxismo crítico” que o MAIS e o Prof. Valério defende em
suas cátedras, tão simpático e domesticado, pode atrair os mais desavisados,
corrompidos e adaptados a democracia burguesa, mas definitivamente são posições
aberrantes que não tem serventia alguma no combate social, político e
ideológico do proletariado e da juventude combativa para derrocar o Estado burguês
e marchar na construção do Comunismo sob os escombros do Estado capitalista!