segunda-feira, 7 de novembro de 2016

ENQUANTO A POLÍCIA ASSASSINA REPRIME COVARDEMENTE O MST, O GRUPO “MAIS” (Prof. VALÉRIO) VAI PRESTAR SOLIDARIEDADE A “GREVE” FASCISTA DOS POLICIAIS DO CEARÁ. NENHUM APOIO AS REIVINDICAÇÕES REACIONÁRIAS DO BRAÇO ARMADO DO CAPITAL!

Há poucos dias Policiais civis invadiram a sede da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST, prenderam várias de suas lideranças, agrediram ativistas e ameaçaram a vida de mulheres e crianças. Esses homens armados a serviço de Alckmin atiraram com balas letais nos sem-terra em uma operação de guerra que mereceu o justo repúdio do conjunto dos movimentos sociais de todo o Brasil, já que além de São Paulo, os policiais civis prenderam companheiros no Mato Grosso e Paraná. A LBI esteve presente no ato nacional de solidariedade ao MST logo após a invasão onde fez um chamado público par se enfrentar as ações da polícia assassina através da formação de milícias de autodefesa, alertando que não podemos esperar do braço armado do Estado capitalista e de seus cães de guarda armados senão mais repressão e perseguição aos lutadores sociais do campo e da cidade. Para a nossa surpresa na mesma semana em que ocorreu a violenta ação policial contra o MST, militantes e entidades sindicais ligados ao grupo “MAIS”, cujo dirigente nacional é o Prof. Valério Arcary, prestavam solidariedade à “greve” fascista da Polícia Civil do Ceará comandada pelo mafioso SINPOL (filiado à arqui-pelega Nova Central). Os policiais do Ceará desencadearam a greve exigindo aumento de salários e maior “liberdade de ação para matar os vagabundos que matam nossos companheiros”, segundo a sinistra diretoria do SINPOL. Entretanto para os militantes do MAIS, os reacionários policias são “trabalhadores do serviço público... seria correto apoiar suas reivindicações por melhores condições de trabalho”, como salários mais altos, viaturas novas, armas modernas, coletes, etc... O Sindicato dos Operários da Construção Civil de Fortaleza e o SINTRO-CE, dirigidos pelo MAIS em conjunto com o PSTU, nos dizem já faz algum tempo que os policiais em greve são aliados dos outros trabalhadores na luta contra o ajuste neoliberal. Ao defender essas posições abjetas frontalmente contrárias ao Marxismo Revolucionário o grupo do Prof. Valério choca-se com as posições de nosso mestre Trotsky que afirma claramente “O trabalhador que se torna um policial a serviço do Estado capitalista, é um policial burguês, e não um trabalhador.” (Leon Trotsky). Para o Marxismo, um policial mesmo em greve não é um aliado, não deve ser encarado como um simples “assalariado”, mas como um inimigo de classe que reivindica de seu patrão melhores condições para reprimir o povo trabalhador em meio a um período de crise econômica. Para além de um debate “teórico”, a posição do MAIS se choca com a realidade: o ataque ao MST por policiais civis e a repressão cotidiana as greves, como as ocupações das escolas e universidades, como vivemos aqui na UFC e em todo o país são a prova cabal que os policiais civis e militares são nossos inimigos, uma categoria especial de “assalariados” que serve a classe dominante na repressão que seu Estado desfere sistematicamente contra os trabalhadores e a juventude, compõe uma instituição burguesa reacionária que não pode ser reformada e deve sim ser destruída em nossa luta pela Revolução Proletária. Por esta razão não devemos apoiar uma greve para que a polícia e seus membros tenham suas condições de trabalho melhoradas, seus salários aumentados e lhe dispor de mais armas para atacar o movimento de massas, os estudantes, os camponeses. A tentativa de dotar esta greve policial de alguma característica “progressiva” é absolutamente inútil. Por mais que se esforce em “glamorizar” a luta sindical dos policias, suas ações contra a classe trabalhadora, como o ataque ao MST, apenas reforçam o que esses “servidores públicos especiais” são treinados e pagos para fazer, ou seja, assassinar pobres e reprimir trabalhadores. Como definiu brilhantemente Trotsky, “A polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa. Não há outro remédio que açoitá-los ou matá-los. Quanto ao exército é outra coisa...” (História da Revolução Russa, Capítulo VII, Cinco dias - 23 a 29 de fevereiro de 1917, 1930). Tentar transformar o legado teórico bolchevique, de cindir a base das forças armadas em uma etapa revolucionária a favor do proletariado, em apoio acrítico as greves reacionárias de policiais, não passa de uma “armadilha” do mais rasteiro sindicalismo vulgar praticado pelo MAIS e seus congêneres revisionistas. O “MAIS” também defende a “desmilitarização da polícia” alegando que desta forma a “população” teria o controle da corporação. Raquel Dias, uma das principais dirigentes do MAIS no Ceará em 2014 (quando candidata ao Senado) já defendia esta tese ultra-reformista: “Quando você desmilitariza a polícia você coloca a polícia minimamente sobre o controle da população e dos trabalhadores. Como? Os trabalhadores teriam direito por organizações, regionais ou bairros a escolher os militares, no caso dos policiais de alta patente, dos comandantes e aí você iria realizar reuniões e assembleias com certa periodicidade para avaliar o trabalho, para discutir quais são os principais problemas com relação à violência, a segurança no bairro, na região, junto com os policiais, isto seria uma tentativa de se controlar um pouco mais o trabalho da polícia junto aos trabalhadores que são aqueles mais afetados com a falta de segurança no Brasil, em Fortaleza, no estado do Ceará” (DN, 22.09.2104). Nada mais falso, como explicou o grande Bolchevique “Todas as polícias, executoras da vontade do capitalismo, do Estado burguês e de suas quadrilhas de políticos corruptos devem ser dissolvidas” (L.Trotsky, Um programa para a França). Enquanto os Marxistas Revolucionários defendem a destruição das polícias, o MAIS reivindica sua manutenção “sob o controle da população” dentro do sistema capitalista, omitindo que o Estado burguês e sua polícia são controlados pela burguesia contra a classe trabalhadora e não para defender os interesses da “população no abstrato”. Como se pode ver, a tese destes “mestres” do oportunismo choca-se totalmente com o Marxismo Revolucionário, tanto que chegam ao ponto de patrocinar ilusões de que no capitalismo e sob um regime político burguês os trabalhadores iriam controlar a assassina oficialidade policial através de reuniões democráticas! Ao se acreditar nesse “conto de fadas” o MAIS no fundo vende a ilusão de que não precisamos mais de uma Revolução Operária e Socialista violenta, do armamento proletário e da destruição das instituições burguesas para liquidar o Estado capitalista, bastaria votar na “esquerda”, “radicalizar a democracia” e eleger gerentes “éticos” como os candidatos do PSOL para se chegar “Socialismo”. Esse “Marxismo crítico” que o MAIS e o Prof. Valério defende em suas cátedras, tão simpático e domesticado, pode atrair os mais desavisados, corrompidos e adaptados a democracia burguesa, mas definitivamente são posições aberrantes que não tem serventia alguma no combate social, político e ideológico do proletariado e da juventude combativa para derrocar o Estado burguês e marchar na construção do Comunismo sob os escombros do Estado capitalista!