CASO CALERO: FAMIGLIA MARINHO INICIA "FRITURA" DE
TEMER, MIRANDO ELEIÇÃO INDIRETA DE MORO PELO CONGRESSO EM 2017
O diplomata do Itamaraty Marcelo Calero resolveu
"soltar a língua", não só pediu sua demissão do Ministério da Cultura
como também decidiu sair atirando não só contra o "percevejo" Geddel
mas frontalmente contra o chefe do gabinete golpista, Michel Temer. A
"ousadia" de Calero não se limitou a relatar para a mídia as ameaças
sofridas em razão de sua decisão de não "liberar" a construção do
espigão em Salvador, o ex-ministro chegou a gravar a chantagem realizada contra
ele pelo próprio Temer, e agora prestes a ser divulgada em
"exclusividade" pela Rede Globo. Somente os muito ingênuos podem
acreditar que a súbita coragem do "coxinha" Calero seja fruto de uma
tardia autocrítica por integrar um governo de bandidos. É óbvio que a
movimentação política de Calero está sendo manietada por interesses em
desestabilizar o governo golpista de conjunto e não apenas pela presão na saída
do "percevejo do gabinete" Geddel. Nesta conjuntura também está
absolutamente cristalino que a inoperante Frente Popular não aposta uma única
ficha política na derrubada de Temer. Resta então abstrair uma conclusão que
salta aos olhos e que a esquerda reformista faz questão de subestimar, a
"República de Curitiba" representa hoje uma alternativa de poder real
bem mais a direita do que a máfia peemedebista. Como apêndice de Moro e sua
reacionária anturrage judiciária, a famiglia Marinho estimulou Calero para a
gravar "ilegalmente" a conversa com Temer, pressionando o Ministério
Público a apresentar denúncia formal contra o presidente golpista. O objetivo
bem definido da "cilada" armada contra Temer é forçar a cassação do
governo pelo STF ainda no curso de 2017, o que constitucionalmente desembocaria
na convocação de uma nova eleição indireta, restrita ao Congresso Nacional
convertido em Colégio Eleitoral. Neste cenário o "justiceiro"
Moro (como qualquer outro cidadão brasileiro) poderia ser candidato, mas
sufragado apenas por parlamentares em vigência do mandato. Se o golpe
parlamentar contra Dilma teve como objetivo levar a frente de forma mais célere
as reformas neoliberais exigidas pelo imperialismo, o impasse de Temer em
finalizar o "trabalho sujo" o condena a ter o mesmo destino da
presidenta neopetista. A famigerada Lava Jato que já co-governa o país,
pretende não só impulsionar sua pauta de supressão das garantias
democráticas (os tais 10 pontos contra a corrupção), como também liquidar as
atuais reservas de mercado abrindo totalmente a economia nacional para os
trustes imperialistas. Veremos nos próximos dias um governo golpista nas cordas
por uma articulação política diretamente orientada pelas mesmas forças que
encestaram o regime militar, agora sob o protagonismo da direita togada no
lugar dos velhos coronéis. Seria cômico se não fosse trágico para o movimento
de massas o pedido de impeachment de Temer feito pelo senador Lindberg Farias
logo após as denúncias de Calero, os petistas ainda acreditam que a quadrilha
do PMDB/DEM que domina o Congresso irá sacrificar o chefe por uma simples
iniciativa parlamentar da esquerda reformista. Enquanto a crise do regime se
aprofunda com uma vertente fascista no horizonte próximo, por sua vez o PSOL
pede uma vaga de reboque no "trem" reacionário do Moro, que tem
destino final no Palácio do Planalto. O movimento operário deve construir seu
projeto de poder revolucionário antes que este desastre político seja
consumado!