POR IRONIA DA HISTÓRIA COLÉGIO ELEITORAL DA FRAUDE GARANTIRÁ
POSSE DE TRUMP
Uma ironia da história está marcando as eleições
norte-americanas como um dos fatos mais significativos deste início de século.
As eleições presidenciais indiretas nos EUA, através de um Colégio Eleitoral
formado por delegados indicados pelos estados, historicamente foi um mecanismo
criado para fraudar a soberania da vontade popular, em uma democracia onde dos
cartéis capitalistas sempre deram a última palavra. Pois bem quando o candidato
Democrata Al Gore perdeu a eleição presidencial em 2000 no Colégio Eleitoral
para Bush, a recém eleita senadora Hillary prometeu desencadear uma vasta
campanha nacional para abolir constitucionalmente esta aberração
antidemocrática. Porém Hillary já sentada em sua cadeira no Senado e
posteriormente como Secretaria de Estado do governo Obama nada fez para alterar
as regras que se comprometeu em combater. Quando iniciou sua campanha eleitoral
este ano, Hillary e o comando máximo Democrata tinham plena consciência de sua
enorme rejeição Popular, com o apoio da burguesia ianque pressionaram os
adversários Republicanos para indicarem o "pior candidato possível".
Os Democratas esperavam pelo pior e se prepararam para ganhar as eleições pelo mecanismo
fraudulento que eles mesmos criticavam, o anacrônico Colégio Eleitoral. O
empresário bilionário Trump pode até ser um palhaço reacionário, mas não é nada
bobo e partiu para a denúncia da fraude em curso contra a própria vontade da
cúpula de seu partido. O resultado deste 9 de novembro foi o mais inesperado
possível, Trump perde por uma pequena margem no voto direto, entretanto garante
a vitória no espúrio Colégio Eleitoral onde esperava ser derrotado. Com uma
plataforma de xenofobia e nacionalismo comercial imperialista, Trump conseguiu
atrair os setores sociais mais castigados pela crise capitalista, passando
literalmente por cima das acusações pessoais de assédio sexual e fraude fiscal
de suas empresas. Os estados menores que sofreram com a desindustrialização e o
desemprego deram o triunfo no Colégio Eleitoral a Trump, mesmo com a recuperação
do PIB norte-americano efetivada nos últimos anos do governo Obama. Hillary
está de mãos atadas "vítima" da própria armadilha que preparou para
vencer na eleição de modo indireto e acabou por ganhar, sem levar, no voto
popular direto. A Casa Branca a contra gosto da burguesia ianque será novamente
comandada por um derrotado na vontade da maioria do povo norte-americano. Trump
prepara um confronto com a poderosa China e o Irã, tentando atrair Putin para
esta arriscada trincheira internacional, na promessa de interromper o
financiamento dos EUA ao Estado Islâmico. Hillary, Obama, Sanders e o comando
Democrata de conjunto saem completamente desmoralizados desta empreitada que
poderá trazer consequências desastrosas para toda a humanidade.