CABRAL E GAROTINHO PRESOS: OFENSIVA DO JUDICIÁRIO NO RJ
FAVORECE A MARCHA DA UNIVERSAL AGORA RUMO AO GOVERNO DO ESTADO
A justiça federal prendeu em menos de 24 horas dois
ex-governadores do estado do Rio de Janeiro, trata-se das operações
"Chequinho" e "Calicute", contra Garotinho e Sérgio Cabral
respectivamente. No caso de Anthony Garotinho a acusação foi impulsionada por
um juiz eleitoral da cidade de Campos, que o indiciou por crime de compra de
votos através do programa social "Cheque Cidadão" criado pelo ex-governador e atual secretário da prefeita Rosinha Garotinho, sua esposa. Em
relação a Cabral o mandato de prisão foi expedido pela Lava Jato e seu chefe
nacional, o juiz Sérgio Moro, com acusações que vão desde a superfaturamento de
obras públicas no estado, até envolvimento no esquema de "comissões"
pagas por empreiteiras que operavam junto a Petrobras. Embora não tenham
relação jurídica entre si, a prisão quase que simultânea de dois grandes
caciques políticos do Rio tem grande impacto político no estado, praticamente
tirando os ex-governadores da corrida eleitoral pelo Palácio Laranjeiras em
2018. Também não é nenhuma coincidência o fato das prisões ocorrerem após a
vitória do bispo Crivella na prefeitura da capital fluminense e da profunda
crise financeira que atravessa o estado. Cabral um dos chefes nacionais do
PMDB, foi alçado ao governo do estado pelo seu antigo padrinho político,
Garotinho. Sentado nas Laranjeiras Cabral logo tratou de criar sua própria
quadrilha política, livrando-se de Garotinho, um traidor contumaz que teve
origem no PDT de Leonel Brizola. O atual governador Pezão, filhote de Cabral,
apenas seguiu a trilha do saque financeiro ao governo do estado, levando
finalmente ao completo "default" a segunda unidade econômica mais
importante da União. Portanto Garotinho, Cabral e Pezão (do qual Eduardo Cunha é
subproduto) representam um fio de continuidade que quebrou totalmente o Rio,
ameaçando a vida dos funcionários públicos e da própria população fluminense
carente dos serviços prestados pelo governo. Entretanto o judiciário estava
plenamente consciente da falência e assalto do estado há pelo menos dois anos,
deixando para intervir após o golpe parlamentar que afastou a presidente Dilma.
Como operadores da vontade dos rentistas, a Lava Jato busca recompor forças
políticas no Rio capazes de garantir o pagamento da dívida do estado, está
absolutamente cristalino que o PMDB de Cabral e Pezão não tem mais condições de
gerenciar o governo, isto para não falar do "chamuscado" Garotinho e
de seus aliados corruptos do PR. Por isso a Lava Jato resolveu atuar
tardiamente contra a máfia do Cabral, embora Moro saiba do risco de sua ação
ser invalidada pelo ministro Luiz Fux do Supremo, um afilhado do PMDB
fluminense. Tudo leva a crer que o justiceiro Moro prepara uma base sólida de
apoiadores para suas pretensões eleitorais em direção ao Planalto , e nada
melhor do que a Universal e seu reacionário partido (PRB) governando o Rio de
Janeiro em 2018. Por outro lado a prisão dos dois ex-governadores que quebraram
o estado teria o efeito de tentar acalmar a fúria do funcionalismo público,
passando a imagem que a "justiça" estaria realizando a "limpeza
ética" na vida política do país. O movimento de massas não pode se deixar
enganar por este engodo fascista da Lava Jato e seus juízes conservadores que
patrocinam a impunidade para eles próprios e promovem aliança com forças
obscuras do antigo regime militar, a invasão da Câmara dos Deputados ontem (16/11) foi uma demonstração viva desta perigosa simbiose política. A esquerda
revisionista que apoia este amálgama reacionário entre o judiciário fascista e
os militares golpistas, como por exemplo o PSTU, deve ser excluída
politicamente das fileiras do movimento operário. Somente a ação do
proletariado através de seus próprios organismos independentes de classe poderá
fazer a verdadeira justiça histórica contra os burgueses corruptos e seus
apêndices políticos.