OS “MORONISTAS” DO PSTU SAEM EM DEFESA DESCARADA DA FARSESCA
OPERAÇÃO LAVA JATO
Sob o pretexto de denunciar uma operação-abafa que
garantiria uma “Anistia ampla, geral e irrestrita aos corruptos” (13.11) o PSTU
saiu em defesa descarada da farsesca Operação Lata Jato comandada pelo Juiz
Moro. Segundo os “Moronistas”, “uma articulação por debaixo dos panos tenta
assegurar a impunidade de centenas de políticos metidos até o pescoço na Lava
Jato” e conclui “A Lava Jato vem tratando o que os políticos chamam de caixa
dois como crimes de falsidade ideológica, além de lavagem de dinheiro e
corrupção. Com essa manobra do Congresso, todos esses crimes virariam
simplesmente caixa dois (doação não registrada na Justiça Eleitoral) e como não
poderia retroagir, todo mundo se safaria”. Por fim o PSTU sai em apoio à prisão
de Lula com a consigna de “Não à impunidade! Prisão de todos os corruptos!”
quando defende “Uma política de classe frente a isso deve ser a defesa da prisão
e do confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, seja de que partido
for”. Lembremos que anteriormente, o PSTU já havia apoiado a denúncia do
procurador protofascista Deltan Dallagnol contra Lula, uma artimanha jurídica
reacionária orquestrada para desembocar na prisão do ex-presidente pelo Juiz
“nacional” Sergio Moro. Na época, Eduardo Almeida, dirigente máximo do partido,
afirmou textualmente seu apoio a Lava Jato e a ação repressiva do Estado
burguês contra o dirigente do PT: “Lula foi denunciado pelo MPF e existe a
possibilidade de que seja preso... Nós defendemos a prisão e expropriação dos
bens de todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também
de Aécio e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da
merenda escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria
cúmplices de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção
também do PSDB e do PMDB”. O PSTU tenta cinicamente justificar sua posição
apoiando-se no conceito de que “todos são corruptos, logo todos devem ser
presos” pelos organismos repressores do Estado capitalista. Para os Marxistas
Revolucionários não se trata de adotar os conceitos típicos da
pequena-burguesia moralista, a mesma que é base para os protestos da direita
contra o PT que desembocou no Golpe Institucional contra Dilma, mas compreender
que a justiça no Estado capitalista tem um caráter de classe. Justamente por
esse “detalhe” desprezado pelo PSTU é que somente o PT está sendo de fato alvo
da Operação Lava Jato, seus dirigentes históricos vêm sendo presos e Lula deve
ir para a prisão em breve, enquanto os ratos da política burguesa como FHC,
Temer, Aécio e Renan continuam livres. A denúncia do MPF é claramente um show
midiático reacionário para atacar inicialmente Lula e o PT para na sequência
perseguir toda a esquerda, inclusive os setores revolucionários que nunca
apoiaram ou integraram os governos da Frente Popular. Esses fatos demostram que
está em curso um processo de recrudescimento repressivo do regime político que
tem como alvo não só o PT, mas o conjunto da esquerda e os movimentos sociais.
O objetivo estratégico desta operação é cercear as parcas liberdades
democráticas e criar um ambiente político propício para alinhar servilmente o
Palácio do Planalto às ordens do imperialismo ianque e da Casa Branca na
rapinagem da economia nacional. O descaramento oportunista do PSTU é ainda mais
vergonhoso porque tem “duas caras”, enquanto defende a Lava Jato para “ficar de
bem” com a opinião pública da classe média "ética", no campo político
dos movimentos sociais continua chamando de “companheiros de luta” os
dirigentes do PT e da CUT (como nos atos do dia 11 e 25 de novembro) para não
“ficar mal” com o ativismo que segue a enorme influência da Frente Popular e
luta contra o governo golpista de Temer.
Os “Morenistas” desejam que a Operação Lava Jato seja cada
vez mais ampla afirmando “Nessa luta, devemos seguir defendendo a prisão e
confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores...O povo quer que todos
sejam julgados e presos, ou seja: também os corruptos do PSDB e do próprio
judiciário, além dos corruptos do PT. Não quer nem que apenas Lula seja punido
e nem que não se garanta direito de defesa, quer que todos sejam punidos”. Com o apoio de agrupamentos como o PSTU, a
CST e o MES Moro inocula seu “veneno ético” mortal em todo o espectro da
política nacional (da esquerda a extrema direita), só restando compassar seus
movimentos para instaurar um regime de “salvação patriótica” para livrar o
Brasil de “todos os políticos corruptos”, erigindo um governo bonapartista em
parceria com novos agentes capitalistas (muitos dos quais sediados nos centros
imperialistas), que de certa forma estão marginalizados nas estruturas de poder
do PT, PMDB e PSDB. Nesse sentido preciso veio a prisão de Cunha. Avisamos
quando da delação de Sérgio Machado que Moro se utilizou de figuras como Cunha,
Temer e Renan para apear o PT do Planalto, foi por um pragmático cálculo
político e não se poderia descartar que a própria Lava Jato iria ser a algoz
destes bandidos de Brasília futuramente. Foi o que ocorreu agora. Enganam-se os
que pensam que a “Lava Jato” tem por objetivo exclusivo a “caçada” judicial ao
PT. O Procurador Deltan Dallagnol, o “quadro” formulador da Força Tarefa da
direita pró-imperialista, já explanou cristalinamente que a “República de
Curitiba” pretendia não só remover o governo petista como também alterar
profundamente o regime político vigente. Para esta “tarefa divina” não
descartam depurar institucionalmente o PMDB e PSDB, na medida em que a
conjuntura permitir, ou seja, caso o governo Temer “engasgue” na aplicação das
reformas neoliberais exigidas pelo mercado financeiro, o Tea Party tupiniquin
estaria a postos para assumir as rédeas do regime político, reconfigurando
radicalmente a Constituição “democrática” de 1988. A plataforma da Lava Jato
“10 medidas contra a corrupção” (escandalosamente apoiada por Luciana Genro e
PSTU) já é um esboço reacionário do programa do novo regime que defendem para o
país.
Ao contrário dos “Moronistas” do PSTU, CST e MES, a LBI
chama a combater o embuste da Operação “Lava Jato” assim como denunciou o
julgamento farsa do “Mensalão”. Esta tarefa neste momento significa unificar na
mesma pauta programática a luta contra a ofensiva neoliberal que pretende
subtrair nossos direitos sociais e políticos, combate que deve ser combinada
com a defesa incondicional de todos os militantes políticos da esquerda que se
postam no campo nacional, democrático e popular. A vanguarda classista deve
abstrair todas as lições programáticas destes episódios e jamais empunhar a
bandeira da “ética e moralidade pública” como faz o PSOL, PSTU, MAIS.... Como
afirmou Lenin, o Estado burguês não pode ser “democratizado” ou tornar-se
“público”, deve ser demolido pela ação violenta e revolucionária da classe
operária. A corrupção não é um fenômeno episódico no regime capitalista, faz
parte dos seus próprios mecanismos de acumulação privada de mais-valor. Somente
a imposição de outra ditadura de classe, desta vez de caráter proletário, será
capaz de iniciar a construção de uma nova sociedade e para alcançar esse
objetivo estratégico é preciso edificar um partido operário revolucionário em
nosso país, que supere o PT e não seja sua reedição piorada como o PSOL de Luciana
e Babá!
Convocamos a militância de base do PT e da CUT para somar
forças na ação direta pela liberdade de todos os presos políticos deste
autocrático regime democrático-burguês. A classe operária mesmo não
reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus inimigos
principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se
materializa na militância de base do partido e da CUT. Somente a mobilização
permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será
capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado
capitalista. Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “estado de
direito” no quadro desta república dos novos “barões” do capital só servirá
para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que
estamos assistindo agora. Nesse combate de classe o PSTU encontra-se no outro
lado da barricada, de mãos dadas com a reação burguesa, a Rede Globo e a
justiça reacionária!