sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

ALA RENTISTA "ENQUADRA" SETOR MILITAR DO GOVERNO NEOFASCISTA: BOLSONARO INICIA COM CARGA MÁXIMA AGENDA DE "REFORMAS" EXIGIDAS PELO MERCADO... 


O aval dado pelo presidente neofascista Jair Bolsonaro a entrega da Embraer para o truste ianque, após ter declarado que vetaria a transação por "prejudicar os interesses nacionais", marcou a superação do impasse político vivido pelo governo central nos seus primeiros dez dias. O anúncio de Bolsonaro para a liquidação da Embraer como uma empresa nacional, foi logo saudada pela mídia corporativa como o "fim do embargo imposto pelo setor militar do governo a uma agenda liberal mais agressiva". Acompanhando a decisão sobre a venda da Embraer para a Boeing, veio a confirmação de uma "reforma" da Previdência Social no mesmo modelo de capitalização defendido pelo mercado financeiro, ao contrário do que o próprio Bolsonaro teria afirmado poucos dias atrás. Uma nova proposta de "reforma" da Previdência que faz parecer a "reforma" neoliberal que Temer enviou ao Congresso Nacional uma "brincadeira de crianças"... Ao que tudo indica após um primeiro momento em que o setor militar do governo neofascista, liderado pelo general Augusto Heleno (Ministro do GSI) estava "dando as cartas", colocando a ala rentista de Paulo Guedes (Ministro da Economia) em total defensiva política, o "jogo" no Planalto começou a virar...A queda de braço agora parece estar concentrada no que tange a inclusão ou não das Forças Armadas na malfadada "reforma" da Previdência apresentada por Paulo Guedes, e o mais importante: o tamanho do "pacote" das estatais que serão privatizadas. O embate entre as frações intestinas do governo neofascista, que acentuou os "recuos" recorrentes de Bolsonaro, tem claramente um lado muito mais forte, e este campo político é o dos rentistas do mercado financeiro, apoiado pela mídia "murdochiana" e também pelo imperialismo norte-americano. A fração rentista, conta com o suporte no governo (além é óbvio de Paulo Guedes) do Ministro Sérgio Moro e do chefe da Casa Civil, Onyx  Lorenzoni, contra o setor militar liderado por Heleno e o vice Mourão. Não se trata de um confronto frontal entre as duas alas do governo neofascista, ambas frações correspondem a setores da classe dominante nacional, porém os rentistas tem ligações materiais diretas com o "baronato" internacional e a própria Casa Branca em Washington. Neste processo de luta política os militares que se arvoram da apologia de um "nacionalismo" vazio e totalmente submisso ao Pentágono, vão cedendo passo a passo as imposições do mercado, logicamente em troca de alguma "pequena" vantagem, como foi por exemplo a nomeação do filho do general Mourão para a direção do Banco do Brasil. Não tardará muito entrará em cena o superministro Sérgio Moro, anunciando a liberação das armas para a classe média e mandando para o cárcere outro dirigente petista, sempre com o objetivo de dar "cobertura" midiática a agenda neoliberal do governo da extrema direita, do qual é um dos principais suportes políticos. É necessário organizar desde já a ação direta das massas, ao invés de ficar observando paralisado as "trapalhadas" de Bolsonaro, como desgraçadamente vem fazendo a CUT e o PT.