Na luta para derrotar o Golpe de Estado contra o governo
nacionalista burguês de Nicolás Maduro os Marxistas Revolucionários têm um
campo de combate político e militar definido: estão pela unidade de ação
anti-imperialista com o Chavismo para liquidar a direita e os
fascistas patrocinados pela Casa Branca e seus asseclas como Bolsonaro. Desde a
trincheira de combate incondicional ao golpista Juan Guaidó e a oposição de
direita (MUD) os genuínos Trotskistas têm a moral política e, acime de tudo,
dever revolucionário de delimitar-se publicamente coma orientação burguesa do
governo do PSUV que vem fazendo seguidas concessões aos golpistas. Maduro busca, via a intermediação dos governos da centro-esquerda burguesa do
México e do Uruguai junto ao “Grupo de Lima”, um “acordo de paz nacional” com a
direita venezuelana e o imperialismo ianque para seguir no comando do governo
de colaboração de classes sem adotar medidas que avancem na expropriação da
burguesia que abram caminho tomada de poder pelos próprios trabalhadores. Por
essa razão, Maduro declarou “concordar” com a iniciativa de uma nova rodada de
diálogos com a oposição: “Os governos do México e do Uruguai propuseram que se
crie uma iniciativa internacional para promover um diálogo das partes na
Venezuela para buscar uma negociação, para buscar um acordo de paz nacional.
Aos governos do México e do Uruguai, digo publicamente: estou de acordo com uma
iniciativa diplomática para o diálogo nacional na Venezuela. Estou pronto para
o diálogo, para o entendimento, para a negociação, para o acordo”. Em
comunicado conjunto, os dois países pediram “uma solução pacífica e democrática
diante do complexo panorama. De forma conjunta, os governos de Uruguai e México
fazem um apelo a todas as partes envolvidas, tanto dentro do país como no
exterior, para que reduzam as tensões e evitem uma escalada de violência que
possa agravar a situação”. A base central do acordo intermediado por López
Obrador e Tabaré Vázquez junto ao “Grupo de Lima” seria um recuo imediato da
Casa Branca e de sua marionete Juan Guaidó que se autodeclarou “presidente
interino”, com o estabelecimento de um calendário de negociações monitoradas
pela ONU. A União Européia, por sua vez, exige novas eleições como ficou claro na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas hoje em que França apresentou a proposta dando o prazo de 8 dias para Maduro se pronunciar publicamente. Em troca o chavismo libertaria o líder de maior peso da oposição como
Leopoldo Lopez, principal dirigente do partido “A Vontade Popular” (VP), uma
das forças majoritárias da golpista Mesa da Unidade Democrática (MUD), legenda
que abriga o próprio Juan Guaidó. Este suplente de deputado ascendeu em meio ao
vazio político na oposição. Depois do triunfo eleitoral da oposição nas
eleições parlamentares de 2015, que lhe permitiu ter a maioria da Assembleia
Nacional, os principais partidos opositores decidiram se revezar na presidência
da Casa a cada ano. 2019 era a vez do VP, mas seus principais líderes não
podiam assumir o cargo: López está em prisão domiciliar pelos protestos contra
Maduro em 2014, Carlos Vecchio, o número 2 do partido, está exilado nos EUA e
Freddy Guevara se refugiou na embaixada do Chile em Caracas, acusado pelas
violentas manifestações de 2017, restou ao inexperiente Guaidó encabeçar o
golpe. O mais importante do acordo é que Maduro impediria, pelo controle que o
Chavismo tem das organizações políticas e sindicais, que a mobilização direta
dos trabalhadores em defesa do governo se radicalize no curso da luta de
classes, colocando em xeque a própria ordem burguesa e as instituições do
regime político. Não por acaso, em nenhum momento Maduro ventilou até agora o
armamento popular para defender seu acossado governo, colocando exclusivamente
nas mãos das FFAA esta tarefa. A cúpula militar se mantém ao lado de Maduro, ou
melhor no mesmo campo da “Boligurguesia”, mas esta situação de “equilíbrio” é
altamente instável e tende a se desfazer rapidamente. A direção do PSUV sabe
que se tomar a medida de amar os trabalhadores, as massas em luta podem sair de
seu controle. Irão construir seus organismos de poder autônomos, forçar a
ruptura da hierarquia militar em favor do proletariado e liquidar fisicamente a
oposição burguesa, expulsando os agentes ianques do país até impor uma
dualidade do poder dos explorados, o que colocaria na ordem do dia a vitória de
sua revolução social por fora das instituições capitalistas. Alertamos que para
triunfar contra o imperialismo e a reação nacional não há outro caminho, a não
ser da independência de classe do proletariado: armamento já das milícias
Chavistas, avançar em medidas concretas de expropriação da burguesia nacional,
passando para classe operária o controle da produção industrial venezuelana! A
LBI sempre denunciou que o governo do PSUV não avançou no sentido da direção do
verdadeiro Socialismo, ao contrário, vem adotando medidas neoliberais de
mercado, elevando a crise econômica a um patamar de degradação das condições de
vida das massas proletárias e populares. Desta forma principista estamos
honrando no terreno vivo da luta de classes as lições de Trotsky e seu combate
programático pela reconstrução da Quarta Internacional, forjando no calor do
combate as condições para a construção de uma genuína alternativa
revolucionária a atual direção burguesa chavista que, via de regra, tende a
buscar acordos vergonhosos com a Casa Branca como "acena" Maduro
neste momento. Alertamos que nesta atual etapa da luta de classes marcada pela
ofensiva reacionária do imperialismo em toda linha, os dirigentes nacionalistas
burgueses ou reformistas que buscam esse caminho suicida acabam presos como
Lula (PT) ou brutalmente assassinados como ocorreu com Kadaffi na Líbia e
anteriormente Saddam Hussein no Iraque!