terça-feira, 29 de janeiro de 2019

“ASSEMBLEIA NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA” EM 20 DE FEVEREIRO: BUROCRACIA SINDICAL DA CUT, CTB E CONLUTAS SE RECUSA A ORGANIZAR A GREVE GERAL, CONVOCANDO ATO MIDIÁTICO EM BUSCA DE UM ACORDO COM O GOVERNO BOLSONARO!


Todas as centrais sindicais (CUT, CTB, CSB, CUT, Força Sindical, Nova Central, Intersindical, CSP-Conlutas, CGTB) estão convocando para o próximo dia 20 de fevereiro uma “Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora”. A burocracia sindical de conjunto resolveu realizar um ato político midiático domesticado na Praça da Sé, em São Paulo, sem convocar assembleias de base e chamar lutas concretas nos locais de trabalho, muito menos organizar a Greve Geral nas categorias estratégicas contra o governo Bolsonaro e sua Reforma neoliberal da Previdência. Trata-se de uma medida cosmética tardia e limitada levando-se em conta que o governo já impôs nesse mês de janeiro o “Pente-Fino no INSS” aterrorizando os trabalhadores. Também irá apresentar nos próximos dias no parlamento seu pacote de ataques a seguridade social dos trabalhadores. A Medida Provisória 871 em vigor visa acabar com o benefício de milhões de brasileiros (economizar 9,8 bilhões) e tem outro item extremamente perverso que é a mudança de regras para quem, depois de um período de 36 meses sem contribuir, voltar a contribuir para a Previdência Social. A equipe econômica do Planalto incluiu na MP artigo que dificulta o acesso a benefícios previdenciários como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, salário-maternidade e auxílio-reclusão. Isso significa que o trabalhador ou trabalhadora informal que conseguir um emprego formal e voltar a contribuir ao INSS terá de cumpri novamente a carência de 10 a 24 meses para poder receber o benefício pago a quem está temporariamente incapaz de trabalhar, quem se afasta por causa do nascimento de um filho ou quem está preso e tem valor destinado à família. A MP coloca todos os aposentados na condição de potenciais fraudadores da Previdência Social, agora também poderá prejudicar a classe trabalhadora vitimada pelos altos índices de desemprego que o país vem registrando desde o golpe de 2016. Segundo o IBGE, a parcela de trabalhadores informais do país bateu recorde e chegou a aproximadamente 43% (39,7 milhões de pessoas). Nesse quadro de ofensiva aos direitos sociais, seria fundamental dar uma verdadeira demonstração de força dos explorados diante da gestão Bolsonaro, ainda mais que o “Mussolini Tupiniquim” encontra-se neste momento literalmente mergulhado na lama de escândalos de corrupção e desgastado com a completa inoperância estatal diante da tragédia ambiental e humana em Brumadinho (MG). As centrais deveriam convocar pelo menos um dia nacional de paralisação com piquetes e assembleias para organizar as lutas, aproveitando que várias categorias estarão em mobilização no mês de fevereiro. Os metroviários de São Paulo estão com indicativo de greve para fevereiro (dia 5), assim como os servidores municipais de São Paulo contra a reforma da previdência estadual, o SampaPrev, (dia 4). Desgraçadamente a estratégia da Frente Popular (PT, PCdoB, PSOL e PSTU) e suas colaterais sindicais é apenas fazer lobby parlamentar para conseguir pequenas alterações no pacote da reforma neoliberal de Bolsonaro, como o presidente da CUT, Vagner Freitas, já anunciou: “O que queremos fazer é sermos propositivos, queremos fazer uma oposição com proposição. O presidente se diferencia de Temer, por ter sido eleito por 57 milhões de pessoas. Obviamente que houve votos de trabalhadores que elegeram o Bolsonaro. Nós vamos representar esses trabalhadores, que votaram em quem eles tenham votado. Nós os representamos independentemente da opção político-eleitoral que eles fizeram” (El País, 18.01). Não por acaso, a oposição burguesa negocia seus votos em Rodrigo Maia e Renan Calheiros respectivamente na Câmara e no Senado para melhor traficar seus acordos podres com o governo Bolsonaro. Desde a LBI alertamos que a política do PT, da CUT e de seus satélites, ao contrário de organizar as trabalhadoras, é legitimar o governo e esperar pacificamente os próximos quatro anos passem para que uma nova disputa no campo eleitoral burguês seja levada à frente. A burocracia sindical de conjunto fará “oposição propositiva”, atuando como mera interlocutora, negociando pequenos ajustes, enquanto Bolsonaro, Paulo Guedes, Sergio Moro e sua legião de políticos capitalistas liquidam nossos direitos. Os sindicalistas combativos e classistas devem intervir na “Assembleia nacional da classe trabalhadora” de 20 de fevereiro com eixo oposto a política de colaboração de classes, convocando a organização da Greve Geral na base das categorias para derrotar através da luta direta o governo Bolsonaro e sua malfada reforma neoliberal da previdência!