Todas as centrais sindicais (CUT, CTB, CSB, CUT, Força
Sindical, Nova Central, Intersindical, CSP-Conlutas, CGTB) estão convocando
para o próximo dia 20 de fevereiro uma “Assembleia Nacional da Classe
Trabalhadora”. A burocracia sindical de conjunto resolveu realizar um ato
político midiático domesticado na Praça da Sé, em São Paulo, sem convocar
assembleias de base e chamar lutas concretas nos locais de trabalho, muito
menos organizar a Greve Geral nas categorias estratégicas contra o governo
Bolsonaro e sua Reforma neoliberal da Previdência. Trata-se de uma medida
cosmética tardia e limitada levando-se em conta que o governo já impôs nesse
mês de janeiro o “Pente-Fino no INSS” aterrorizando os trabalhadores. Também
irá apresentar nos próximos dias no parlamento seu pacote de ataques a seguridade
social dos trabalhadores. A Medida Provisória 871 em vigor visa acabar com o
benefício de milhões de brasileiros (economizar 9,8 bilhões) e tem outro item
extremamente perverso que é a mudança de regras para quem, depois de um período
de 36 meses sem contribuir, voltar a contribuir para a Previdência Social. A
equipe econômica do Planalto incluiu na MP artigo que dificulta o acesso a
benefícios previdenciários como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez,
salário-maternidade e auxílio-reclusão. Isso significa que o trabalhador ou
trabalhadora informal que conseguir um emprego formal e voltar a contribuir ao
INSS terá de cumpri novamente a carência de 10 a 24 meses para poder receber o
benefício pago a quem está temporariamente incapaz de trabalhar, quem se afasta
por causa do nascimento de um filho ou quem está preso e tem valor destinado à
família. A MP coloca todos os aposentados na condição de potenciais fraudadores
da Previdência Social, agora também poderá prejudicar a classe trabalhadora vitimada
pelos altos índices de desemprego que o país vem registrando desde o golpe de
2016. Segundo o IBGE, a parcela de trabalhadores informais do país bateu
recorde e chegou a aproximadamente 43% (39,7 milhões de pessoas). Nesse quadro
de ofensiva aos direitos sociais, seria fundamental dar uma verdadeira
demonstração de força dos explorados diante da gestão Bolsonaro, ainda mais que
o “Mussolini Tupiniquim” encontra-se neste momento literalmente mergulhado na lama de
escândalos de corrupção e desgastado com a completa inoperância estatal diante
da tragédia ambiental e humana em Brumadinho (MG). As centrais deveriam
convocar pelo menos um dia nacional de paralisação com piquetes e assembleias
para organizar as lutas, aproveitando que várias categorias estarão em mobilização
no mês de fevereiro. Os metroviários de São Paulo estão com indicativo de greve
para fevereiro (dia 5), assim como os servidores municipais de São Paulo contra
a reforma da previdência estadual, o SampaPrev, (dia 4). Desgraçadamente a
estratégia da Frente Popular (PT, PCdoB, PSOL e PSTU) e suas colaterais
sindicais é apenas fazer lobby parlamentar para conseguir pequenas alterações
no pacote da reforma neoliberal de Bolsonaro, como o presidente da CUT, Vagner
Freitas, já anunciou: “O que queremos fazer é sermos propositivos, queremos
fazer uma oposição com proposição. O presidente se diferencia de Temer, por ter
sido eleito por 57 milhões de pessoas. Obviamente que houve votos de
trabalhadores que elegeram o Bolsonaro. Nós vamos representar esses trabalhadores,
que votaram em quem eles tenham votado. Nós os representamos independentemente
da opção político-eleitoral que eles fizeram” (El País, 18.01). Não por acaso,
a oposição burguesa negocia seus votos em Rodrigo Maia e Renan Calheiros
respectivamente na Câmara e no Senado para melhor traficar seus acordos podres
com o governo Bolsonaro. Desde a LBI alertamos que a política do PT, da CUT e
de seus satélites, ao contrário de organizar as trabalhadoras, é legitimar o
governo e esperar pacificamente os próximos quatro anos passem para que uma
nova disputa no campo eleitoral burguês seja levada à frente. A burocracia
sindical de conjunto fará “oposição propositiva”, atuando como mera
interlocutora, negociando pequenos ajustes, enquanto Bolsonaro, Paulo Guedes,
Sergio Moro e sua legião de políticos capitalistas liquidam nossos direitos. Os
sindicalistas combativos e classistas devem intervir na “Assembleia nacional da
classe trabalhadora” de 20 de fevereiro com eixo oposto a política de
colaboração de classes, convocando a organização da Greve Geral na base das
categorias para derrotar através da luta direta o governo Bolsonaro e sua
malfada reforma neoliberal da previdência!