Neste mês de janeiro de 2019 transcorreram os 100 anos do
assassinato de Rosa Luxemburgo e os 95 anos da morte de Lenin. A conduta da
esquerda brasileira foi completamente distinta diante do registro do
falecimento desses dois grandes dirigentes revolucionários. Enquanto foram
escritos por toda a esquerda diversos textos, dossiês e lançados até livros em
homenagem póstuma a Rosa, houve um silêncio sepulcral com relação a V. I.
Lenin. No campo das correntes “trotskistas” (Resistência, PCO, “O Trabalho”,
MRT e outras siglas menores) todas “esqueceram” de enaltecer o legado teórico
de Lenin para a luta proletária, a exceção da LBI e do PSTU que registram o
papel fundamental do nosso chefe bolchevique na história da luta de classes.
Por sua vez, os neostalinistas do PCdoB, PCB, PCR não escreveram uma linha
sequer sobre os 95 anos da morte do dirigente bolchevique. Esse flagrante
antagonismo entre o registro de datas simbólicas para o movimento operário
mundial explica-se pelo fato da esquerda reformista em geral e os revisionistas
do trotskismo em particular reverenciarem uma Rosa oposta ao Bolchevismo,
associando-a equivocadamente a luta pela “democracia” enquanto Lenin seria
defensor da “ultrapassada” Ditadura do Proletariado. Os que desejam falsificar
a história, como os apologistas da democracia como valor universal, que tentam
domesticar a figura de Rosa Luxemburgo, desconhecem que a dirigente espartaquista pegou em armas
e mobilizou os trabalhadores alemães para derrotar violentamente o governo
socialdemocrata comandado pelo chanceler Frederich Ebert em 1919, (uma espécie
de governo do PT da época). Pagou com sua vida por lutar e organizar o combate
pela derrubada revolucionária do governo reformista que passou para o campo da
reação burguesa. Essa é a Rosa que reivindicamos e homenageamos ao lado de
Lenin. Ao contrário, os revisionistas não celebram Lenin porque não reivindicam
de fato, na prática, o seu grande legado: o Bolchevismo, entendido como um
partido centralizado para liquidar a burguesia, conspirativo e opositor de
classe da democracia burguesa. Não se trata de um “deslize” ou amnésia, na
verdade a esquerda revisionista de conjunto em pleno século XXI deseja
livrar-se do “peso” do legado político, teórico e organizativo do Chefe
Bolchevique, atacado pela intelectualidade e a mídia como ultrapassado,
autoritário, defensor de um regime militarizado de partido, governo e Estado,
fundador da “falida” da Ditadura do Proletariado na URSS. Como essas correntes
revisionistas estão profundamente adaptadas ao regime democratizante e a suas
instituições, não é simpático defender o centralismo vertical, a rígida
disciplina militante e uma política de denúncia implacável do reformismo, ou
seja, tudo o que Lenin incorporou em vida até o último dos seus dias, combatendo
o menchevismo e todos os renegados do Marxismo Revolucionário. Por essa razão
prostituem politicamente a figura de Rosa e se calam sobre Lenin. No sentido
oposto, esses agrupamentos escrevem sobre tudo em seu sites e jornais,
comemoram datas de morte e nascimento de líderes políticos, artistas,
intelectuais...muitos sem quaisquer vínculos com a “esquerda” mas que são “moda
do dia” entre a pequena-burguesia. Entretanto, o aniversário de 95 da morte de
Lenin, falecido em 21 de janeiro de 1924, dirigente máximo da Revolução de
Outubro, foi sintomaticamente relegado ao baú esquecido da história pela
esmagadora maioria dessa gama de falsos “Leninistas”, verdadeiros charlatões...
Até as seitas virtuais pretensamente “Leninistas” esqueceram-se de dar qualquer
“nota” sobre os 95 anos do aniversário de morte de Lenin, já que hoje não
passam de um apêndice das correntes socais-democratas e reformistas como PT e
PSOL. Não foi por falta de “aviso”! Enquanto a LBI fez a defesa de seu legado
em nosso BLOG com um longo artigo comemorativo, a resposta desses senhores foi
o silêncio sepulcral! Esses canalhas que se dizem “Leninistas”, porém não ousam
sequer escrever um único artigo em sua defesa, seriam mais honestos se
abjurassem suas lições e adotassem abertamente suas “novas” referências
políticas, teóricas e ideológicas reformistas. De nossa parte, ficamos honrados
(ainda que não eufóricos) de termos sido a única corrente genuinamente
Trotskista a celebrar Lenin, quando todos esses filisteus calaram-se! Mesmo
isolados soubemos remar contra a maré da reação burguesa e do “vendaval
oportunista” mantendo-se firme da justa homenagem ao nosso grande Chefe! Vida
Longa a Lenin e ao Bolchevismo! Seguimos firmes na defesa de seu legado
reafirmando que defender o Leninismo em tempos de reação burguesa e de
domesticação da esquerda reformista significa lutar pela construção de um
partido revolucionário, centralizado para tomar o poder e impor a ditadura do
proletariado!