terça-feira, 1 de janeiro de 2019

"OS GOVERNOS DE FRENTE POPULAR SÃO ANTE-SALA DO FASCISMO": O PROGNÓSTICO DE TROTSKY HOJE NA "CARNE VIVA" DO POVO BRASILEIRO

A posse do fascista Jair Bolsonaro, como gerente geral do maior Estado Burguês da América Latina, ascendeu um sinal de alerta em todo nosso continente. Com um discurso reacionário e neoliberal, que mencionava a década de governos da Frente Popular do PT como sendo de um passado "socialista", o novo presidente eleito sob um estelionato eleitoral, apontou claramente que pretende sedimentar o caminho político para implantar um regime fascista no país. Ao prometer "libertar o Brasil do socialismo" e vociferar que "nossa bandeira nunca será vermelha", Bolsonaro "toca a trombeta" para que forças militares e policiais comecem a se preparar para uma batalha concreta contra o conjunto do campo da esquerda, seja a reformista (que abjura da luta armada e prega o pacifismo parlamentar), ou a revolucionária que defende a todos os métodos de combate do proletariado (inclusive os da ação direta e belicosa). Porém o governo fascista sabe que ainda não tem correlação de forças entre as classes sociais que lhe garanta implantar um regime fascista, por isso mesmo fala em "respeitar a democracia", tendo que administrar neste momento um regime híbrido (bonapartismo), tendo o ex-magistrado Sérgio Moro como principal avalista. Mas o curso crescente da escalada fascista não é um "raio em céu de brigadeiro", muito menos um simples produto das últimas eleições presidenciais, o "ovo da serpente" foi justamente encubado na década passada, com a ascensão da Frente Popular de colaboração de classes no governo central do país. Como nos ensinou Trotsky: "O governo de Frente Popular quer dizer, o governo de coligação dos operários com a burguesia é, na sua própria essência, o governo de capitulação ante a burocracia e os oficiais fascistas. Esta é a grande lição sobre o que aconteceu na Espanha, paga hoje, por milhares de vidas humanas”. (L.Trostky, A Revolução Espanhola), esta lição teórica do Marxismo Revolucionário foi desgraçadamente "ignorada" por uma esquerda reformista embriagada com as políticas de "credito e consumo para todos", além do programa "Fome Zero" do ex-presidente Lula. A burocracia sindical da CUT, abraçou a conciliação de classes como plataforma central e "pacificou" o movimento operário em troca de generosas verbas do Ministério do Trabalho. Cedendo terreno a cada vitória eleitoral (foram quatro consecutivas!), A Frente Popular acabou sendo apeada do governo, sem a menor resistência ou luta, por um golpe institucional (muito pouco provável de ocorrer em função de uma ampla base parlamentar que possuía), dando lugar para a transição de um novo regime político, impulsionado pela "República de Curitiba e sua Lava Jato". Agora não se trata mais de um prognóstico, o fascismo está na "ante-sala" (acompanhado de um agressivo programa neoliberal), e a esquerda reformista ainda acredita na via eleitoral para defenestrá-lo, desarmando politicamente o movimento operário diante de uma conjuntura nacional prenhe de retrocessos econômicos, sociais e democráticos. No centésimo aniversário do assassinato da grande revolucionária Rosa Luxemburgo, a disjuntiva asseverada por ela se coloca hoje na "carne viva" do povo brasileiro, como a única senda para derrotarmos o fascismo: "Socialismo ou Barbárie".