"OS GOVERNOS DE FRENTE POPULAR SÃO ANTE-SALA DO
FASCISMO": O PROGNÓSTICO DE TROTSKY HOJE NA "CARNE VIVA" DO POVO
BRASILEIRO
A posse do fascista Jair Bolsonaro, como gerente geral do
maior Estado Burguês da América Latina, ascendeu um sinal de alerta em todo
nosso continente. Com um discurso reacionário e neoliberal, que mencionava a
década de governos da Frente Popular do PT como sendo de um passado
"socialista", o novo presidente eleito sob um estelionato eleitoral,
apontou claramente que pretende sedimentar o caminho político para implantar um
regime fascista no país. Ao prometer "libertar o Brasil do socialismo"
e vociferar que "nossa bandeira nunca será vermelha", Bolsonaro
"toca a trombeta" para que forças militares e policiais comecem a se
preparar para uma batalha concreta contra o conjunto do campo da esquerda, seja a reformista (que abjura da luta armada e prega o pacifismo
parlamentar), ou a revolucionária que defende a todos os métodos de combate do
proletariado (inclusive os da ação direta e belicosa). Porém o governo fascista
sabe que ainda não tem correlação de forças entre as classes sociais que lhe
garanta implantar um regime fascista, por isso mesmo fala em "respeitar a
democracia", tendo que administrar neste momento um regime
híbrido (bonapartismo), tendo o ex-magistrado Sérgio Moro como principal
avalista. Mas o curso crescente da escalada fascista não é um "raio em céu
de brigadeiro", muito menos um simples produto das últimas eleições
presidenciais, o "ovo da serpente" foi justamente encubado na
década passada, com a ascensão da Frente
Popular de colaboração de classes no governo central do país. Como nos ensinou
Trotsky: "O governo de Frente Popular quer dizer, o governo de coligação
dos operários com a burguesia é, na sua própria essência, o governo de
capitulação ante a burocracia e os oficiais fascistas. Esta é a grande lição
sobre o que aconteceu na Espanha, paga hoje, por milhares de vidas
humanas”. (L.Trostky, A Revolução Espanhola), esta lição teórica do
Marxismo Revolucionário foi desgraçadamente "ignorada" por uma
esquerda reformista embriagada com as políticas de "credito e consumo para
todos", além do programa "Fome Zero" do ex-presidente Lula. A
burocracia sindical da CUT, abraçou a conciliação de classes como plataforma
central e "pacificou" o movimento operário em troca de generosas
verbas do Ministério do Trabalho. Cedendo terreno a cada vitória eleitoral
(foram quatro consecutivas!), A Frente Popular acabou sendo apeada do governo,
sem a menor resistência ou luta, por um golpe institucional (muito pouco
provável de ocorrer em função de uma ampla base parlamentar que possuía), dando
lugar para a transição de um novo regime político, impulsionado pela
"República de Curitiba e sua Lava Jato". Agora não se trata mais de
um prognóstico, o fascismo está na "ante-sala" (acompanhado de um
agressivo programa neoliberal), e a esquerda reformista ainda acredita na via
eleitoral para defenestrá-lo, desarmando politicamente o movimento operário
diante de uma conjuntura nacional prenhe de retrocessos econômicos, sociais e
democráticos. No centésimo aniversário do assassinato da grande revolucionária
Rosa Luxemburgo, a disjuntiva asseverada por ela se coloca hoje na "carne
viva" do povo brasileiro, como a única senda para derrotarmos o fascismo:
"Socialismo ou Barbárie".