BOLSONARO EM DAVOS: UM RATO ACUADO PELO GRANDE CAPITAL FAZ PROMESSAS “GENÉRICAS” A SEUS CHEFES QUE EXIGEM UM DURO PLANO DE GUERRA ULTRA-NEOLIBERAL CONTRA OS TRABALHADORES
Como um rato acuado, Bolsonaro chegou ao Fórum Econômico Mundial em Davos. Os representantes dos grandes grupos econômicos mundiais exigiram que seu novo gerente burguês no Brasil explicasse em detalhes seu plano de guerra ultra-neoliberal contra os trabalhadores brasileiros. Nesse sentido, Bolsonaro decepcionou seus chefes imperialistas como noticiou a grande imprensa burguesa. Reformas, combate à corrupção, meio-ambiente tudo foi abordado de maneira absolutamente genérica, vaga. Afirmou que iria “fazer a reforma da previdência e fiscal” e, em seis minutos, encerrou seu discurso tosco apresentando o Juiz-Ministro Sérgio Moro como verdadeiro garante de seu mandato. Declarou que também iria negociar com outros países sem “viés ideológico” em uma mensagem direta ao governo da China, maior parceiro econômico do Brasil que ainda utiliza o símbolo comunista da foice e martelo apesar de ser uma poderosa semi-colônia capitalista. Essa “fraquejada” foi uma exigência dos capitalistas brasileiros que desejam manter e ampliar seus negócios como os restauracionistas do PCCh. No plano do combate ideológico de fato sobrou mesmo para a esquerda do continente, sendo o ataque mais duro contra a “ditadura de Maduro na Venezuela”, diga-se de passagem a mesma posição que adotam grupos revisionistas no Brasil como o PSTU e a CST partidários do "Fora Maduro". Acossado pelas perguntas de Klaus Schwab, presidente do Fórum e porta-voz do grande capital, o novo gerente pouco disse além do ABC neoliberal elementar. Nos quase 30 dias da gestão de Bolsonaro ficou evidente que a classe dominante mundial deseja utilizar o seu capacho tacanho para aplicar um duro ajuste neoliberal, principalmente no tocante ao corte de direitos e entrega do patrimônio nacional. Quando fizer o grosso do trabalho sujo, Bolsonaro vai ser descartado e jogado no lixo da história. Por isso, a burguesia mundial exigiu que imediatamente faça as “reformas” via o parlamento corrupto. O limitado discurso de Bolsonaro em Davos reafirma todos os elementos políticos de que estamos atravessando um período que pode ser caracterizado como a consolidação de um regime bonapartista de exceção com ascensão de um governo presidido por um fascista, ressaltando a debilidade política extrema de nosso "Mussolini tupiniquim" que não consegue sequer homogeneizar seu governo ideologicamente. Nesse terreno, Moro engatinha seus primeiros passos para talvez ocupar um vazio político em caso de um eventual colapso prematuro do “capitão de pijama”, tudo dependerá dos ventos econômicos internacionais. Esse vaga também é cobiçada pelo ultra-neoliberal clássico, o governador de São Paulo, João Dória, que foi a Davos apresentando-se desde já como uma opção segura e sólida no futuro diante do frágil e tosco Bolsonaro. Nesse sentido, é totalmente impressionista caracterizar o regime como fascista ou mesmo semifascista, uma imprecisão teórica desta dimensão só serve para jogar água na corrente da tal “Frente Ampla Democrática” que o PT apregoa para levar desde o campo da oposição burguesa sua política de colaboração de classes. Cabe aos trabalhadores e sua vanguarda classista aproveitar a crise política inicial em que encontra-se submerso o governo central mergulhado em escândalos de corrupção para organizar imediatamente a resistência através da luta direta dos explorados tendo o objetivo de derrotar nas ruas, fábricas, no campo e na cidade o plano de guerra que o tripé Bolsonaro-Moro-Gudes vai desejar impor para cumprir servilmente as exigências dos seus amos capitalistas agrupados em Davos.