quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

GUEDES MANDA SEU ESTAFETA ANUNCIAR "QUEIMA" GERAL DAS ESTATAIS: MILITARES MANTÉM UM SILÊNCIO "OBSEQUIOSO" 


O Secretário de Desestatização e Desinvestimentos do Governo Federal, Salim Mattar (subordinado diretamente ao Ministro da Economia Paulo Guedes), afirmou nesta terça-feira (29/01) que apenas a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal deverão ser preservadas como empresas estatais. O rentista que agora ocupa um importante posto no Planalto fez questão de enfatizar ironicamente:"Somente estas três deverão permanecer, e bem magrinhas", concluiu Mattar durante evento do banco Credit Suisse em São Paulo, acrescentando ainda que esta é a vontade do ministro da Economia, Paulo Guedes. As declarações de Salim não são propriamente uma surpresa, desde a campanha eleitoral a equipe de Paulo Guedes que assessorava Bolsonaro não escondia seus desejos privatistas mais "selvagens", porém quando Guedes tomou posse do seu "superministério" suas declarações e atos concretos no caminho privatista ainda não se efetivaram. Não que o "rentista chefe" do governo neofascista tenha mudado de posição, acontece que parece estar bloqueado transitoriamente por outro setor do Planalto que exige "calma e parcimônia" no processo de liquidação das empresas estatais. Este setor "resiliente" as privatizações a "qualquer preço" que nos referimos é obviamente a ala militar do governo, liderada pelos generais Augusto Heleno e Mourão. É politicamente sintomático que o próprio Guedes escale um "segunda linha" do governo para dar as declarações que caberiam ao próprio "superministro", e justamente no momento em que assumiu temporariamente Mourão na presidência da república, em função da cirurgia da suposta facada de Bolsonaro. Parece mesmo que Guedes e sua equipe de ratos "financistas" queriam testar a correlação de forças no interior do próprio poder central. Hoje todo o peso da mídia corporativa é lançado no sentido de pressionar Bolsonaro a agilizar as "reformas" e acelerar as privatizações ainda neste começo de ano, para isto vem "estourando" escândalos que atingem diretamente a família do presidente neofascista. Mas Bolsonaro parece estar se alinhando mais com o setor militar do seu governo do que com a ala rentista, apoiada também pelo justiceiro Sérgio Moro, é público e notório a tutela política que o General Heleno exerce sobre o "ex-capitão". Diante das declarações atuais do "mascate" Salim, que também é proprietário do Grupo Localiza, os generais do governo exerceram um silêncio "obsequioso", talvez esperando o próprio Bolsonaro se manifestar quando reassumir a presidência. O certo mesmo é que o imperialismo acabará impondo sua sanha neoliberal e os militares apesar de alguns "senões" acabem cedendo plenamente, porém este cenário ocorrerá em uma etapa de profunda crise do regime bonapartista, lastreada pelo colapso da economia capitalista brasileira em aguda recessão. O movimento operário deve tomar a iniciativa política e impulsionar uma ampla campanha de ação em defesa das empresas estatais, sob controle dos trabalhadores!