GUEDES MANDA SEU ESTAFETA ANUNCIAR "QUEIMA" GERAL
DAS ESTATAIS: MILITARES MANTÉM UM SILÊNCIO "OBSEQUIOSO"
O Secretário de Desestatização e Desinvestimentos do Governo
Federal, Salim Mattar (subordinado diretamente ao Ministro da Economia Paulo
Guedes), afirmou nesta terça-feira (29/01) que apenas a Petrobras, o Banco do
Brasil e a Caixa Econômica Federal deverão ser preservadas como empresas
estatais. O rentista que agora ocupa um importante posto no Planalto fez
questão de enfatizar ironicamente:"Somente estas três deverão permanecer,
e bem magrinhas", concluiu Mattar durante evento do banco Credit Suisse em
São Paulo, acrescentando ainda que esta é a vontade do ministro da Economia,
Paulo Guedes. As declarações de Salim não são propriamente uma surpresa, desde
a campanha eleitoral a equipe de Paulo Guedes que assessorava Bolsonaro não
escondia seus desejos privatistas mais "selvagens", porém quando
Guedes tomou posse do seu "superministério" suas declarações e atos
concretos no caminho privatista ainda não se efetivaram. Não que o
"rentista chefe" do governo neofascista tenha mudado de posição,
acontece que parece estar bloqueado transitoriamente por outro setor do
Planalto que exige "calma e parcimônia" no processo de liquidação das
empresas estatais. Este setor "resiliente" as privatizações a
"qualquer preço" que nos referimos é obviamente a ala militar do governo,
liderada pelos generais Augusto Heleno e Mourão. É politicamente sintomático
que o próprio Guedes escale um "segunda linha" do governo para dar as
declarações que caberiam ao próprio "superministro", e justamente no
momento em que assumiu temporariamente Mourão na presidência da república, em
função da cirurgia da suposta facada de Bolsonaro. Parece mesmo que Guedes e
sua equipe de ratos "financistas" queriam testar a correlação de
forças no interior do próprio poder central. Hoje todo o peso da mídia corporativa
é lançado no sentido de pressionar Bolsonaro a agilizar as "reformas"
e acelerar as privatizações ainda neste começo de ano, para isto vem
"estourando" escândalos que atingem diretamente a família do
presidente neofascista. Mas Bolsonaro parece estar se alinhando mais com o
setor militar do seu governo do que com a ala rentista, apoiada também pelo
justiceiro Sérgio Moro, é público e notório a tutela política que o General
Heleno exerce sobre o "ex-capitão". Diante das declarações atuais do
"mascate" Salim, que também é proprietário do Grupo Localiza, os generais do governo exerceram um silêncio
"obsequioso", talvez esperando o próprio Bolsonaro se manifestar
quando reassumir a presidência. O certo mesmo é que o imperialismo acabará
impondo sua sanha neoliberal e os militares apesar de alguns "senões"
acabem cedendo plenamente, porém este cenário ocorrerá em uma etapa de profunda
crise do regime bonapartista, lastreada pelo colapso da economia capitalista
brasileira em aguda recessão. O movimento operário deve tomar a iniciativa
política e impulsionar uma ampla campanha de ação em defesa das empresas
estatais, sob controle dos trabalhadores!