domingo, 6 de janeiro de 2019

LEIA A APRESENTAÇÃO DA ÚLTIMA EDIÇÃO DA REVISTA MARXISMO REVOLUCIONÁRIO Nº 17 – JANEIRO/2019


APRESENTAÇÃO

Após um interregno de 3 anos, período em que nossa equipe de redação dedicou-se fundamentalmente a consolidar o Blog da LBI com atualizações diárias, voltamos a publicar a Revista teórico-político Marxismo Revolucionário. Chegamos a sua décima sétima edição neste janeiro de 2019 com muito orgulho militante desta marca! Não se trata de uma conquista menor para uma pequena organização bolchevique manter uma revista programática com análises trotskistas de fundo da luta de classes a nível nacional e internacional em uma etapa onda a “esquerda” é influenciada diretamente pela ideologia dominante, adaptando-se política e teoricamente as “novidades” do velho reformismo! Dedicamos este número em especial a saudar os 60 anos da Revolução Cubana, pontuando sua importância para o proletariado mundial e, ao mesmo tempo, travando uma dura polêmica com aqueles que fecham os olhos para o avanço da restauração capitalista na Ilha com o advento da nova Constituição. Como parte desse esforço militante, fizemos um breve histórico da luta por construir um núcleo trotskista em Cuba como alternativa revolucionária a burocracia castrista. O resgate da própria história da IV Internacional, quando acabamos de celebrar os 80 anos de fundação do partido trotskista mundial, também encontra-se na Revista, onde fazemos uma polêmica com todos os ramos dos “trotskismo”, os antigos e os atuais, como o grupo Resistência no Brasil.  

A presente edição também analisa a ascensão do governo neofascista, onde o Juiz Moro assume as rédeas do comando de um novo regime bonapartista, tutelando a gestão ultraliberal Bolsonaro/Guedes. Um regime bonapartista se assemelha mais a um regime fascista do que a uma democracia baseada no livre sufrágio universal, nos dois primeiros casos a figura de um líder nacional totalitário é uma condição “sine qua non”, porém fascismo e bonapartismo não representam o mesmo fenômeno. Segundo Marx o Bonapartismo enquanto regime político ocorre quando a burguesia delega sua gerência estatal a uma liderança que se apresenta como uma espécie de “Salvador da Pátria”, para se por acima dos conflitos entre as classes sociais. O fascismo por sua vez também carrega estas mesmas características populistas de direita, mas sob a base do esmagamento físico das direções e organizações operárias.

Em Marxismo Revolucionário elaboramos a análise que estamos atravessando um período que pode ser caracterizado como a consolidação de um regime bonapartista de exceção (pós golpe parlamentar), com a égide de um governo marcado por características fascistas, ainda que ressaltando a relativa debilidade política do nosso “Mussolini tupiniquim”. Moro engatinha seus primeiros passos para talvez ocupar um vazio político em caso de um eventual colapso prematuro do “capitão de pijama”, tudo dependerá dos ventos econômicos internacionais. Por hora é totalmente impressionista caracterizar o regime como fascista ou mesmo semifascista, uma imprecisão teórica desta dimensão só serve para jogar água na corrente da tal “Frente Ampla Democrática”, uma cópia mal feita da base política burguesa dos governos petistas.

Neste número estudamos o quadro político na França, Nicarágua e Venezuela, onde a direita e a extrema-direita vêm avançando por múltiplos caminhos. Mobilizações “espontâneas” ganham corpo e questionam governos de diferentes matizes políticos em protestos onde a esquerda revolucionária ou mesmo reformista não tem nenhum peso político e social. Apesar disso grupos revisionistas do trotskismo vão a reboque de “rebeliões” claramente orquestradas pela CIA como na Nicarágua e Venezuela ou pelos neofascistas na França, da mesma forma fizeram anteriormente na URSS e depois aplaudindo a falsa Primavera Árabe.  

Esperamos que nossos leitores e simpatizantes tomem em suas mãos a nova edição de nossa revista teórico-político como uma verdadeira arma programática em defesa dos nortes fundamentais do Marxismo Revolucionário em uma etapa de profundo retrocesso político e ideológico entre os trabalhadores e sua vanguarda, para que sigamos firmes no combate pela construção do Partido Revolucionário.

Os Editores
Janeiro 2019

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ÍNDICE


APRESENTAÇÃO


1 - NACIONAL

ASSUME O GOVENO FASCISTA

O regime “Bonapartista sui generis” brasileiro tendo como protagonista principal o judiciário golpista

MAIS QUE UM “SUPERMINISTRO”

Burguesia nacional colocou Moro no governo fascista como o principal avalista do desmonte neoliberal e eliminação das garantias democráticas

COMO AVANÇAR NA RESISTÊNCIA AO FASCISMO?

“Frente ampla democrática” com a burguesia ou frente única de ação direta com o proletariado na vanguarda da luta política e social

“OS GOVERNOS DE FRENTE POPULAR SÃO ANTE-SALA DO FASCISMO”

O prognóstico de Trotsky hoje na “carne viva” do povo brasileiro


2 - INTERNACIONAL

COLETES AMARELOS (GILET JAUNES) NA FRANÇA

Uma manifestação da direita contra o governo neoliberal da "centro direita". Esquerda revisionista embarca no apoio junto com Marine Le Pen...

NICARÁGUA SOB ATAQUE

Departamento de Estado dos EUA prepara um novo golpe de estado no continente, agora contra o governo Sandinista

ALIANÇA ANTIIMPERIALISTA

Saudamos como progressista a unidade militar entre Rússia e Venezuela contra o imperialismo ianque e seus governos lacaios na América Latina!


3 - ESPECIAL – 60 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA

60 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA UMA GRANDE VITÓRIA DO PROLETARIADO MUNDIAL!

Defender o Estado operário contra o imperialismo! Combater a restauração capitalista!

NOVA CONSTITUIÇÃO EM CUBA

Miguel Díaz Canel formaliza marco político-jurídico que reconhece a propriedade privada e assegura o avanço das “reformas” de mercado que sufocarão o estado operário

DOSSIÊ

Uma breve história do Trotskismo revolucionário em Cuba


4 – HISTÓRIA MARXISTA

80 ANOS DE FUNDAÇÃO DA IV INTERNACIONAL

Uma história de princípios e fragmentação revisionista

 POLÊMICA COM O GRUPO RESISTÊNCIA

Nossa árvore não pode ser a mesma de quem apoiou a contrarrevolução na URSS e a destruição da Líbia, chamadas cretinamente de "Revoluções democráticas”.


5 - CULTURA & LUTA DE CLASSES

NOEL ROSA

O magistral compositor e poeta boêmio que foi o primeiro intelectual parceiro do samba nascido nos morros proletários cariocas